12 de mar. de 2009

La Mano de Dios - A tendência para 2014?

Texto online do jornal Valor. Será que essa é a tendência para a Copa do Mundo no Brasil?


Amsterdam Arena cria braço no Brasil
Francisco Góes, de Amsterdã*

Logo depois de o juiz apitar o fim do clássico no qual o Ajax bateu o Feyenoord, em um domingo chuvoso de fevereiro, o Amsterdam Arena, um dos primeiros estádios multifuncionais da Europa, começou a se preparar para o próximo evento. O estádio, que é a casa do Ajax Football Club, recebe não só partidas de futebol, mas é palco de concertos de música e de outros espetáculos esportivos e culturais. Entre 2007 e 2008, o local recebeu 73 eventos. Agora o Amsterdam Arena quer aplicar conceito do estádio multiuso no Brasil, aproveitando a oportunidade da realização, no país, da Copa do Mundo de 2014.
Uma subsidiária, a Amsterdam Arena do Brasil, com sede em Brasília, está sendo constituída. "Passamos da fase de fazer estudos para entrar no negócio dos estádios no Brasil", diz João Gilberto Vaz, sócio da Arena do Brasil. Um dos serviços que a empresa quer vender é gerenciar estádios. Mas também tem interesse em desenvolver novos projetos no país.
"Estamos aptos a assumir a gerência de estádios independente da Copa de 2014", diz Vaz. O foco recai, sobretudo, em grandes estádios do país. Em 27 de março, o Amsterdam Arena apresentará ao governo do Distrito Federal plano para reformar o estádio Mané Garrincha, disse Vaz. Segundo ele, o Amsterdam Arena foi uma das empresas qualificadas no certame para modernização do estádio.
Sander Van Stiphout, gerente geral da Amsterdam Arena Advisory, braço de consultoria do grupo, diz que no total a empresa está envolvida em discussões com seis Estados brasileiros. Ele não revela os nomes pois, no momento, aguarda-se o anúncio pela Federação Internacional de Futebol (FIFA, na sigla em francês) das cidades-sede da Copa. "Depois que as cidades forem escolhidas, começaremos um trabalho de planejamento", disse Stiphout.
Em 2005 e 2006, o Amsterdam Arena fez estudos para reformas e construções de novos estádios em diferentes lugares do Brasil, mas até hoje nenhum deles vingou. Uma das consultorias foi prestada ao Grêmio Football Porto-Alegrense para construir uma arena com capacidade de 50 mil lugares ou reformar o estádio atual, o Olímpico. Em Pernambuco, os holandeses fizeram estudo para desenvolver estádio com capacidade entre 30 mil e 40 mil lugares, em Olinda.
Vaz, o sócio brasileiro do Amsterdam Arena, diz que o desenvolvimento de uma arena começa pela atração de empresas-âncora que se instalam no estádio para prestar serviços e vender produtos de forma exclusiva. São empresas de setores de telecomunicação, alimentos e bebidas e de serviços financeiros, para fazer as vendas de ingressos e outras atividades. Em uma segunda etapa, se constroi a estrutura financeira do projeto.
Em Amsterdã, a Arena foi financiada pelo município e pelo Ajax. Empresas entraram como sócias fundadoras da arena e compraram camarotes. Hoje são 85 camarotes no estádio, como o da Philips. No total, o Amsterdam Arena, com teto retrátil e 2,5 mil vagas de estacionamento no subsolo, tem lugar para 52 mil pessoas. O estádio é controlado pela cidade de Amsterdã, com 48%, pelo Ajax, com 13%, e por outros investidores do setor privado, com 39%.
*O repórter viajou a convite do governo holandês.


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