Um clássico que marcou uma saudável união entre as diretorias, que por sua vez estendeu-se a grande maioria dos torcedores. Ontem durante flashes de TV antes do jogo, ví certas coisas que me fizeram acreditar que ainda há esperanças para o problema da violência entre as torcidas e elas passam, em grande parte, pelas ações entre os mandatários dos clubes.
Nesses flashes, eu ví com meus próprios olhos, um corintiano com bandeiras e demais adereços, na fila de entrada da torcida do Palmeiras, sem que ele fosse perturbado. Ví ônibus de torcedor alviverde passando diante de membros da diretoria corintiana e não ser direcionado um único xingamento, apenas cantorias de festejo ao time do coração. Ví outro corintiano com a camisa roxa do Timão, parado e conversando com amigos diante do hotel onde estava a delegação alviverde, obviamente cheio de torcedores do time, sem que isso gerasse uma única confusão entre eles.
Como nem tudo são flôres, um ônibus de torcedor “organizado” do Palmeiras foi parado em blitz policial e com alguns membros, apreendidas bombas de fabricação caseira. Um foco de bandidagem no mar de esperanças que foi o clássico.
Foi dado um grande 1º passo, o exemplo foi mostrado, cabe agora a todas as diretorias de grandes clubes darem continuidade a essas ações e não repetir o clima de animosidade criado por tricolores e pelos mesmos corintianos no clássico anterior. Não cabe também espaço para notas como a emitida ela diretoria são paulina, tentando desqualificar a ação feita pelas diretorias de Palmeiras e Corinthians. Por que não a marca “Trio de Ferro” e não apenas “Derby”? Esse foi o tema da sensacional coluna do Mauro Cezar da ESPN, que disponibilizarei logo mais.
O Jogo.
A retranca armada por Mano Menezes não surpreendeu, o que me deixou perplexo foi a guilhotinada de Luxemburgo no tão elogiado esquema de velocidade que ele vinha implantando no time. Ao escalar 2 volantes, Luxa fez aquilo que eu vinha tanto cobrando em jogos de Libertadores, um meio mais pegador, mas com qualidade na saída de bola, afinal Sandro Silva faz muito bem a função de marcador, mas também a de ajudar na armação.
Cleiton Xavier foi liberado para armar, assim como Diego Souza, mas deixar Keirrison isolado no ataque foi um balde de água fria. O técnico sacou Williams e manteve os 3 zagueiros.
Com 6 defensores em campo, não dava para se esperar grandes coisas dos empobrecidos ataques e o 1º tempo foi um sono só, muito também devido ao calor provocado pelos 5 sóis para cada um no estádio. Keirrison pouco era acionado e Souza, péssimo, era um jogador a menos para o Corinthians
Na 2ª etapa, Luxa acordou e colocou Williams e desde então passou a ter o domínio do jogo.
Em bela enfiada de bola de Keirrison, Felipe errou bisonhamente, Diego Souza limpou o goleiro e fuzilou. Poderia ter saído outros gols, mas não era tarde de Keirrison, nem mesmo de Cleiton Xavier.
Quando Mano colocou Ronaldo, não que o Corinthians tenha melhorado substancialmente, mas voltou a ter 11 em campo, já que Souza saiu. O Verdão continuava melhor, mas pecava nas finalizações. Enquanto isso, o “gordinho” ensaiava o seu 3º e grande ato. O 1º deles foi feito pela ponta, onde levou a marcação do zagueiro e cruzou, na cabeça de Dentinho, que não conseguiu finalizar. Depois, fazendo aquilo que se espera de qualquer atacante e que Souza não consegue, mas Ronaldo faz de maneira brilhante, o Fenômeno mandou um balaço de fora da área, acertando caprichosamente o travessão de Bruno, que já estava batido no lance. E então, quando tudo parecia deteminado, a câmera mostrava Marcão colado em Ronaldo, escanteio pela esquerda, na cobrança, Ronaldo dá um passo para trás, suficiente para subir livre, no 2º pau e marcar o seu 1º gol depois de mais de 400 dias, um gol que o Corinthians não marcava no maior rival desde 2006.
Gordo, jogando com 1 saco de laranja nas costas, visivelmente sem ritmo, mas ainda assim, bastou sua presença para o Timão comemorar algo que nenhum dos outros atacantes nesses mais de 2 anos, havia conseguido lhe proporcionar.
No embalo de The Libertines – Last Post on the Bugle.
Cheers,
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Segue agora a coluna do Mauro Cezar Pereira da ESPN.
União entre Corinthians e Palmeiras gera reação lamentável do São Paulo.
"Em pouco tempo só existirão cinco grandes no Brasil. Pensei que Palmeiras e Corinthians anunciariam fusão para ficarem entre eles". A frase, publicada na coluna Painel F.C. da Folha de S. Paulo, é atribuída a Adalberto Baptista, diretor de marketing são-paulino. O motivo? A reunião na qual palmeirenses e corintianos apresentaram suas ações conjuntas para o derby deste domingo em Presidente Prudente. Provocação típica de torcedor, nada além disso. E ainda dizem que os dirigentes do São Paulo são diferentes dos demais, melhores, superiores... Talvez até sejam, afinal, a referência, em geral, é pífia, o parâmetro está sempre bem lá embaixo mesmo...Também pode ser que tal frase esconda o receio de que os dois maiores rivais estejam começando a acordar.
O Palmeiras tem na presidência um homem inteligente e de bom senso. O Corinthians nem tanto, mas a simples aproximação dos clubes é bom sinal. Claro que a convivência pacífica entre cartolas não irá tornar amáveis as relações entre as torcidas organizadas dos times, tampouco reduzirá a violência associada a tais grupos. Mas é um movimento saudável, capaz de gerar dividendos, como transformar um jogo que pouco vale em grande evento.
E o são-paulino, integrante de uma equipe que recebe elogios até pelas mais tolas ações ditas de marketing, como a venda de pedaços do gramado e o tal batismo tricolor, parece acusar o golpe. Se forem tão evoluídos como tentam nos convencer, os dirigentes do São Paulo se aproximarão de alvinegros e alviverdes para formar ações sob o rótulo “Trio de Ferro”.
Corinthians e Palmeiras não precisam se fundir para aumentar suas chances de superar o dono da hegemonia do futebol nacional. Basta que tenham pelo menos um olho nessa terra de cegos que é a cartolagem brasileira. Como faz a turma do Morumbi, que deve manter o dela bem aberto, afinal, unidos os dois podem, com um par de olhos, enxergar melhor do que os visionários tricolores.
http://espnbrasil.terra.com.br/maurocezarpereira/post/38004_UNIAO+ENTRE+CORINTHIANS+E+PALMEIRAS+GERA+REACAO+LAMENTAVEL+NO+SAO+PAULO
9 de mar. de 2009
Chazinho de Coca - Pinceladas do clássico e os 3 atos de Ronaldo.
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3 comentários:
Não se iluda, nada foi resolvido. O jogo foi em Prudente, se tivesse sido em São Paulo - onde deveria ter acontecido - o final para o torcedor talvez não fosse tão bonito.
A parceria entre os dirigentes foi bonita, mas só gerou resultados nos cofres dos clubes. Não teve nada de estimulante para manter a paz no estádio. Se fosse uma parceria forte e preocupada, teria batido o pé e exigido o jogo em São Paulo, com garantias da FPF e da PM para a segurança.
Não se iluda, eles não estão preocupados conosco.
E digo mais: mesmo gordo e com esse saco de laranjas que você disse aí, ele foi mais jogador do que os outros 21 em campo...
Não acho que ele tenha sido o melhor em campo. Acredito que haja uma diferença entre melhor e mais visado. Não fosse a falha bisonha do Felipe e teria sido o goleiro, o melhor do Timão. O Bixo evitou que saisse mais gols, sobretudo no 2º tempo. Não sendo ele e como o resto do Corinthians ficou devendo demais, o Ronaldo acabou sendo destaque sim.
Do jogo, entretanto, meu voto vai para o Diego Souza.
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