Texto: João Paulo Tozo
Foto: Tom Dib (Para o Lancenet!)
Em 2009, Luiz Gonzaga Belluzzo promoveu o dia do “FICO”, quando bancou as permanências de Diego Souza, Cleiton Xavier e Pierre, ainda que esses tivessem propostas para sair.
Contratou Muricy Ramalho, o grande técnico em atividade no país.
E para fechar repatriou um ex-ídolo do time, Vagner Love.
Com essas medidas o presidente do Palmeiras deixou o recado: “Nós queremos ser campeões”.
Alguém naquele momento teria feito o contrário? Em sã consciência não.
O final da história é triste para o palmeirense. Afinal o time despencou na reta final do BR09.
Errou então Belluzzo em suas contratações? Longe disso. Belluzzo errou ao não saber lidar com as crises internas, como na briga entre Obina e Mauricio. Como na crise entre torcida e Love. Dentre outras.
2010 começou sombrio para o Verdão. Fora da Libertadores, logo com caixa enfraquecido. Além da crise técnica de seus principais nomes.
Mais uma vez Belluzzo e a diretora verde mostraram falta de tato na condução das crises.
Mandou embora Muricy Ramalho, que se não conseguia emplacar seu trabalho, em contrapartida contava com um elenco limitado em mãos e não tinha seus pedidos de contratações aceitos. Muricy tinha também a simpatia da torcida.
Depois dispensou Robert, único centroavante do time naquele momento (até o presente momento também. Artilheiro do time no ano). Que se não era muita coisa, ainda era a única.
Afastou Diego Souza, que não vinha em bom momento desde sua convocação para a seleção em 2009, mas ainda assim era o único no time com capacidade para desequilibrar uma partida.
Isso sem falar na estranha dispensa de Antônio Carlos.
Este um ponto culminante para que Belluzzo voltasse a pensar grande.
Convenhamos, com o time na situação em que estava, falar em ser campeão era piada.
Com a queda de Antônio Carlos, um nome passou a ser cantado nos corredores do Palestra Italia – Luis Felipe Scolari.
Felipão seja talvez o único nome capaz de reunir em torno de si as peças que andam tão afastadas no Palmeiras: elenco, direção e torcida.
Com Felipão a torcida terá paciência. A diretoria terá mais tranqüilidade para conduzir seu trabalho e o elenco estará mais blindado. Nesse cenário Felipão poderá trabalhar a sua maneira e emplacar a sua forma de jogo. Como em 1997, quando chegou para fazer a sua vitoriosa trajetória no Palestra Italia. Naquele ano o Palmeiras não foi campeão, mas Felipão formou a base do time que ganharia a América em 1999, tendo antes vencido a Copa do Brasil e a Mercosul, ambos em 1998.
Quer dizer que o Palmeiras não irá briga pelos títulos do 2º semestre de 2010?
Não. Mas é necessário contratar mais. Mais e melhor.
Ontem o Verdão apresentou Kleber Gladiador. Tipo da contratação que não apenas enriquece tecnicamente o elenco, mas que fecha uma das tantas feridas abertas no coração palestrino.
Kleber tem a cara do Palmeiras. Do último momento vencedor do time. A paixão que ele diz ter é de fato demonstrada em campo. Isso a torcida valoriza, muitas vezes até mais do que grandes exibições. E em Kleber ela sabe que as duas possibilidades se encontram.
Trazer Kleber é o começo de uma retomada. Uma retomada que não pode passar apenas pela sua chegada, mas que tem nele seu início. A retomada passa também por Valdívia e Felipão.
A possibilidade da chegada de ambos é muito grande. Como grande ficará a possibilidade do time alviverde brigar por coisas maiores ainda em 2010. Não somente deles, mas principalmente desses três.
Com essas novas investidas, além de brigar por um patrocínio mais rico para o clube, batendo de frente com a poderosa Samsung, Belluzzo volta a dizer “Nós queremos ser campeões”.
Queremos, todos. Mas sabemos que não só de contratações de peso se forma um time campeão.
Não vou cornetar um ou outro. Mas Belluzzo terá de reavaliar sua forma de conduzir as crises para não repetir os erros do ano passado, que infelizmente acabaram por diminuir seus feitos na formação do time.
Um comentário:
TEMEI BRASIL!
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