No primeiro jogo entre os tricolores, paulista e carioca, pela libertadores, deu aquele que sabe tratar dessa competição com maestria. De nada adiantou Renato Gaúcho pedir conselhos a Luxemburgo, o volume de jogo que o Palmeiras de Luxa impôs contra o São Paulo na semifinal do Paulistão não foi visto pelo Fluminense na noite da ultima quarta-feira, muito pelo contrário.
O jogo começou com o São Paulo dominando as ações, com Adriano levando vantagem em todos os duelos contra os apáticos defensores do Flu. Logo no primeiro arremate, um petardo de fora da área, o Imperador obrigou o goleiro Luiz Henrique a fazer uma defesa difícil, apesar do tiro ter sido em cima do arqueiro. Ali, naquele momento, deu pra perceber que não era noite do goleiro do time das Laranjeiras, que se atrapalhou todo para defender o disparo.
A pressão são-paulina durou pouco, foi quando o futebol mais técnico do tricolor carioca começou a fluir, com boas jogadas saindo dos pés de Arouca e principalmente de Gabriel, já que Tiago Neves não entrou em campo e Dodô foi o Dodô de sempre, apático e quase imperceptível. O Fluminense começou a levar perigo, porém, foi nesse exato momento que o São Paulo pôs fim ao único bom momento do time de Renato Gaúcho na partida. A jogada começou dos pés do Imperador, que dominou na meia, armou a jogada com Dagoberto, que bateu cruzado, um bom chute, mas perfeitamente defensável, porém não era mesmo noite de Luiz Henrique, que espalmou para o meio da área, onde Adriano, sempre ele, livre, apareceu para concluir e levar o Morumbi ao delírio. Desenhava-se ali uma goleada, que acabou não acontecendo. Pelos lados do Fluminense, Tiago Neves que pouco produzia, sumiu de vez, Dodô continuou sendo Dodô e Washington, que por mais que tentasse alguma coisa, nada podia fazer, até porque a bola não chegava para ele. Já o São Paulo chegava do jeito que queria, mas efetivamente pouco concluía.
Veio o segundo tempo e Renato Gaúcho colocou Dario Conca no lugar do inofensivo Tiago Neves, que saiu de campo xingando todas as gerações da família do seu treinador, mas sem a mínima razão. Conca entrou e foi o melhor do time, armou, driblou, levou perigo e protagonizou a jogada mais bonita da noite ao driblar dos defensores são-paulinos, mas na conclusão foi infeliz.
O São Paulo por sua vez não mostrou a mesma força do primeiro tempo e mais por demérito próprio, trouxe o Fluminense para cima, contudo a noite não era dos comandados de Renato Gaúcho, que saíram de campo satisfeitos com o resultado, até porque escaparam de um placar mais elástico.
O tricolor paulista perdeu a chance de matar o jogo de 180 minutos logo na sua primeira metade e agora vai decidir a vaga num Maracanã lotado de sedentos torcedores cariocas e contra um Fluminense que com certeza, não dará o mole que deu na noite de ontem.
Adriano
O primeiro tempo do camisa 10 são-paulino foi digno de um Imperador. Adriano comandou o time, voltou para ajudar na marcação, armou o time, começou a jogada do gol, que o próprio concluiu, PARTIDAÇA! Atuação digna de seleção brasileira, a qual o próprio já faz por merecer uma lembrança.
Adriano é mais um caso que entra para minha lista de prognósticos errados que fiz no início do ano. Ao lado de Leo lima e Denílson no Palmeiras, que eu achava, seriam apostas erradas de Luxemburgo. De Émerson Leão e seu Santos, que eu erroneamente coloquei como candidatíssimos a protagonizar um dos papelotes do ano no Paulistão e na Libertadores, assim como o Vasco da Gama, que pra mim, mesmo antes de seu início, era o grande com maior possibilidades de rebaixamento no Brasileirão. Hoje vejo um Adriano exuberante e já merecendo uma chance na seleção de Dunga, vejo Leo Lima sendo o melhor volante do país nesse primeiro semestre, vejo o Santos fazendo bonito na Libertadores e o Vasco na semifinal da Copa do Brasil.
É com enorme prazer que assumo meus erros em todos esses prognósticos. O futebol agradece.
Acertei outros, mas esses ficam para uma outra ocasião.
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