26 de fev. de 2010

Chazinho de Coca - Palmeiras de Antônio Carlos despacha o Flamengo do PI.

O atento torcedor que parar para analisar os dois jogos do Palmeiras, contra o mesmo Flamengo do Piauí, tentará entender como que pode a mesma equipe apresentar padrão de jogo tão distinto em cada uma das partidas.

O elenco é o mesmo que até outro dia era achincalhado por todos e tido como incapaz de exibir bom futebol.

O que mudou nesse pequeno espaço de tempo?

Nesse meio tempo o Palmeiras apresentou o jovem meia Ivo, ex Juventude. Nada entusiasmante a princípio.

Tomou um sacode de 4X1 do São Caetano, em pleno Palestra Itália.

Muricy Ramalho caiu. Antonio Carlos Zago assumiu.

Essa alteração no comando técnico trouxe também mudanças na distribuição tática dos jogadores. Os mesmos jogadores.

Diego Souza voltou a ser meia, sua posição de origem. O time voltou a ter somente dois volantes. Apenas 2 zagueiros. Todos os 4, devidamente ajustados em suas posições.

Lenny, atacante de ofício, mas esquecido, voltou a formar dupla de ataque. Robert, até então único atacante que vinha sendo (mal) escalado, ganhou companhia, ganhou confiança, gerou esperança.

Saíram de sua cabeça os dois gols da vitória incontestável, do então time sem qualidade, sobre o rival São Paulo, no tradicional choque-rei.

Até Marquinhos, que nem no banco vinha ficando e que quase foi embora do time, voltou no clássico e teve papel preponderante na vitória verde.

Ontem, contra o Flamengo menos famoso e bem menos qualificado, não foi AQUELE teste definitivo para atestar essa recuperação do Verdão. Mas algumas gratas constatações podem ser feitas sobre a nova forma de jogar do time.

A 1ª e acho que principal mudança. As jogadas aéreas deixaram de ser a única forma de o time chegar ao gol, ou no que vinha acontecendo, de tentar chegar ao gol adversário. Mas passou a ser uma, das tantas jogadas do novo arsenal do time. Ontem teve gol de cabeça, gol em jogada com triangulação, golaço de volante posicionado mais a frente do que vinha ficando. Enfim, um verdadeiro ensaio do que pretende ser esse time de Antônio Carlos.

Se antes o elenco era esvaziado e não permitia poupar jogadores fundamentais, ontem, com praticamente o mesmo elenco, Tonhão poupou Cleiton Xavier, o principal criador de jogadas do time. Além de Wendell e Marcio Araujo.

Promoveu o retorno de Figueroa na vaga de Wendell e certamente promoveu sua 1ª dor de cabeça. Figueroa foi muito bem e o chileno alimenta o ataque com muito mais eficácia do que Wendell.

Marquinhos iniciou uma partida, fato que não ocorria desde maio de 2009. O meia atacante fez talvez a sua melhor atuação desde que explodiu como a grande revelação do BR08, quando ainda jogava no Vitória. No Palmeiras, certamente foi sua melhor exibição, das poucas a que teve oportunidade.

Zago mandou também a campo o volante Edinho, que jogou um pouco mais avançado do que o habitual. Resultado? Edinho aparecia como elemento surpresa a todo instante, mas pecava nas finalizações. Isso até que, com o jogo já definido, Antônio Carlos promoveu a estréia de Ivo.

O meia que falou grosso em sua apresentação, não titubeou e na 1ª bola que recebeu fez ótima jogada pela esquerda, foi até a linha de fundo e cruzou forte, onde Edinho, com um lindo voleio, mandou um canhão no canto oposto do goleiro – golaço!

Edinho comemora seu 1º gol no Palmeiras (Foto Eduardo Vianna - Lancenet)

Não apenas taticamente, mas outra grande e benéfica mudança no Palmeiras de Antonio Carlos em relação ao de Muricy é a forma de tratar o material humano. Devidamente retratada quando ele lamenta o fracasso nas negociações com o centroavante argentino Farías

“O Farias não vem mais. Agora é torcer para o Robert não se machucar. O plantel será o mesmo até o final do Paulista. Mas não se preocupem que o nosso time é muito bom”

Quanta diferença!

Na próxima fase da Copa do Brasil o Palmeiras enfrenta o Paysandu. Jogo marcado a princípio para 17 de abril.

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Vou largando a barca, não sem antes lhes indicar o som que embala a feitura deste post: Clan Of Xymox – Louise


Cheers,

Um comentário:

Rene Crema disse...

as perspectivas estao muito mais saudaveis!