Texto: Beto Almeida
Foto: UOL
“Ôôôôôôô, nosso freguês voltou...” cantava a torcida alvinegra num Pacaembu de 30 mil pessoas que assistiam um clássico chamado Majestoso, aquele protagonizado por Corinthians e São Paulo – este que não veio ao jogo, aquele aplicando sonora goleada acompanhada dos gritos de olé dos fiéis discípulos de São Jorge que voltaram muito felizes pra casa, de metrô, busão, carros, motos e – pasmem – até mesmo a pé, meio de locomoção pouco praticado nas pirambeiras ao redor do estádio.
O placar de 3 x 0 para o Timão até que foi tímido diante do massacre imposto aos tricolores da Vila Leonor, devotado freguês da venda corinthiana, onde sempre volta pra comprar derrotas e é sempre bem atendido. Aquele chocolate suíço que todo mundo gosta.
E a massa de corinthianos agradece o show, um balé digno do Bolshoi e do Grupo Corpo e outras companhias famosas, até Mano Menezes compareceu aos camarotes da casa de espetáculos para matar saudades do time que o alçou à Seleção Brasileira.
- Aí, deixa de enrolar e fala como foi o jogo!
Tá bom, caro leitor, caríssima leitora, falo.
As duas equipes entraram em campo acompanhados dos respectivos mascotes, perfilaram-se e entoaram o hino nacional. O juiz jogou a moeda pro alto e a saída de bola coube ao time do São Paulo. Aqui se encerra a participação do tricolor na partida.
O Todo-Poderoso foi pra cima dos bambis (alcunha dada aos são-paulinos pelos torcedores rivais) numa verdadeira blitzkrieg, ou seja, serviu o trivial costumeiro. O domínio do Timão na partida era evidente e o primeiro gol alvinegro saiu aos 21 minutos, num chute de fora da área de Elias, bem no canto esquerdo do goleiro-ícone Rogério Ceni.
É agora que faço minha análise tática das equipes:
- O técnico corinthiano Adilson Batista mandou muito bem tirando o Danilo do meio-campo, substituindo-o por Jucilei e colocando Elias para jogar mais adiantado. Com essa mudança o Maior de Todos ganhou mais velocidade neste setor do gramado, com Elias e Jucilei chegando de surpresa no ataque e livres de marcação. Foi aí que o Corinthians ganhou o jogo.
- Torcedor tricolor, me desculpe, mas fazer uma análise tática da equipe da Vila Sônia é uma tarefa mais difícil que fazer campanha para eleger o Serra presidente do Brasil.
Depois deste brilhante aparte no texto, onde o autor nos brinda com a chave para a compreensão da partida, continuamos com a programação normal – o passeio corinthiano na avenida tricolorida, pois que Elias marca seu segundo gol no certame aos 41 minutos.
E assim foi o primeiro tempo.
Pois é, jogar com time pequeno dá nisso, alegria da Fiel Torcida que não parava de cantar nas arquibancadas, mesas de bares e sofás de sala em todo o país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas que beleza!
O segundo tempo não foi diferente do anterior, o massacre corinthiano continuou sangrento e sanguinolento, o goleiro Rogério Ceni operou mais milagres miraculosos e Jucilei fez o terceiro gol alvinegro, para alegria da torcida e aqueles clichês todos que costumo escrever nestas horas.
Aí o grito de olé imperou e ao time do São Paulo só restou torcer pro jogo acabar logo e não tomar mais umas bolas na rede. Coisa normal.
E o jogo acabou, a rodada também. O Timão está em segundo lugar no Campeonato com 31 pontos, dois pontos atrás do Fluminense que teima em ficar na liderança mesmo sendo dirigido pelo Muricy Ramalho, rei do chuveirinho e das goleadas de 1 a 0. Vá lá, tem muitos jogos ainda e o Tricolor carioca ainda vai dar seus tropeços.
Resta-me agora agradecer ao Timão pelo sono tranqüilo e as alegres mensagens de vivas enviadas pelos amigos ao meu celular. Essas pequenas alegrias não têm preço.
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