23 de set. de 2008

La Mano de Dios - Muita calma nessa hora

Muita calma nessa hora

Meus amigos, faço minhas as palavras de Mauro Cezar Pereira, publicadas em seu blog (http://blogs.espn.com.br/maurocezarpereira/). Não é birra minha, assim como também não é dele. É só a constatação de um fato: o Brasileirão está competitivo, muito mais graças ao nivelamento (para baixo) dos times do que pelo futebol vistoso (que apareceu muito pouco).
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">Palmeiras? Grêmio? Nenhum deles. No Brasileirão ninguém jogou para merecer o rótulo de favorito

Nada mais fácil e conveniente do que ir de acordo com a maré. Basta olhar a classificação e observar quem subiu, quem desceu e definir os novos favoritos. Nem é preciso ver os jogos. Assim os vencedores da rodada são elogiados e os que foram mal não têm argumentos para rebater. E na semana seguinte basta mudar tudo de novo, de acordo com os resultados, claro.

Para reflexão, trecho de “O Bandeirinha Artilheiro”, que Nelson Rodrigues escreveu em 1959:“Amigos, o cronista esportivo é o cidadão mais convencional do mundo. Quando um time vence outro, o cronista repete, textualmente, o que vem dizendo desde a Guerra do Paraguai: “Vitória merecida”. Nunca lhe ocorreu a hipótese, ainda que tênue, ainda que vaga, de uma vitória imerecida”.

Nada contra quem acha que o Palmeiras é o grande candidato ao título, são opiniões, apenas o time alviverde não me convenceu disso. Posso, evidentemente, mudar de idéia, vai depender do futebol que a equipe apresentar, pois os últimos jogos não mostraram nada empolgante.
Deixemos de lado a derrota para o Sport (0 a 3) em pleno Palestra Itália, pela contundência do fiasco. Vamos ao duelo com o Cruzeiro em Belo Horizonte. Foi uma vitória fundamental, importantíssima, um resultado fabuloso para o Palmeiras. Mas o futebol apresentado foi de campeão incontestável?

Não, não foi. No segundo tempo o time Celeste encurralou, poderia ter empatado, virado o placar. Sem dúvida aquela partida registrou a grande atuação da defesa paulista, apenas a décima no ranking do torneio, e só.

O Palmeiras voltou a jogar em casa e diante de um Vasco enfraquecido, com novo técnico que mal treinou a equipe. Venceu, mas correu riscos. Não foi triunfo convincente, vitória categórica, que não deixa dúvidas, longe disso.

A tabela prevê jogos contra equipes que lutam contra o rebaixamento, em tese com boas chances de o Palmeiras alcançar a ponta. Vêm aí Náutico (fora), Atlético Mineiro (em casa) e Figueirense (fora), intercalados com as partidas ante o peruano Sport Áncash pela Copa Sul-americana.

Na mesma série, o Grêmio visita o Internacional e depois recebe Botafogo e Santos, duelos, na teoria, mais difíceis. Mas não sai de Porto Alegre. Dureza nos dois próximos passos do Cruzeiro, que vai ao Morumbi encarar o São Paulo e depois receberá Sport e Ipatinga.

Mas o campeonato prosseguirá, chegará a vez de o Palmeiras desafiar o rival tricolor (no Parque Antártica), ir ao Maracanã enfrentar o Fluminense e depois receber o emergente, e perigoso, Goiás.

São muitos jogos pela frente. Séries de partidas teoricamente mais fáceis e mais difíceis, uma competição paralela para alguns times e para outros não, pequena diferença de pontos entre os mais bem colocados, como diminuta é a diferença do futebol por eles apresentado.

Em resumo: não existe favorito. Podemos, sim, dar palpites, mas ninguém, nenhum time, equipe alguma até aqui, apresentou futebol competitivo a ponto de merecer o rótulo. Nem o agora badalado Palmeiras.

Em tempo: o futebol competitivo do Grêmio esteve na Arena no domingo. Faltou o gol que faria justiça ao tricolor gaúcho, que também não faz jus à estampa do favoritismo, mas está vivo, vivíssimo.

2 comentários:

Anônimo disse...

O último campeão brasileiro que me "encheu" os olhos foi o Cruzeiro em 2003. Depois não teve nenhum que apresentou um baita futebol durante toda a competição. Houveram aqueles que fizeram valer sua força em momentos chaves.

Jà esse negócio de nivelamento por baixo, acho bem subjetivo. Acredito que o futebol no mundo todo anda meio nivelado por baixo.

Fábio B. A. disse...

No mundo todo, tá doido?

Olha lá o Campeonato Inglês e o Alemão...

E outra, se o futebol do mundo todo anda ruim como você diz, o problema é muito maior então. Isso não contradiz o fato de que o Brasileiro anda cada vez mais medonho a cada ano...

E eu concordo totalmente com sua afirmação sobre o Cruzeiro de 2003.