Entre uma exaltação de ânimo e outra, entre uma ferocidade e outra, acabei dizendo que esse time do Dunga não me representa em nada e que portanto eu não irei torcer para o Brasil.
Antes que o camarada feroz me escute dizer isso e já interprete que esse pobre escriba não passa de um “Diogo Mainardi” da vida, que não gosta do Brasil e coisa e tal. É bom que eu esclareça que, seja em discussões futebolistas, políticas ou de qualquer outro cunho, o meu posicionamento é sempre favorável ao Brasil. Muitas vezes sou acusado de ufanismo. O que na real nem acaba me ofendendo, muito pelo contrário.
A verdade é que exatamente por eu ter esse sentimento patriótico exacerbado, é que eu acabo sendo tão contrário as ações dunguisticas frente a essa instituição que sempre nos representou tão bem. A “igrejinha” do Dunga, onde dizer amém as suas patacoadas é mais importante do que condição técnica, me deixa desanimado.
Sinceramente eu não sei até que ponto é bom para o futebol brasileiro, e mesmo mundial, que essa seleção do Dunga obtenha êxito na Copa.
“Ahh, mas na Copa de 94 a seleção era burocrática e todo mundo comemorou o título”.
Verdade, eu inclusive. Com 15 anos eu não tinha exatamente um senso crítico definido. E as circunstâncias também favoreciam um título a qualquer custo. 24 anos sem títulos, sem finais. Alemanha e Itália empatadas com o Brasil em títulos, podendo nos deixar para trás como o “pais do futebol”.
Não é mais o caso.
Não adianta esperar futebol de plástica, de arte, pois com Elanos, Julios Baptistas e figuras do tipo ele não vai ocorrer. Kaká vem muito mal das pernas e os que hoje praticam esse futebol característico do brasileiro, não irão à Copa – Ronaldinho Gaúcho, Ganso, Neymar e afins.
Afins? Pois é, finalizei com “afins” pois não me vem muitos outros a mente não. A atual geração do futebol brasileiro não é das mais ricas nesse quesito.
“Então você acaba dando razão ao Dunga, já que ele não possui grandes opções para compor a seleção”
Há poucas opções, mas elas existem e eu as citei logo acima. Só que o “professor” não irá levá-las.
Diga-me um atacante brasileiro que esteja melhor do que o Neymar atualmente? Dois meias que estejam mais exuberantes do que Ronaldinho Gaucho e Ganso?
Neymar e Ganso são Jovens? São. Pelé era em 58. Ronaldo “Fenômeno” era em 94. Kaká era em 2002. Todos foram para a Copa, na flor da idade e por merecimento técnico, não “religioso”.
Agora outro exercício.
Aponte-me um centroavante brasileiro no mundo que esteja jogando mais do que o Fernando Torres?
Um atacante que esteja em melhor momento do que Wayne Rooney, do que Carlito Tevez?
Um meia atacante que esteja melhor do que o Messi?
O Brasil do Dunga depende exclusivamente da condição técnica de Kaká, que está em péssimo momento no Real Madrid.
Não por acaso, a Espanha de Torres, a Inglaterra de Rooney e a Argentina de Messi e Tevez são as minhas 3 favoritas à Copa.
“Tá louco? E Itália e Alemanha?”
Essas são eternas favoritas, mesmo que por usucapião. Assim como o Brasil, ainda que com Elanos, ainda que com Julios Baptistas, ainda que com Dunga.
Mas o eterno favoritismo adquirido dessas seleções não me exclui o direito de apontar os meus favoritos analisando meramente a questão técnica. Nesse ponto, Nem Alemanha, nem Itália e com dor no coração, nem o Brasil, estão.