25 de mar. de 2010

Chazinho de Coca - No Verdão o bicho papão está debaixo da própria cama.

Se ainda havia algum fio de esperança para o torcedor palmeirense se agarrar em relação a classificação alviverde para as semifinais do Paulistão, ele se quebrou ontem. O empate em 2X2 contra o até então lanterna do Paulistão tornou o que já era uma chance mínima em praticamente inexistente.

Ok. Classificação foi pro saco, Paulistão foi pra vala. O que se tira disso tudo?

No jogo de ontem o Palmeiras voltou a mostrar tudo aquilo que estamos cansados de ver. Bom toque de bola, domínio de grande parte do jogo. Por outro lado, panes defensivas, falhas de marcação e pouca finalização a gol.

Bom toque de bola e domínio de jogo = Bons valores individuais.

Eles existem? Claro que sim.

O meio campo do Palmeiras não fica devendo pra nenhum outro do país. Cleiton Xavier, Diego Souza, Pierre e Lincoln seriam titulares em qualquer equipe do Brasil. Qualquer uma.

Falhas defensivas proporcionaram ao fraco Rio Branco os gols do empate. Sobretudo no 2º gol.
Armero havia partido ao ataque e não houve cobertura quando aconteceu o contra ataque em suas costas. Márcio Araujo estava mais a direita e Pierre marcava Francisco Alex. A dupla de zaga exposta, e Danilo teve de sair para dar o bote em Jobinho que entrava livre pela esquerda. Abriu-se um buraco onde apenas Leo permanecia ocupando. Romarinho entrou ali e recebeu passe de Jobinho, ficando livre para virar o jogo.

Por que Marcio Araujo estava deslocado tão à direita, sendo que o ataque rival acontecia pela esquerda? Por que Eduardo era o lateral direito e, apesar de já ter demonstrado qualidade, o garoto já entra em campo com 500 pés atrás, assustadíssimo – ataca estabanadamente e deixa uma avenida as suas costas. Marcio Araujo faz uma permanente cobertura no setor e sobrecarrega Pierre com as jogadas adversárias pelo meio e também pela esquerda. Tivesse Araujo livre para ajudar a marcação no meio e Pierre poderia ter feito a cobertura na esquerda e Jobinho não entraria livre. Danilo não precisaria sair para dar bote no jogador e o buraco na zaga não seria aberto. Romarinho não entraria livre como entrou e possivelmente o gol não teria acontecido.

Se Antonio Carlos quiser permanecer com Eduardo na direita, terá de começar a pensar em jogar com 3 zagueiros. Talvez Edinho entre os volantes e a zaga. Opção interessante para o decorrer da Copa do Brasil, já que para o BR10 o Verdão terá Vitor como dono da lateral direita.

Tomou dois gols o Verdão, mas marcou 2. Então existem méritos? Opa, claro.

(Foto: Caio Messias - Lancenet!)

O gol de empate saiu em bela trama ofensiva entre Marcio Araujo, que rolou para Ewerthon, que fez linda tabela com Robert e finalizou na saída do goleiro.

Ewerthon começa a se encontrar no ataque. Robert ainda é a inconstância na forma de centroavante, mas sabe fazer gols.

Para sanar toda a problemática com a lateral direita, Tonhão mandou a campo Lincoln no lugar de Eduardo. Com isso Marcio Araujo passou a atuar efetivamente na direita. Ewerthon sentiu a virilha e Lenny entrou em seu lugar. Robert não vinha bem e em seu lugar entrou o jovem Vinicius, de apenas 16 anos.

Ataque com centroavante e um ponta espetado. Cleiton Xavier pouco mais recuado para ajudar Pierre, efetivamente o único volante a partir de então. Diego Souza e Lincoln armando o jogo e Márcio Araujo na direita. Não por acaso foi com uma formação como essa que o Palmeiras fez seu melhor jogo na temporada, na vitória contra o Santos, na Vila.

E de fato o Rio Branco não jogou mais. Só que Lenny não entrou bem e ainda estourou o joelho. Vinicius até tentou algo, mas ainda está muito cru para ser a solução de um time com os nervos a flor da pele como o Palmeiras. Diego Souza tentou chamar o jogo pra si. Mas as melhores chances saíram dos pés de Lincoln. Dentro de um extenso universo de erros da atual diretoria, a contratação do meia foi um grato acerto. Tonhão precisa achar um jeito de encaixar Lincoln no time titular. O problema é que talvez Cleiton Xavier precise ser sacrificado, como foi ontem no 2º tempo.

O Rio Branco com 11 atrás da linha da bola e o Palmeiras tentando furar o bloqueio com 9, já que havia feito as 3 substituições e não pode colocar ninguém no lugar de Lenny. Ataque baleado contra defesa. O Verdão não conseguiu a virada e praticamente se despediu do Paulistão.

Restam 3 jogos. Curiosamente 3 jogos “fáceis”, sendo 2 deles em casa. Poderiam servir para uma arrancada final para a classificação. Mas agora passam a servir como preparação para o decorrer a Copa do Brasil, onde o time vem bem.

Este cenário, desenhado da mesma maneira, com os mesmos personagens, fosse em outro clube e a palavra “paciência” teria vez. Pois é exatamente isso que falta ao Palmeiras. Claro, qualificar uma posição ou outra é necessário. Mas sobretudo ter paciência. Dos jogadores em campo que se abatem com o 1º revés. Como também do torcedor.

Mas pedir paciência para o palmeirense é até pecado. Depois dos acontecimentos dos últimos anos, do BR09 perdido para si próprio, não tem como pedir para esperar que o time engrene.
Cabe ao elenco se ligar de que a Copa do Brasil, que é de fato o objetivo do semestre, está aberta. Dos grandes rivais que a disputam, o único que vem jogando verdadeiramente bem é o Santos, que perdeu para o Verdão por 4X3 na Vila. Logo não há bicho papão.

O bicho papão no Verdão, mais do que em qualquer outro lugar ou história de suspense, está debaixo da própria cama.


Despeço-me do querido feroz que nos acompanha com o espetacular petardo do Muse – Apocalypse Please.

Cheers,


Um comentário:

Nelson disse...

postando pouco jao...o time e bom so que parecem as meninas do jardi leonor tremem na primeira pressão....