Wanderley Luxemburgo, Muricy Ramalho e Carlos Alberto Parreira estão desempregados. Ao lado de Mano Menezes, formam hoje o quarteto “fantástico” de treinadores no futebol brasileiro. Lógico, sem contar Felipão, que está no exterior.
Seja talvez a 1ª vez em anos, ou mesmo em décadas, que os principais comandantes brasileiros encontram-se desempregados todos de uma vez.
O que pode explicar esse fenômeno?
Talvez o nosso futebol tenha supervalorizado a função do técnico nos últimos anos.
Mas por quê?
Ao longo desses anos, os nossos jovens valores partiram cada vez mais cedo para o exterior, deixando no país algo como a “série B” dos atletas profissionais, raro algumas exceções.
Tendo cada vez menos jogadores que façam a diferença individualmente, os técnicos viram-se obrigados a desenvolver esquemas táticos mirabolantes, muitas vezes fugindo de suas características – vide Luxemburgo e o seu 3-5-2 dos últimos tempos no Palmeiras, quando o próprio condenou o esquema com 3 zagueiros por anos.
Muricy Ramalho e o seu São Paulo tricampeão é outra prova disso. Tendo um time com poucos valores individuais, onde o grande destaque foi sempre o goleiro, o treinador construiu um esquema sólido, que não empolgava plasticamente, mas que era competente ao ponto de tornar-se quase imbatível no país.
Luxemburgo recebia mais de 600 mil reais/ mês no Palmeiras. Muricy pediu valor semelhante para assumir o mesmo cargo. Só Ronaldo recebe vencimentos superiores a esses no país, e mesmo assim, mediante as estratégias de marketing que possibilitam ao Corinthians pagar os mais de 1 milhão de reais/ mês para o seu Fenômeno. Ou seja, o próprio jogador, usando do valor de sua marca, é quem gera o lucro necessário para se bancar no clube.
Demonstração clara de uma inversão de valores, onde o técnico ganhou um status superior ao dos próprios jogadores.
É justo? Vale a pena?
Complicado dizer sim ou ao. Muricy fez por merecer o que recebia no São Paulo. Luxemburgo não o fez no Palmeiras. Mas aí a questão não é o merecimento ou não, mas o valor que se paga.
Marcos recebe no Palmeiras algo superior a 200 mil reais/ mês + prêmios que elevam o valor a mais de 300 mil reais. Isso é a metade do que recebia Luxemburgo. Relembrando a trajetória do time na Libertadores. Quem foi mais importante ao longo da campanha e mesmo a temporada?
Veja que não discuto o mérito, mas o valor .
Parreira é outro desempregado. Mas aí a situação do tetracampeão mundial é mais complicada. Ele obteve menos de 50% dos pontos disputados nessa sua última passagem pelo Fluminense. O trabalho não foi bom. Assim como não tem sido bom nenhum dos seus trabalhos desde que saiu do Corinthians em 2002. Mas ele tem grife, tem renome.
Independente do valor que esses profissionais cobram, o simples fato de tê-los livres no mercado já começa a devastar os clubes do país.
Luxemburgo só caiu depois de Muricy ficar disponível. Tite passou a balançar no Inter com mais força desde as quedas de Muricy e Luxemburgo, claro, também devido aos resultados nas finais disputadas.
Ontem Mancini foi demitido do Santos. Teria caído se Muricy e Luxemburgo estivessem empregados?
Mas abrir mão de ter um profissional desse nível é saudável?
O Palmeiras sinaliza com essa possibilidade. O interino Jorginho pode ser efetivado, principalmente pelo bom trabalho e pelos elogios rasgados que recebe do próprio elenco. O eterno ídolo Evair pode ser seu auxiliar técnico. Ambos receberão algo que não deve superar os 100 mil reais/ mês. O clube irá economizar algo em torno de 4,5 milhões de reais até o fim da temporada com essa diminuição de gastos na comissão técnica. Belluzzo diz que deverá investir esse valor +a ajuda da Traffic para trazer 2 nomes de peso para o elenco.
Mas e quando pintar o 1º revés. Jorginho e Evair vão segurar a bronca?
Perguntas, indagações, dúvidas que permeiam o imaginário do feroz torcedor brazuca. Que devastam os cofres, os trabalhos e os homens envolvidos nos clubes do país.
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Rapidinha.
Termina-se hoje o BR09 e o futebol carioca teria 3 times na série B. Fluminense e Botafogo caindo e Vasco, hoje em 8º, permanecendo no limbo. Vai dormir com um barulho desses, meu nobre?
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Coluna marota escrita no embalo da minha banda do dia. Uma das que constituem a minha cabeceira – MUSE , com Take a Bow, do discaço ao vivo HAARP. Veja a apresentação sensacional dos figuras:
Cheers,
14 de jul. de 2009
Chazinho de Coca - Tops de linha livres no mercado.
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6 comentários:
Jâo parrera no verdao não pelo amor.
Esta história do interino que agrada aos jogadores tem que tomar cuidado. No começo é tudo uma maravilha, os jogadores ficam animados e tal mas depois de um tempo os jogadores se acomodam, não treinam o suficiente e o técnico não consegue se impor por ser novo.
Tbm vejo dessa forma, Jura. Apesar de ve-lo como um cara capaz, a história nos mostra que em sua grande maioria, os interinos acabam não realizando grandes trabalhos quando efetivados.
Agora nesta dança dos técnicos, é engraçado ver a imprensa esportiva que numa hora fica cobrando resultados dos times, fomentando notícias sobre a situação dos técnicos, questionando suas competências e tal e quando estes técnicos são demitidos, chovem matérias criticando a atitude dos clubes.
Jurandir Joy
É uma grande novela, e a imprensa contribui e muito para aumentar a importância de algo que deveria ser tão comum...
Quanto aos técnicos...é a primeira vez na história do fut brazuca, acho...
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