4 de fev. de 2009

Do Blog do PVC - Blairo Maggi telefona. O tema é a sede do Pantanal para a Copa do Mundo de 2014.

Não é justo falar tanto do Mato Grosso e não falar do Mato Grosso do Sul, eu sei. Ocorre que recebi telefonema do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi. Por saber do acompanhamento diário da disputa da sede do Pantanal, o governador telefonou para dizer que pretende ter uma parte do dinheiro da construção do novo estádio José Fragelli vindo da iniciativa privada. E contou por que acha que Cuiabá vai ganhar a briga com Campo Grande para ser a sede pantaneira. Abaixo, a entrevista do governador, num momento político neste blog futebolístico:

PVC - Minha discordância do projeto da Copa é usar dinheiro público em obras de estádio. A informação que tenho é que o governo do Mato Grosso gastará R$ 350 milhões, tudo com dinheiro público. Sua assessoria diz que pode ser parceria público privada. Qual é a situação real?

BLAIRO MAGGI - Veja, o meu desejo é que seja parceria público privada. Estamos tentando encontrar empresas que participem do projeto. Mas eu já tenho o fundo pronto para construir o estádio apenas com dinheiro público se for necessário. Estamos nesse projeto da Copa do Mundo há bastante tempo e não podemos correr risco. É um período de turbulência econômica. Preciso estar preparado para fazer a Copa em Cuiabá sem dinheiro da iniciativa privada, se for necessário.

PVC - Por que o senhor acha legítimo usar dinheiro público na construção de um estádio?

BLAIRO MAGGI - Porque um estádio não serve apenas para o futebol, hoje em dia. O projeto é mais amplo, pode incluir shopping center, podemos usar o espaço como escola. Antigamente, um estádio era apenas a praça esportiva. Hoje, deve ser uma arena. Nosso estádio terá também um caráter social.

PVC - Uma das desvantagens de Cuiabá na disputa com Campo Grande é a imagem mais ligada do Pantanal ao Mato Grosso do Sul. Como o senhor avalia isso?

BLAIRO MAGGI - Nós estamos muito bem situados na disputa política. E na questão de ser a sede do Pantanal, também. Campo Grande está a quase 300 km do Pantanal, que fica mesmo em Corumbá. Em Cuiabá, nasce o Pantanal e aqui ele é tão bonito ou mais do que no Mato Grosso do Sul. Além disso, estamos a apenas 20 km do Pantanal.Para o Mato Grosso, é muito importante fazer a Copa justamente para acabar com esse tipo de imagem. Nós temos uma das regiões mais belas do mundo. Temos 74% de área preservada, regiões belíssimas como o Pantanal, a Chapada dos Guimarães e Águas Quentes. É uma oportunidade de mostrar isso para o mundo e trazer muito turismo para cá. A Copa é importante para o Mato Grosso.

PVC - A outra questão importante é o legado. Que os novos estádios não virem elefantes brancos, como os construídos pelos militares nos anos 70. Existe um projeto de revitalização do futebol no Mato Grosso?

BLAIRO MAGGI - Nós já estamos há algum tempo nesse projeto. Já investimos na formação de time em Rondonópolis e a ideia é ter um time na Série B. E nossa vontade, mas não é fácil. Nós estamos prá lá da periferia do futebol. E não há como separar economia do futebol. O Paraná passou a ter times fortes, quando se tornou um estado forte economicamente. O mesmo vale para o Rio Grande do Sul ou Goiás, um estado mais forte do que o nosso economicamente e com time na Primeira Divisão. Mas garanto a você. Para o futebol do Mato Grosso, a Copa do Mundo é o ponto de partida, não o ponto final.

http://espnbrasil.terra.com.br/pvc

Um comentário:

Anônimo disse...

O governador esqueceu de dizer das queimadas, dos crimes ambientais, do calor, do esgoto de Cuiabá jogado quase todo "in natura" no rio Cuiabá, da fumaça em Cuiabá, da falta de estrutura, do....