O Palmeiras de Antônio Carlos levou fumo ontem, pela primeira vez. Pela primeira vez também não foi possível colocar em prática o futebol de toque de bola que o treinador emplacou na equipe desde a sua estréia, graças ao péssimo estado do gramado em Rio Claro.
Não é justificativa para a derrota contra o lanterna do Campeonato. Mas de certo modo, pode até ser. Como serve também de justificativa, para os pessimistas, o fato de o time ter goleado no meio de semana “só” o pobre Flamengo do PI.
Usamos então a vitória contra o São Paulo como amostragem do que esse time pode fazer?
Não também. Como também não se deve usar esse jogo para sustentar uma fragilidade do próprio São Paulo e nem a goleada tricolor de ontem contra o Monte Azul como indicador de que o SP é uma máquina de fazer gols.
A verdade é que não temos super times, nem um protótipo disso. Temos times com algumas boas características, mas com fragilidades latentes.
Ontem caiu um dilúvio em Rio Claro – antes e durante a partida – trabalhar jogadas com toque de bola, sobretudo pelo meio? Sem chance. Ainda assim, o Palmeiras começou o jogo tentando ignorar as condições do gramado, mantendo a posse de bola e chegando fácil ao gol adversário.
Gramado lamentável (Foto Claudio Coradini - Lancenet)
Robert tentou em chute cruzado e errou. Lenny, de calcanhar e displicentemente, também perdeu grande chance.
Mas logo o ímpeto cessou. O gramado encharcado tornava o jogo quase inviável. Em outros tempos o jogo seria interrompido. Mas ele prosseguiu e o já cansado Palmeiras começou a ceder espaço para o fraco, mas voluntarioso Rio Claro. E Osny passou a ser o nome do jogo.
Se não dava pelo meio, o Palmeiras passou a tentar pelas laterais e os cruzamentos voltaram a ser a tônica do time. Dessa vez, a opção foi acertada. Mas sem Figueroa (dispensado do jogo devido aos acontecimentos no Chile) na direita, a opção acabou não sendo eficaz. Ainda assim,em cruzamento de Wendell e cabeçada de Robert, Sidney fez uma baita defesa.
Cleiton Xavier ainda perdeu outra boa chance. E como se vê, não faltaram oportunidades. Não faltou criação. O que faltou então?
Bem, o Rio Claro fez valer a máxima do “quem não faz toma”. Osny recebeu bola na ponta direita da área verde. Souza deu um bote atabalhoado, permitindo a Osny se livrar da marcação com uma simples finta de corpo e saindo assim na cara de Marcos. O centroavante bateu forte, entre Marcos e a trave.
Se no 1º tempo o Palmeiras perdeu mesmo dominando, no 2º o Rio Claro já começou pressionando. Mas Marcos e a trave salvaram o time.
Tonhão ainda mandou a campo Marquinhos, Ivo e William. Ao contrário do que se imaginava, Marquinhos jogou mais recuado pela direita. Ivo foi quase um 2º volante e William ficou mais solto. A idéia de Antônio Carlos era mandar os jogadores mais fortes fisicamente a frente, já que o gramado estava horrendo e retendo a bola. Mandou bem o Tonhão. Mas aí as fragilidades do elenco voltaram a ser notadas.
Sem Figueroa, por mais que a estratégia em cruzamentos seja certa, Wendell não a cumpre com a mesma eficácia. Por mais chances que se crie, Robert definitivamente não pode ser o homem gol do time – o único, o que é pior ainda.
Agnaldo Liz trancou seu time e o Rio Claro conseguiu uma baita vitória, que o tira da zona da tristeza. A derrota torna a classificação do Verdão para as semifinais complicadíssima.
Palmeiras que volta a campo no meio de semana, contra o líder e sensação, Santo André, no Palestra.
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Nessa manhã fria e chuvosa de segunda-feira, despeço-me do nobre feroz que por aqui passa, com um classudo e delicioso petardo que invoca a necessidade de se sentar em um bar maroto, apreciar um bom scotch e com boas companhias. Deixo vocês ao som do mestre Ray Charles - Drown In My Own Tears.
Cheers
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