19 de ago. de 2010

CHAZINHO DE COCA - A PERSONIFICAÇÃO DO AMOR PALMEIRENSE.



Texto: João Paulo Tozo
Imagem: Lancenet!

Vou abrir um pouco do meu lado torcedor ao amigo que me lê.

Torcer e rezar, ao menos para mim, são ações conflitantes. Penso com meus botões que, se há a reza, há a crença nos princípios de igualdade perante Ele – não importa quem Ele seja, a qual religião pertença ou mesmo que formato tenha.

No futebol quando torcemos no sentido de empurrar nosso clube ao êxito, imediatamente anulamos qualquer princípio de igualdade ao próximo – neste caso, próximo é o adversário. Nossa idéia é que o nosso seja vitorioso e o do outro seja o derrotado. Independente de merecimentos ou do raio que o parta.

Fazer sinal da cruz, pedir benção ao craque do time, prometer seja lá o que for em troca de uma vitória, não são ações que me aproximam da sensação da vitória do meu time.

Meu time. Meu clube. Minha história.

Enxergo-me como um conflito ambulante. Se me prender a questão levantada nos parágrafos acima então, como devo proceder?

Volto a perguntar e completo a questão:

COMO PROCEDER quando se torce por um clube que está nas mãos de uma divindade?

Literalmente em suas mãos. Literalmente uma divindade. Literalmente alheio a qualquer co-relação religiosa.

Ainda assim, um santo.

Eu não rezo para que o Palmeiras vença seus jogos. Mas eu peço a proteção a São Marcos.

Eu posso. O amigo alviverde pode. O brasileiro pôde em 2002.

Santo faz milagres.

Marcos tem as suas assinaturas milagrosas que enchem as retinas dos palmeirenses. Milagres empunhados a mãos lesadas, a mãos pesadas, a mãos santificadas.

Os santos carregam em suas vidas as marcas do sofrimento. Marcos as carrega em suas cicatrizes – pinos, placas, parafusos.

Todas elas, cicatrizes, pinos, placas e parafusos adquiridos em prol de algo maior que todos nós. Algo que só não é maior do que a paixão que sentimos por esse algo. Esse algo que é sim maior que o Marcos. Mas que encontra em Marcos a personificação maior do amor que o palmeirense tem pelo Palmeiras.

As palavras escapam por entre meus pensamentos entorpecidos pela paixão ao Verde, pela admiração ao Santo, pela magnificência de pertencer a essa estirpe.

As emoções transbordam e enlaçam meus dedos quando não enxergo em minhas palavras aqui escritas a homenagem nem mesmo próxima do merecimento da figura analisada.

Por que Marcos é um cara só. Mas é sozinho a síntese de toda a paixão e devoção que o palmeirense tem pelo Palmeiras.

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