27 de mar. de 2009

A equiparação dos títulos nacionais


Bahia, Santos Plameiras, Cruzeiro e Botafogo, campeões da Taça Brasil, e Santos, Palmeiras e Fluminense, campeões do Robertão enviaram à CBF dossiês pedindo a equiparação dos títulos brasileiros. Ou seja, esses times buscam, por meio da CBF ser reconhecidos como campeões brasileiros levando-se em conta seus títulos do Robertão e da Taça Brasil.


Mas o que foram esses dois campeonatos? Veja abaixo os moldes de cada um, explicados pelo PVC:

1. TAÇA BRASIL - Disputada entre 1959 e 1968 em formato de Copa do Brasil. É a irmã mais velha da Copa do Brasil.
Jogava-se em mata-mata e o campeão só entrava na disputa nas fases finais. Em 1962 e 1963, o Santos só entrou no torneio nas semifinais, direito reservado por ser campeão do ano anterior. Em 1963, só precisou de quatro partidas para ser campeão.
Em vários países, a Copa começou a ser disputada antes do campeonato. Na Inglaterra, por exemplo. E nem por isso a Copa foi equiparada ao campeonato.
OS VENCEDORES - 1959 - Bahia, 1960 - Palmeiras, 1961 - Santos, 1962 - Santos, 1963 - Santos, 1964 - Santos, 1965, Santos, 1966 - Cruzeiro, 1967 - Palmeiras, 1968 - Botafogo.

2. ROBERTÃO - Disputado entre 1967 e 1970, em formato de campeonato, em dois grupos de dez, com campeão e vice de cada grupo disputando o quadrangular final em turno único e pontos corridos. Chamava-se Robertão, por ser a ampliação do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Rio-São Paulo, que passou a contar também com a participação de clubes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná -- Bahia e Pernambuco tiveram acesso a partir de 1968.
OS CAMPEÕES - 1967 - Palmeiras, 1968 - Santos, 1969 - Palmeiras, 1970 - Fluminense
A ampliação do Rio-São Paulo deveu-se ao crescimento do futebol de outras regiões.
A diferença em relação ao Brasileirão disputado a partir de 1971 é a criação da Segunda Divisão.
Contando a Segunda Divisão, o Campeonato Brasileiro tinha 17 estados representados a partir de 1971. Por isso, passou a ser chamado Campeonato Nacional.

Tais times buscam o reconhecimento de campeões brasileiros baseados no fato de que, a partir de 1971, data em que o título de "campeão brasileiro" começou a ser usado, o Campeonato Brasileiro teve diversos nomes: Campeonato Nacional, Copa Brasil, Taça de Ouro, Copa Brasil, Copa União e Campeonato Brasileiro.

Veja abaixo a opinião de alguns ilustres sobre o tema, bem como a de outros não tão ilustres assim. A seguir, tire suas próprias conclusões e comente:

PVC: "Sou contra. A frase definitiva, para mim, é de meu amigo Celso Unzelte. Você não precisa chamar Dom Pedro II de Presidente da República. Aliás, não pode.
Dom Pedro II era o homem mais importante da Nação no século XIX. Era o Imperador.

Bahia, Santos, Palmeiras, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense ganharam títulos extremamente relevantes entre 1959 e 1970. Ganharam a Taça Brasil, irmã mais velha da Copa do Brasil, e o Robertão, irmão mais velho do Brasileiro. Mas não se deve incluir esses títulos na galeria dos campeões brasileiros.
Quem conhece a história, sabe a importância de cada um deles.
Para quem desconhece, equiparar ou não não faz a menor diferença."

Mauro Cezar Pereira: "Sou contra a equiparação dos títulos de âmbito nacional como se todos valessem pelo campeonato brasileiro, reivindicação dos clubes campeões desses torneios entre 1959 e 1970. Até acho razoável, admissível, que se considere título nacional o torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, realizado nos quatro anos que antecederam o primeiro campeonato rotulado de brasileiro, o de 1971. Mas daí a colocar a Taça Brasil no mesmo patamar, convenhamos, é demais."


Mauro Beting:Por mim, o campeão do Robertão é tão campeão brasileiro quanto qualquer outro a partir de 1971. O campeão da Taça Brasil é tão campeão como qualquer campeão da Copa do Brasil a partir de 1989.

Mas embora entendendo que não houvesse outro torneio de caráter nacional até 1967; embora a Taça Brasil concedesse vaga para a Libertadores da América (disputada a partir de 1960), ainda não considero Taça Brasil e Robertão o mesmo tipo de torneio. O que não desmerece todos os campeões a partir de 1959. Nem tira o significado histórico e esportivo de cada conquista.”

João Paulo Tozo: "Acredito que equiparar o Robertão ao atual Campeonato Brasileiro seja algo coerente, ao se pensar que se tratava de um legítimo campeonato com representação nacional. Já querer equiparar a Taça Brasil é a mesma coisa que querer transformar os campeões da atual Copa do Brasil em campeões brasileiros, e isso não faz sentido.

Voltando à ótica de torcedor, pouco vai me importar a chancela de Campeonato Brasileiro aos históricos títulos conquistados pelo meu clube de coração. Dentro do que conheço da história do futebol brasileiro, a importância desses títulos foi escrita lá atrás, por pernas de craques e corações de torcedores . Não serão maiores nem menores depois de uma canetada Teixeiristica."

Rene Crema: "Eu não concordo, todos os torneios tiveram sua importância, porém, cada um tem seu nome, não podemos chamar o Roberto Gomes Pedrosa de Campeonato Brasileiro, cada um teve sua época, sua nomenclatura, para mim é uma questão bem simples.

Como palmeirense, sei dos títulos que meu time ganhou, e não me sentirei à vontade pra sair por ai falando que meu time tem 8 Brasileiros, logo mais os terá, hoje ainda não. Isso pra mim é chorar esmola, mascarar números..."

Fábio B. A.: "Sou contra. As coisas devem ser chamadas pelos seus nomes. Campeão da Taça Brasil é campeão da Taça Brasil, campeão do Robertão é campeão do Robertão e ponto. Não é uma mudança de nomenclatura que fará um título ou outro mais importante. O torcedor interessado sabe o quanto valeu cada troféu da Taça Brasil, do Robertão, do Brasileirão e por aí vai. O que não sabe, não se importa."

E você, leitor, o que acha? Comente!

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou contra. Começar a mexer no passado pode abrir precedentes sem fim. Exemplo, no âmbito sul-americano já teve Conmebol, Supercopa Libertadores, Mercosul, Sul-Americana e se times que já ganharam essas começassem a reinvindicar títulos continentais ia ser uma bagunça.
Em 1971, CBF e clubes concordaram que seria disputado o primeiro Campeonato Brasileiro com acesso e descenso para que qualquer time pudesse galgar divisões e chegar lá. Agora, 38 anos depois times vem reinvidicar validações por interesses unicamente próprios, não faz sentido, deviam ter feito isso em 1971.

Reno Machado

Anônimo disse...

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