O abraço
Em 30/6/1956 era publicada a crônica de Nelson Rodrigues "O tapa celestial", narrando o tapa que o juiz Frederico Lopes tomou de um jogador durante a partida, num Maracanã lotado.
Pois bem, hoje falarei de um ato tão grandioso quanto esse, mas, por outro lado, positivo. Meus amigos, Kaká não precisava fazer média ao dar aquele abraço forte em Dunga após o golaço que marcou contra a Venezuela. Aliás, Kaká é o tipo de jogador que não doura a pílula - lembram-se do puxão de orelha que o craque deu no próprio time após o primeiro jogo da Copa em 2006? -, não tem meias palavras e, mais do que isso, é de uma transparência pouco comum no meio futebolístico.
O abraço do craque no criticado técnico tem um valor muito maior do que a vitória da Seleção sobre a fraca Venezuela. Foi um abraço, mas poderia ter sido uma das tantas declarações inteligentes que Kaká já deu à imprensa. O gesto do melhor jogador do mundo mostra que, apesar de tudo (inclusive do despreparo de Dunga para ocupar o cargo de técnico da Seleção), o time acredita no trabalho do treinador. Mais do que isso, Kaká, que tem muitos motivos para desprezar Dunga, ao dar aquele abraço mostrou que é diferente com a bola nos pés e também sem ela.
Humildade, e não humilhação. Humildade que falta para muita gente no meio futebolístico, inclusive para aquele que recebeu tão bela manifestação de confiança e respeito.
14 de out. de 2008
La Mano de Dios - O abraço
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