Bolas trocadas
Pois é, meus amigos, parece que esse é o ano da seleção. Como se já não bastassem as declarações ríspidas e rancorosas de Dunga, agora o torcedor brasileiro vê-se obrigado a engolir as palavras de alguns jogadores que pelo visto ainda não entenderam o que é jogar com a camisa amarela do Brasil.
Digo isso, meus amigos, pois desde o jogo contra a Argentina ouvi ou li muitos dos nossos "craques" reclamando das vaias dos torcedores, criticando as palmas ao verdadeiro craque Messi e cositas mais, dizendo que o torcedor não reconhece o esforço que eles fazem, vindo das férias dos campeonatos europeus para defender a seleção canarinho, sem descanso, longe das famílias...
Pera lá, cara-pálida, acho que as bolas foram trocadas. Que história é essa de reconhecimento pelo esforço? Que tom é esse, como se defender a seleção fosse um favor? Que subserviência do torcedor é essa que esses cabeças de bagre querem? Esses manés não entenderam ainda o que representa para eles vestir aquela camisa e, ao mesmo tempo, o que eles representam para nós quando a vestem.
Esses caras, talvez ofuscados pelos milhões que ganham (ou que almejam ganhar), não entenderam ainda que, ao vestir a camisa da seleção eles encarnam um time que já teve desde Leônidas da Silva na década de 40 a Romário e Ronaldo nos anos 90 e 00. Hoje eles jogam no time que já teve Pelé, Tostão, Garrincha, Zico, Sócrates, Gérson, De Sordi, Bellini, Félix, Barbosa, Marcos e muitos outros gênios. Eles não entenderam que ao entrar em campo todo torcedor espera que sejam iguais ou melhores que esses mestres. E, ao mesmo tempo, não sacaram que quem está fazendo favor é a seleção em escolhê-los para representá-la, e não o contrário.
Meus amigos, eu acredito que palmas recebe quem merece. Respeito tem aquele que o conquista. E craque é aquele que é bom com a bola dentro de campo e com a palavra fora dele. Vendo por essa perspectiva, muitos dos nossos jogadores ainda têm muito o que aprender.
Ao som de Charlie Parker's Reboppers - Meandering. Charlie Parker (alto sax), Miles Davis e Dizzy Gillespie (trompetes), Argonne Thornton (piano), Curley Russell (baixo), Max Roach (bateria). Malandro, isso que é seleção!
23 de jun. de 2008
La Mano de Dios - Bolas trocadas
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