12 de fev. de 2009

La Mano de Dios - A novela dos ingressos

A novela dos ingressos

Acho que, de tudo que li sobre a questão, ninguém deixou as coisas tão claras quanto o PVC, em artigo publicado em seu blog. Copio aqui o texto para quem ainda não leu.

Por que o São Paulo decidiu oferecer apenas 10% dos ingressos ao Corinthians e nos clássicos a partir de 2009? A lógica é comercial e absolutamente justa. Há três semanas, a coluna que escrevo na Folha de S. Paulo tocou nos números do Internacional. Enquanto o São Paulo luta para manter os 15 milhões de reais pagos pela LG pelo patrocínio de camisa, o Inter recebe apenas 4 milhões do Banrisul, mas consegue arrecadar 18 milhões de reais com seu projeto Sócio-Torcedor. São 77 mil torcedores que pagam 20 reais mensais. A cobrança era que o São Paulo tivesse um projeto semelhante, que ampliasse a arrecadação e permitisse ao menos sonhar em manter mais jogadores no futebol brasileiro.

Pois o Tricolor vendeu setores do anel térreo do Morumbi para três parceiros. A Volkswagen, os laboratórios Aché e a Espaço Único, empresa de Marcelo Neves, filho de Gilmar dos Santos Neves. Esses parceiros, o setor Visa - criado no antigo setor vermelho das arquibancadas - e os sócios-torcedores colocarão nos cofres do São Paulo 12 milhões de reais neste ano.

Então, é tempo de esquecer o período em que os clubes mamavam do estado e dos estádios construídos com dinheiro público. Quem consegue fazer dinheiro com estádio está à frente dos rivais. Cruzeiro e Atlético, com pouco dinheiro de patrocínio por estarem fora do eixo Rio-São Paulo, e sem a mesma facilidade para fazer projetos como sócio-torcedor, por dependerem dos estádios públicos, correm o risco de ficar para trás. O Inter faz 18 milhões de reais com o projeto sócio-torcedor e 4 milhões de patrocínio. O Palmeiras faz 15 milhões de reais de patrocínio e zero de sócio-torcedor. O São Paulo fará 15 milhões de patrocínio e 12 milhões com ações em seu estádio. São 27 milhões de reais, o passo inicial para tentar manter mais jogadores no Brasil. Na hora do clássico, não é justo que o São Paulo precise dizer a seus parceiros que não há espaço para eles, porque precisa dividir o estádio de maneira igualitária. O justo é fazer o dinheiro que precisa com o estádio que lhe pertence.

3 comentários:

Bruno Caccavelli disse...

Concordo e acho, inclusive, que nos clássicos deveria-se fazer o esquema de torcida única, à exemplo da Argentina.

O problema é que, no campeonato paulista, não há doois jogos, mas só um mandante. Um sairá beneficiado. Como escolher? Neste caso acho que o melhor seria dividir igualmente a venda dos ingressos.

Unknown disse...

Exatamente, Bruno...a ação tomada pelo Sp é corretíssima, salvo em jogos do Paulistão, onde é turno único e o mando nos clássicos é da FPF.

Fábio B. A. disse...

Esse negócio de torcida única não colou na Argentina e já não existe mais.

Eu acho que isso (a questão da torcida única) é muleta de uma polícia incompetente que não dá conta de garantir a segurança em dias de jogo.