Bravos
Um time de bravos. Foi isso que vi ontem no jogo entre Boca Juniors e Colo-Colo pela Libertadores da América. Jogando na Bombonora - só quem já pisou lá sabe o que é! - o time argentino precisava vencer para continuar vivo na Libertadores e tentar apagar o fiasco do jogo no Chile. E a batalha do Boca já começou épica: Riquelme não jogava, mero espectador devido a uma contusão. Há quem diga que ele é a alma desse time - eu mesmo pensava isso -, mas ontem vimos onze jogadores darem tudo de si numa partida.
Logo aos 22 minutos do primeiro tempo o jogo já dava sinais de que terminaria como um tango argentino: em tragédia. O jovem Monzón foi expulso em um lance infantil. E aos 25 o Boca viu Byzcaisacu marcar pelo Colo - Colo. Como se não bastasse, viu Palermo, o grande ídolo, perder um pênalti. Ele, que já perdeu muitos na carreira! Seria o bastante para calar torcidas no Brasil - mas não os fanáticos hinchas do Boca! Seria o bastante para derrubar muitos times no Brasil - mas não os bravos do Boca!
Seria o bastante para sepultar em campo muitos atacantes no Brasil - mas não Martin Palermo. Aos 29 ainda do primeiro tempo foi dele o gol de empate, metendo heroicamente a cabeça na chuteira do zagueiro chileno e empatando a partida. Gol que só aqueles que dão o sangue por um time seria capaz de fazer.
A batalha continuava, e aos 42 do primeiro tempo Byzcaisacu marcaria novamente. Tudo parecia perdido, parecia que a Roda da Fortuna girava mais uma vez e a imprevisibilidade do futebol dava mais uma vez as caras. Tudo parecia perdido, mas não para os quarenta mil fanáticos que lotavam a Bombonera.
E foi a alma desses quarenta mil que entrou em campo com o Boca na segunda etapa. A impressão que dava era de que o Colo - Colo jogava com um a menos, dada a fúria com que o Boca atacava. O gol não tardou a sair: 2 - 2 logo nos primeiros minutos. Gol de Gracian, substituto de Riquelme no jogo. Mais do que merecido. Talvez o gol mais importante de sua carreira.
A essa altura, o empate já estaria de bom tamanho para muitos times e muitas torcidas. A essa altura, o jogo já era memorável. Mas o Boca queria mais. Sempre indo para cima contra um Colo - Colo encurralado, impressionado com a entrega dos jogadores argentinos. Aos 15 minutos Palacio, o algoz, virava o jogo. Fortuna fazia a Roda girar mais uma vez. E se o Boca era só talento e garra do meio campo para frente, era uma muralha intransponível atrás, com Caranta sendo o colosso que barrou duas vezes as bolas que selariam o destino de seu time.
Parecia o bastante. E ainda assim não era. Cardozo consumava o ato ao marcar um lindo gol de fora da área aos 43 minutos. Mas como o jogo era na Argentina e nada é fácil para o Boca Juniors, o final foi digno das mais clássicas milongas: o Colo - Colo marca mais um aos 47 minutos. 4 - 3 para o Boca e fim de jogo.
A partida de ontem será um marco na história repleta de conquistas do clube Xeneize. Uma história de superação e de bravura. O dia em que dez foram onze, mil, quarenta mil, e mostraram que o Boca segue sim muito vivo rumo ao heptacampeonato.
Nunca a frase de Albert Camus, "a maior parte daquilo que sei da vida aprendi jogando futebol", fez tanto sentido.
Rapidinhas: Semifinal com quatro grandes? Não se depender do Guaratinguetá. O time do interior venceu fácil seu jogo contra o Mirassol e segue em primeiro lugar na tabela do Paulistão. O São Paulo também venceu ontem sem passar sufoco e ocupa o terceiro lugar. Ao que tudo indica, um dos quatro grandes vai assistir as semifinais em casa.
Pois é, meus camaradinhas, não tem como não dedicar a música do dia ao time do Boca Juniors, um time de bravos:
Flicts - Canção de Batalha
28 de mar. de 2008
La Mano de Díos - Bravos
27 de mar. de 2008
Palmeiras 1 X 0 Portuguesa. E o Palestra Itália tremeu!
Palmeiras 1 X 0 Portuguesa. E o Palestra Itália tremeu!
Não foi a final, não foi um mega clássico, mas foi no Palestra! O mesmo Palestra que até pouco tempo causava arrepios no torcedor alviverde e até mesmo nos jogadores palmeirenses. O mesmo Palestra que está acostumado a ver o torcedor empurrar a equipe, mas também está muito acostumado a ser palco de decepções monumentais.
Antes a pressão existia, a bola vivia cruzando a pequena área inimiga, batia na trave, o zagueiro salvava em cima da linha ou o goleiro adversário operava milagres e a bola não entrava. Chegava ao fim da partida e muitas vezes o empate em casa com um time de menor expressão ou mesmo uma doída derrota, causava um ensurdecedor silêncio de 25 mil vozes. As decepções foram muitas, as desclassificações, as eliminações, tudo.
O que mudou daqueles times esmeraldinos para o atual Palmeiras? A pressão da torcida continua, o adversário continua jogando com 11 zagueiros e o gramado permanece uma draga. Será tão grande a diferença tática entre Caio Júnior e Luxemburgo? O time passou de regular para o ser o time da moda, o time a ser batido? Algo mudou, isso é fato!
O Palmeiras tem mostrado um padrão tático que há muito tempo não se via. Meio campo altamente técnico, bola passando de pé em pé, jogadas arquitetadas e muito bem executadas. Contudo, na partida de ontem, Kleber fez falta e Alex Mineiro não estava em noite inspirada e o jogo se arrastava para mais um 0X0 típico de Palestra Itália, um domínio não retratado em gols. Fosse no ano passado, a torcida já teria se silenciado aos 48 do segundo tempo. Mas parece mesmo que algo está mudado. Ontem a bola cruzou a área, a bola bateu no travessão, só que não teve zagueiro salvando na linha, não teve milagre do goleiro, mas teve o predestinado Jorge Preá conferindo. O gol aconteceu! Foi chorado, minguado, suado, a bola entrou e a vitória veio, do jeito que a torcida gosta. EXPLOSÃO!
E o Palestra? TREMEU!
A trilha que embala essa postagem é:
Echo & The Bunnymen – Over The Wall
Abraços.
Os dois lados da moeda - a volta (provisória) do exílio
Falar sobre futebol com a Tv a cabo funcionando como radio monofônico é tarefa ingrata. Ainda assim, em tal condição precária, escutei dois bons debates no "Arena Sportv" essa semana.
Na quarta o convidado do programa foi o presidente do Flamengo, Márcio Braga. Entre um "causo" interessante e outro, ele comentou acerca da Timemania, jogos na altitude, propôs a volta do torneio Rio-São paulo com o exugamento do número de participantes dos campeonatos estaduais. Falou do bom relacionamento que o rubro-negro mantém com times como Botafogo e Corinthians e, com auto-crítica, disse que os maiores responsáveis pela atual situação do futebol brasiliero são as próprias agremiações, que não utilizam (unidas) sua força para lutar por interesses comuns.
Terça-feira o programa enveredou por uma discussão sobre o papel da imprensa esportiva. Embora recheada de clichês, foi louvável a iniciativa do Cleber Machado de, tal qual o presidente do Flamengo, olhar e expor o próprio umbigo. Alias, diga-se, não é a primeira vez que o programa explora esse tema. Sugiro, no entanto, que para uma discussão mais profícua trouxessem algum Teórico da Comunicação com mais embasamento. Acho isso mais interessante do que ficar analisando 10x seguidas o replay de um lance com múltiplas interpretações.
Fechando com dicas musicais frescas:
Camille Dalmais - Music Hole
Portishead - Third
M83 - Saturdays = Youth
25 de mar. de 2008
La Mano de Díos - 100 anos de C.A.M.!
"Belo Horizonte era uma cidade recém-nascida quando um grupo de estudantes se encontrava no Parque Municipal, na avenida Afonso Pena, para jogar suas costumeiras peladas. A bola, feita com meia, dava a exata noção da jovialidade da turma. Mesmo assim, os jogos eram tratados com tamanha seriedade que o número de peladeiros ia aumentando com o tempo. A importância da bola para aqueles estudantes culminou na idéia, cada dia mais real, de fundar um clube de futebol. Assim foi que, numa quarta-feira, no dia 25 de março de 1908, os estudantes mataram aula para se encontrar no campo de peladas, no Parque Municipal, onde fundaram o Atlético Mineiro Futebol Clube.
Como bons peladeiros que eram, os fundadores do Atlético também foram os primeiros jogadores do clube. O campo, improvisado, foi feito sobre um terreno irregular, no alto de um morro, onde a bola rolava muitas vezes barranco abaixo. A primeira redondinha, aliás, foi comprada já gasta, de segunda-mão. O primeiro jogo, contra o Sport Club Futebol, não poderia ter sido melhor: 3 x 0 para o Atlético. O resultado animou ainda mais a diretoria a lutar por material esportivo e um campo em melhores condições. A primeira derrota, no entanto, não demoraria a acontecer. O Grambery, de Juiz de Fora, jogou água na iniciante fervura atleticana. Fez 5 x 1 e, mais tarde, numa revanche, ratificou a superioridade com outros 3 x 1. A torcida do Atlético, que crescia, já fazia juz à fama de aguerrida. Pouco tempo depois de perder para o Grambery, o Atlético enfiou 7 x 0 no adversário. Foi o bastante para os torcedores criarem a máxima de "vingador", que mais tarde iria constar do hino do clube. Com o crescimento nos quatro primeiros anos de vida, em uma assembléia geral, o nome do clube foi mudado de Atlético Mineiro Futebol Clube para Clube Atlético Mineiro."
Hino do Atlético Mineiro:
"Nós somos
Do Clube Atlético Mineiro
Jogamos com muita raça e amor
Vibramos com alegria nas vitórias
Clube Atlético Mineiro
Galo Forte Vingador.
Vencer, vencer, vencer
Este é o nosso ideal
Honramos o nome de Minas
No cenário esportivo mundial
Lutar, lutar, lutar
pelos gramados do mundo pra vencer
Clube Atlético Mineiro
Uma vez, até morrer
Nós somos campeões do gelo
O nosso time é imortal
Nós somos campeões dos Campeões
Somos o orgulho do Esporte Nacional
Lutar, lutar, lutar
Com toda nossa raça pra vencer
Clube Atlético Mineiro
Uma vez até morrer"
Pois é, camaradinhas, hoje um dos clubes mais tradicionais do Brasil faz cem anos! E o presente desse blog não podia ser outro, dada a quantidade de mineiros que andam nos prestigiando: segue abaixo uma lista com os grandes craques que já passaram pelo grandioso Clube Atlético Mineiro, o Campeão do Gelo!
João Leite - goleiro 1976 -1989 e 1992
Kafunga - goleiro 1935 - 1955
Taffarel - goleiro 1995 - 1998
Nelinho - lateral direito 1982 - 1987
Luizinho - zagueiro 1978 -1989
Vantuir - zagueiro 1969 - 1979
Cincunegui - lateral esquerdo 1968 - 1973
Gilberto Silva - volante 2000 - 2002
Toninho Cerezo - volante 1973 - 1983
Paulo Isidoro - meia 1975 - 1979 e 1985 - 1987
Reinaldo - atacante (há quem diga que foi melhor que Pelé!) 1973 - 1985
Mário de Castro - atacante (integrante do chamado "Trio maldito") 1926 - 1931
Éder - atacante 1980 - 1985 e 1989 - 1990
Dario - atacante 1968 - 1972, 1974 e 1978 - 1979
Telê Santana - (o Mestre) técnico - 1970 - 1971, 1972 - 1975 e 1987 - 1988
Parabéns, Galo! Que seu futuro seja repleto de glórias!
22 de mar. de 2008
Uma boa e simples xícara de chá
No meu caso eu realmente não sei onde foi a falha da minha formação de cultura pop que me fez não gostar de Bob Dylan, que me fez não dar a mínima para exposições artísticas e que, pra piorar, me fez fã de cerveja escura e devoto do futebol inglês! (Yeeeeeeeeeeaaah!)
O Futebol Inglês entrou em minha vida no ano de1999, quando o Palmeiras enfrentou o Manchester United pelo Mundial no Japão e perdeu de 1X0, de um time que tinha conseguido uma façanha histórica ao vencer de virada e nos acréscimos o todo poderoso Bayern de Munique por 2X1 na Champions League.
Nos anos 2000 continuaram a acontecer façanhas interessantes pros lados da Inglaterra: contratações de jogadores brasileiros para a disputa da Premier League (Kleberson, Gilberto Silva, Doriva, Fabio Aurélio, Juninho, Ricardinho, entre outros); comecei a ter um bom relacionamento com o Arsenal após ler o livro Febre de Bola e o time vencer a Premier League sem perder uma partida sequer; o Chelsea monta um timão pra temporada 2004/05 e levou o caneco, claro; em 2005 o Liverpool vence a Liga dos Campeões, após estar perdendo por 3X0 no primeiro tempo pro Milan (de Kaká e Shevichenko); ou seja, coisas realmente interessante no futebol inglês.
Mas a pior delas aconteceu em janeiro 2006 que foi o ano da copa e eu comecei a analisar como seria a escalação da seleção inglesa para a competição, analisar qual jogador estava bem, quem realmente tinha condições... essas coisas! Aí descubro que a base do time campeão de 66 (pior Copa da seleção canarinho, onde Pelé se contundiu num jogo contra Portugal --que só foi pra Copa pra bater--, fazendo até com que o ‘Rei’ dissesse que aquela fora sua ultima copa –que, graças à Ditadura Militar, não foi e Ele pode brilhar em 70) era um ‘timeco’ chamado West Ham, que, mesmo tendo a melhor categoria de base de toda a Inglaterra, nunca ganhou nenhum campeonato de expressão.
E como paixão por futebol é uma das mais intensas de todas as paixões, fui pego por esse time da zona leste de Londres, que tem até um filme chamado ‘Hooligans’ contando um pouco da história da torcida do time.
Na temporada de 2006/07 o time fez 2 surpreendentes e atípicas contratações: Mascherano e Tevez. Atípica pois tratava-se de jogadores estrangeiros (Argentina) e que chegaram no clube por intermédio de Kia, que todos conhecem. Mesmo com a saída de Mascherano do time no meio da temporada, Carlitos ficou e SÓ salvou o time do rebaixamento fazendo o gol da vitória do West Ham contra o Manchester em Old Trafford (mais tarde o ex-Corinthians se transferiu para os Red Devils --time que aliás, ja havia vestido uma camisa quando estava no time de Parque São Jorge)
Pra temporada atual o time fez algumas contratações importantes como Kieron Dyer (meia, ex Newcastle), Craig Bellamy (atacante, ex-Liverpool) e Fredrik Ljungberg, que após 8 temporadas deixou o time do Arsenal, alem de jogadores que já estavam no elenco como o goleiro Robert Green e o meia Scott Paker (e ambos costumam aparecer nos amistosos da seleção).
Mas com o estaleiro cheio devido ao grande número de jogadores contundidos na temporada, o sonho de uma vaga na Copa dos Campeões foi ofuscado e o time ocupa até o momento a apática 10º colocação da Premier League.
A Partida de hoje
E hoje, eu, depois de uns 5 meses, finalmente pude assistir a uma partida dos Hammers acompanhado de uma boa xícara de chá. Um jogo fora de casa, contra o 7º colocado Everton, que esta na briga por uma vaga na LC e só tem 2 jogadores titulares fora da partida.
Como a cada escalação do West Ham sempre tem algum jogador diferente, já havia previsto que o jogo seria complicado e, de certo modo, chato, com muitos chutões, fraco tecnicamente... essas coisas.
E não deu outra: Mesmo com uma bola na trave aos 5 mim de jogo, quem abriu o placar foi o Everton aos 7 e que só não teve vantagem aumentada por conta de um gol mal anulado pelo juiz. Mas mesmo assim, qm dominou primeiro tempo foi o time da casa.
Mas aí, no segundo tempo o técnico (Allan alguma coisa) viu a bela da merda que tinha feito ao entrar com o português Luiz Boa Morte na frente (quase como um atacante), o substituiu por um jovem e promissor atacante que foi promovido recentemente da Academy of Football, Fred Sears.
Aí sim o jogo começou. Com 50 minutos de atraso, mas finalmente o jogo começou. Foi incrível ver como o time inteiro aposta nele também, como passaram a cadenciar mais o jogo, a tocar mais a bola e, numa jogada lateral surge um cruzamento e o perna de pau Dean Ashton guarda o dele, empatando a partida. Sears (que havia salvado o time da derrota em casa no ultimo jogo contra o Blackburn) quase faz o dele no finalzinho.
O que era de se esperar, realmente aconteceu e a partida terminou empatada. Porem, que o time do West Ham jogasse bem pelo menos um tempo, definitivamente não era esperado.
Go Hammers!!!
Este texto foi escrito ao som de meu dj set (http://www.zshare.net/audio/93496882f604b8), do jogão Juventus vs. Inter Milão (2X1 Juve) e do disco homônimo de estréia da banda Kasabian!
O Cinqüentenário
Melhor do que camisa da Nike a R$ 270,00, segue o link da Rádio Nacional, com arquivos de áudio e imagens originais do primeiro título mundial brasileiro, neste que é o ano do Cinqüentenário:
http://www.radionacional.am.br/wordpress/
Link copiado do blog do Juca (http://blogdojuca.blog.uol.com.br/)
A imagem acima é a reprodução do esquema tático brasileiro na Copa de 58. Parece mentira, não?
21 de mar. de 2008
Rapidinha: Zagueiro Henrique é convocado para a seleção brasileira.
Rapidinha: Zagueiro Henrique é convocado para a seleção brasileira.
Vou quebrar o script para comentar a inesperada, mas não surpreendente convocação do zagueiro Henrique do Palmeiras para a seleção Brasileira.
O zagueirão do Palmeiras, Henrique, que foi contratado a peso de ouro no início da temporada, chegou ao clube com fama de possuir técnica apurada e com respaldo de Luxemburgo. Jogou pelo Coritiba e ganhou destaque ao ser campeão da série B, tendo sido um dos grandes destaques. Henrique chegou ao Palmeiras como promessa, mas logo mostrou seu potencial, não sentindo o peso da camisa e assumindo logo a condição de titular absoluto da equipe.
Os mais atentos já apontavam o zagueiro de 21 anos como jogador com potencial para assumir a amarelinha, mas ninguém esperava que fosse ocorrer tão depressa. Henrique vai ocupar a vaga deixada por Juan.
Sobre a convocação, Henrique disse o seguinte:
“Fiquei muito feliz. O Fábio (Finelli, assessor de imprensa do Palmeiras) veio me falar, duvidei e perguntei para ele umas quatro cinco vezes se era verdade. É o fruto de um trabalho, todo o grupo do Palmeiras me ajudou e agradeço também aos companheiros”.
E mais:
- Não sei o que chamou a atenção do Dunga.Talvez a velocidade, a marcação e a saída de trás. Sabia que aqui no Palmeiras teria uma visibilidade muito grande, mas não esperava que fosse tão rápido assim. Agora quero agarrar essa oportunidade - afirmou.
O goleiro Marcos comentou e aprovou a chance dada ao companheiro. Fala aí Marcão:
“O Henrique é um zagueiro que todo mundo procura. Ele tem muito recurso e é rápido. Aqui no Palmeiras, todo mundo acreditava que ele jogaria na Seleção e estamos felizes por ele. Tenho certeza que ele vai ajudar muito o Palmeiras e a Seleção”.
Parabéns ao ótimo Henrique!
Quer saber mais? Alguns colunistas do Lance! Net comentam e aprovam a convocação:
http://www.lancenet.com.br/clubes/PALMEIRAS/noticias/08-03-21/259340.stm?
Ao som de Suede – Everything Will Flow
Abraços.
La Mano de Díos - A Libertadores e o Imponderável
A Libertadores e o Imponderável
Pois é, camaradinhas, mais uma rodada da Libertadores passou e mais uma vez a emoção tomou conta de torcedores, tão dopados nos campeonatos estaduais cada vez mais previsíveis.
Conto aqui o que eu vi:
Flamengo 2 x 0 Nacional
No Maracanã, o Fla fez a lição de casa e tentou apagar o vexame (futebolístico e humano) dado no Uruguai. Não foi uma partida brilhante, o adversário não era tudo isso que foi insinuado em Montevidéu e o Flamengo resolveu jogar bola e esquecer o vale-tudo. Talvez porque Toró não estava em campo?
Souza mais uma vez não marcou os gols que a torcida rubro-negra esperava, mas o tio do churrasco, Joel Santana, fez bem liberar Marcinho na lateral, pois foram de jogadas dele que saíram os gols, um em bela jogada e outro em rebote de uma cabeçada de Juan.
E se o jogo não termina enquanto Obina não marca, talvez estivéssemos vendo essa partida até hoje. Minha avó manca faria aquele gol que Obina - melhor que Eto'o - perdeu aos 33 do segundo tempo.
O Flamengo não jogou bem, mas com a ajuda do camisa 12 - a grande torcida rubro-negra - e muita raça, venceu a peleja contra um adversário que não convenceu. Olho vivo no goleiro Bruno, com duas excelentes defesas, evitando outro vexame rubro-negro.
San José 2 x 1 Santos
Por pouco a epopéia santista não acaba bem. Com um gol logo no primeiro tempo de Kléber Pereira, parecia que a coisa podia andar. Mas a zaga santista é uma peneira e toda vez que o fraco time do San José ia para cima, alguma coisa acontecia. Quando não era o gol, era uma boa defesa de Fábio Costa. Aliás, é mérito dele a fatura não ter saído mais cara para o time do litoral.
Se Fábio Costa é o grande responsável pela derrota não ter sido tão grande, o juiz foi o grande culpado pelo Santos não ter saído com o empate. No finzinho do segundo tempo ele manda seguir um lance em que Kléber Pereira é atropelado dentro da área, lance que poderia compensar o cansaço do time no segundo tempo, visivelmente abalado pela altitude de mais de 3 mil metros de Oruro. Vai ver a falta de oxigênio também atrapalhou o juiz, que confundiu futebol com rúgbi. Coisas do futebol. Ou não.
Deportivo Luqueño 1 x 1 São Paulo
O Imponderável atua no futebol, como dizia Nelson Rodrigues. Em um jogo feio contra um adversário fraco, o Tricolor paulista por pouco não sai vitorioso. Miranda na zaga fez toda a diferença até sair de campo grogue depois de uma cabeçada, Hernanes aos poucos recupera o futebol de 2007 - embora seja ainda uma pálida sombra do craque que foi ano passado -, Rogério Ceni mais uma vez fecha o gol com uma linda defesa, Jorge Wagner atua bem tanto como meia quanto como ala, inclusive arriscando bons chutes de fora da área e Adriano vem melhorando a cada partida. Mais uma vez foi por muito pouco que ele não marcou.
Mas então o Imponderável entrou em campo. Aloísio, no banco há muitos jogos por conta de lesões e suspensões, entrou no lugar de Borges - que muito tentou e pouco produziu - para fazer o gol que definiria o placar. Estrela de goleador, marcou um lindo gol de cabeça logo no primeiro lance de ataque com ele em campo. O atacante que estava no banco, "bichado" como andam dizendo por aí, entrou e fez. O Imponderável.
Depois do gol o São Paulo passou a administrar o jogo contra um adversário que tentava compensar a falta de criatividade com incansáveis e ineficazes cruzamentos na área. Mas foi numa das poucas jogadas construídas pelo Luqueño que veio o gol, aos 47 do segundo tempo. Depois de uma troca de passes realizada mais no susto do que na técnica, um chute de fora da área selou o placar da peleja. O Imponderável.
O São Paulo jogou bem, mas desperdiçou infinitas chances de gol em contra-ataques mal-resolvidos, e ainda não há um meia que ligue a defesa ao ataque - Éder Luis por enquanto não é esse homem. O adversário, que não era forte, não parou de tentar, pois jogava em casa. Visto dessa forma, o empate até que foi bom resultado, pois deixou o time brasileiro na liderança do Grupo 7. Mas ainda é muito pouco para um time que quer ser campeão, apesar dos comentários de Marco Aurélio Cunha.
Colo - Colo 2 x 0 Boca Juniors
Antes de mais nada, Riquelme é um jogador diferenciado. É brincadeira o sangue-frio, o olhar atento e a precisão de seus passes. ESSE É CRAQUE e jogaria no meu time (e creio que no de vocês também). Mas Riquelme não é Deus, e ontem só Deus salvaria o Boca, jogando mal fora de casa contra um adversário rápido e com bons jogadores. Com o resultado em Santiago, o Boca está em terceiro no Grupo, dois pontos atrás dos líderes Atlas e Colo-Colo. Também é pouco para um bom time - o melhor do campeonato na minha opinião - que vem como campeão da Libertadores 2007.
Dois jogos que não vi, mas que merecem ser mencionados: Fluminense 2 x 1 Libertad e Cruzeiro 1 x 1 Caracas, os dois fora do Brasil. Bons resultados brasileiros!
É isso aí, camaradinhas, desculpem a sinceridade, mas a Libertadores me deixa muito mais animado que os Estaduais. Essa rodada foi uma beleza e vejo coisa muito melhor vindo por aí.
Me despeço ao som de Cock Sparrer - We're Coming Back, porque como diz a canção da torcida do Liverpool, You'll Never Walk Alone.
17 de mar. de 2008
Chazinho de Coca
Semifinais dos Grandes?
Estaria o Campeonato Paulista caminhando para uma semifinal com os quatro grandes? Essa hipótese era descartada até pouco tempo, mas a incrível ascensão palmeirense e a regularidade corintiana já colocam os dois maiores rivais como favoritos a garantir duas das vagas. O São Paulo que está num momento complicado, mas ainda possui um belo time, pode também beliscar e até o Santos, que eu mesmo cheguei a apontar como um dos prováveis papelotes do ano, vem se recuperando e hoje está há poucos pontos do G4. Será que Guará, Ponte Preta e cia do interior terão forças para garantir ao menos uma das vagas?
Macho que é macho!
Na verdade não me lembro como termina esse ditado. Na verdade nem sei se é assim mesmo, mas enfim. Mas quero apenas ilustrar um assunto um tanto desagradável, mas que remonta a questão da imparcialidade na crônica esportiva.
Assim como alguns dos meus ídolos na crônica esportiva brazuca, eu não tenho medo e nem vergonha de escancarar a minha paixão clubística. Óóóóóóó, quanta surpresa a sua ao ler isso que vou escrever agora – Sim, eu sou palmeirense. Palestrino de raiz, de sangue, de amor passado e pai para filho. Poooooxa vida, mas e agora, com que cara vou comentar as rodadas por aqui? Com a mesma que sempre tive. Antes de ser palmeirense, sou um apaixonado pelo esporte mais fascinante do universo e por tudo o que o cerca, o Palmeiras seja talvez apenas a minha válvula de escape para escancarar esse meu sentimento.
Por que estou escrevendo isso? Oras, pois uma das coisas que mais me incomodam é ser chamado de tendencioso, parcial e coisas do tipo. Algo parecido aconteceu em minha ultima postagem, onde comento o jogaço entre Palmeiras e São Paulo e ainda que tenha sido escrito por pessoas que me conhecem e de repente quisessem encher o meu saco, elas conseguiram...ahahahahahahaha. Mas isso apenas não seria motivo para eu escrever esse “desabafo”, contudo algo muito semelhante aconteceu com aquele que, dentre alguns, é meu grande ídolo dentro da crônica esportiva, Mauro Beting. O outro é José Silvério, mas isso fica pra uma outra hora.
Mauro foi interpelado pelo superintendente, para-raio, brincalhão, ou seja, lá que função exerça o Sr. Marco Aurélio Cunha no São Paulo, simplesmente por discordar da costumeira choradeira que Cunha costuma ter quando seu time é derrotado. Parte da discussão eu irei copiar aqui, diretamente extraída do blog do Mauro, mas ao final dessa papagaiada toda que escrevo.
Ainda que há anos luz da competência e da sobriedade de Mauro, procuro me espelhar na sua forma de conduzir os assuntos que cercam o mundo da bola. Talvez eu só tenha, AINDA, mais fios de cabelo na cabeça do que ele, mas mesmo nisso eu caminho a largos passos para um empate técnico.(rs). E é baseada nessa inspiração, que resolvi derrubar assumir minha palestrinidade, mas também deixar bem claro que assim como sou o primeiro a me entusiasmar com os bons momentos do time, sou também um feroz combatente dos maus momentos do clube – coitado do Mustafá se esse blog existisse a mais tempo – e também gosto de futebol e sei sim, reverenciar bons momentos de todos os clubes pelo mundo afora. Aliás, sou Liverpool na Inglaterra e Juventus na Itália, já pra abrir tudo de uma vez.
Para encerrar, deixo aqui minha solidariedade ao Mauro e aos demais cronistas que possuem vergonha na cara e que conhecessem a arte do riscado como poucos e que antes de torcedores, são profissionais.
Abaixo a coluna com o trecho da discussão entre Mauro Beting e Marco Aurélio Cunha:
Saber perder
postado por Mauro Beting
Desde 2005, não conheço time que tenha aprendido a ganhar tanto quanto o São Paulo.Mas também não conheço cartolagem que não saiba perder tanto quanto a Tricolor.Uma pena.Sobretudo para aquela direção tida e havida (não sem razão) como exemplo para tudo.Um clube acostumado às glórias estaduais, nacionais e mundiais conquistadas com talento, trabalho e suor não pode achar que só perde por armações de apito, de tribunas e de gabinetes.Nem desdenhar os campeonatos onde eventualmente não esteja bem - até porque ainda pode e deve melhorar.O que ainda dá forças ao enfraquecido São Paulo é que comissão técnica e elenco sabem que precisam melhorar - e muito.E que não jogaram chuteiras e toalhas no gramado.Diferentemente de parte da direção, bem acostumada a tantas conquistas, e esquecida das dificuldades do jogo.Direção que ao perder um jogo (e se perder totalmente em reclamações) desdenha e desmerece a própria grandeza do clube, dos campeonatos que disputa, dos rivais que enfrenta.Sorte do torcedor que ele ainda tem um elenco com vergonha na cara.Sorte da esmagadora maioria das arquibancadas é que ela sabe das deficiências próprias, e não culpa quem não tem a ver com eventuais e naturais derrotas.Falta, agora, a mesma conscientização por parte de alguns são-paulinos das cativas e camarotes.De torcedores profissionais e, principalmente, dos profissionais torcedores.P.S.: Para quem ouviu a minha discussão com Marco Aurélio Cunha pela Rádio Bandeirantes, alguns esclarecimentos:1. Ele é meu amigo e o considero demais como profissional do esporte e da medicina.2. Já conversamos fora do ar (minutos depois da discussão) e mantemos o respeito profissional.3. Foi coisa do jogo.Eu estava feliz. E ele, infeliz.Palavras dos dois.ADENDO: Para os muitos que não ouviram, apenas a suma da discussão:- Discordei quando ele disse que apenas o último pênalti havia sido pênalti em Ribeirão Preto.- Eu concordei com Marco Aurélio Cunha quanto aos pênaltis não dados a favor do São Paulo no SP-08. Citei dois - contra Corinthians e Rio Claro.- Ele disse que havia mais pênaltis e que eu não havia visto todos os jogos. Isso fez com que eu dissesse que eu era pago para ver futebol. Havia visto todos os jogos que MAC havia observados. Mas que respeitava a opinião dele, mesmo com ele não respeitando a minha, como normalmente ele não respeita a dos outros quando o time dele perde.- Quando ele disse que eu estava contente com a vitória do Palmeiras, respondi que eu assumia quando estava feliz, e ele não assumia quando estava muito infeliz. Como naquele momento.Foi apenas essa a discussão.Nada demais. Nem postaria a suma não fossem tantas as manifestações.O interessante é que concordamos nos pontos mais importantes.Como sempre, acabamos exagerando, e fomos levados pelas paixões.Como muitos que apenas xingam sem saber o porquê
Fonte:
http://www.lancenet.com.br/blogs_colunistas/mauro/default.asp
abraços!
La Mano de Díos - Moleque Travesso!
Moleque Travesso!
"Em 1930 o Clube Atlético Juventus disputou o primeiro campeonato da Divisão Principal de São Paulo. E nesse ano, dia 14 de setembro, o Juventus recebeu o apelido de "Moleque Travesso", criado pelo jornalista esportivo Thomaz Mazzoni, do jornal A Gazeta, após uma surpreendente vitória sobre o Corinthians por 2 a 1, no estádio de Parque São Jorge de propriedade dos corintianos. A partir dessa data o "Moleque Travesso" se eternizou como símbolo do C. A. Juventus."
(copiado do blog http://voudekombi.blogspot.com/)
Éééééééé... mais uma vez o moleque aprontou com o Timão!
Rapidinhas: Vitória incontestável do Palmeiras no jogo de domingo. Porém, o placar não reflete o que foi o jogo... São Paulo dominou o primeiro tempo e Adriano fez sua melhor partida até agora. O Palmeiras ganhou o jogo no segundo tempo, com a entrada de Martinez, que desnorteou o meio-campo tricolor e resultou nos três penais - todos eles bem marcados -, e digo mais: tem que ter culhão pra marcar três na mesma partida!
E não é que o Santos ainda respira e vem comendo pelas bordas? Eu acho que não vai dar tempo pro time do litoral chegar, mas a beleza do futebol tá aí, na imprevisibilidade.
E vocês, o que acham?
Pois é, camaradinhas, a de hoje é breve, mas mais do que necessária... em homenagem àquele que talvez seja o time mais simpático do Brasil: Juventus! Me despeço ao som de Madness - Shame & Scandal
16 de mar. de 2008
Chazinho e Coca: Palmeiras 4 X 1 São Paulo
Palmeiras 4 X 1 São Paulo
Impressionante como os papéis se inverteram tanto das ultimas temporadas para cá. Até pouco tempo, um clássico entre Palmeiras e São Paulo teria tudo pra ser um grande jogo, mas a vitória são paulina era quase certa, hoje não! Não que o placar de 4 X 1 represente a real diferença entre esses dois gigantes, mas que a vitória palmeirense era algo mais próximo de acontecer, poucos ousam contestar. Contudo tem de se salientar que o estado do gramado após a chuva que castigou Ribeirão Preto deixava a coisa mais equilibrada, já que claramente beneficia o time menos técnico, atualmente o São Paulo.
O jogo começou equilibrado, mas aos poucos se percebeu que Valdívia, Diego Souza e companhia teriam dificuldades para arquitetar suas jogadas costumeiras e assim o São Paulo começou a crescer no jogo. Não foi um jogo violento, mas as jogadas tornavam-se ríspidas devido ao estado do gramado e muitos lances assinalados pelo árbitro podem ser contestados, mas nada que possa crucificá-lo. Cotovelada de Kleber em André Dias, cartão amarelo dado a Diego Souza e outro não dado a Carlos Alberto em lance semelhante, impedimento complicadíssimo marcado contra o SP, mas nada muito agudo para justificar as reclamações de Marco Aurélio Cunha ao final da partida, dizendo que tudo atualmente é contra o São Paulo. Possivelmente ele já se esqueceu de como as arbitragens ajudaram a equipe tricolor nas temporadas passadas, sobretudo no ultimo Brasileiro, inclusive contra o mesmo adversário da tarde desse domingo.
Mas voltando ao jogo. Adriano, que, diga-se de passagem, foi o melhor jogador do São Paulo, fez belo gol de cabeça. Poucos minutos depois, o ex são paulino Kleber fez um golaço e deixou tudo igual. No segundo tempo Luxa promoveu a entrada de Martinez e o time voltou melhor. Dominando as ações da partida, o Palmeiras começou a construir sua goleada, sobretudo pela imprudência da zaga tricolor, que com faltas bizarras e contundentes, facilitou a missão palmeirense na tarde desse domingo. Assim, Denílson, Valdívia e Diego Souza completaram a goleada alviverde.
Os 4X1 podem não representar a real diferença entre as equipes, mas a vitória sem grandes dificuldades sim.
Rogério Ceni disse recentemente que a torcida tricolor precisa ter paciência, pois a temporada será complicada. Talvez ele tenha sua razão.
Já o Palmeiras de Valdívia, Diego Souza e de agora em diante do ótimo Kleber, tem muitos motivos para comemorar. È o nono jogo sem derrotas e a terceira grande vitória com viradas incríveis, mas que ao contrário do que acontecia num passado bem recente, não é obra apenas da transpiração, mas também da inspiração e qualidade de seu atual elenco.
...
O som que embala o momento não poderia ser outro, já que ainda não me desliguei do clima criado pro Paul Banks e sua trupe: Interpol – Lighthouse.
12 de mar. de 2008
La Mano de Díos - Devagar com o andor
Devagar com o andor
Que o São Paulo não vem fazendo um bom Paulistão é verdade. Que Adriano ainda não mostrou a que veio, também o é. Que trazer Carlos Alberto e Fábio Santos foi uma aposta arriscada e tem tudo para dar errado, também. Mas nada disso justifica grande parte da mídia esportiva brasileira já falar em crise no Tricolor.
Primeiro porque o ano mal começou. O São Paulo fez até agora quatorze jogos pelo Estadual e dois pela Libertadores, e mesmo jogando mal periga fechar a rodada do Paulista na segunda colocação.
Segundo porque o Paulistão não é parâmetro para nada. Faz tempo que o Estadual é objetivo ou de times menores, ou dos grandes que não têm ganhado algum título de maior expressão há alguns anos. Acaba se tornando um alento para torcidas carentes de troféus. Além disso, a preocupação são-paulina é claramente a Libertadores: do elenco do Tricolor, três são os jogadores que ficam até o meio do ano, final da disputa (Adriano, Fábio Santos e Carlos Alberto), sem contar Eder e Eder Luiz, que só podem participar desse campeonato, ficando de fora do Paulista.
É necessário lembrar também, como bem apontou o PVC em seu blog, que o Tricolor perdeu para a Lusa após uma partida dura contra o Audax. Assim como em 2006 perdeu o Paulistão após um jogo em Caracas, e em 2007 foi goleado pelo São Caetano três dias depois do jogo contra o Alianza em Lima. Fora o fato de que ano passado o mês de fevereiro tricolor foi sofrível, com o time melhorando apenas em março com a chegada de Jorge Wagner e a definição da dupla de volantes Hernanes e Richarlyson, que não deixou o torcedor sentir saudades de Josué e Mineiro - TUDO ISSO MÉRITO DO MURICY.
Segunda-feira, no Linha de Passe, o Trajano disse que time nenhum entra em um campeonato para perder. Mas vá perguntar para qualquer torcedor tricolor o que é mais importante, o Paulista ou a Libertadores. Não precisa ser gênio para adivinhar a resposta.
Que o Tricolor ainda não convenceu, é verdade. Mas é muito cedo para se falar em crise, em queda ou o que quer que seja. Vou me preocupar se o São Paulo não passar da primeira fase da Libertadores. O Paulista? É pré-temporada de luxo.
Devagar com o andor, camaradinhas.
Rapidinhas: acabei de ver River x Universidad Católica, partida disputada no Chile. Nenhum dos dois times é brilhante -o River depende muito da inspiração de Ortega e da cabeça do Loco, e a zaga da Universidade é uma peneira -, mas deu gosto ver a raça dos dois times em campo. Com uma linda defesa de Carriza, deu River, jogando fora de casa: 2 a 1. Com o Boca voando, o River brigando, é bom os brasileiros tomarem cuidado. Ganhar de Resende, Madureira, Bragantino, Juventus e quetais é uma coisa, Libertadores é outra (como já notou o Flamengo no Uruguai).
Me despeço ao som dos Stones (que também escorregam, mas não caem): Street Fighting Man.
Chazinho de Coca - Interpol no Via Funchal.
9 de mar. de 2008
Chazinho de Coca - Ascensão, Apogeu e Queda.
Ascensão, Apogeu e Queda.
Queda?
O campeonato paulista teve nesse fim de semana a sua rodada mais empolgante. A começar pela vitória maiúscula da Lusa contra já não tão badalado São Paulo. A Portuguesa não deve se classificar, o São Paulo ainda é forte candidato, mas é cada vez mais visível que algo anda bem errado pelos lados do Morumbi. Muricy parece estar perdendo a mão. A defesa que era o grande orgulho da equipe penta campeã brasileira demonstra falhas grosseiras. Jorge Vagner continua ótimo nas bolas paradas, mas erra passes que não errava até pouco tempo. Adriano continua não acrescentando nada ao time.
Estaria o São Paulo entrando em processo de “queda”?
Ascensão, apogeu?
O Corinthians não tem um elenco tão badalado como o de seus maiores rivais, Palmeiras e São Paulo, mas vem cada vez mais demonstrando uma força incrível em seu conjunto. Ciente de suas limitações apela para a tradicional raça corintiana e surpreende até agora. Hoje bateu o líder da competição de forma irrepreensível, com grande jornada de Dentinho, que ao contrário de Lulinha, não foge do pau. Mano Menezes parece ter total controle sobre seu elenco e deve sim, estar entre os quatro classificados para a semifinal do Paulistão. E se deixarem o Corinthians chegar, não será fácil segurar.
Palmeiras:
Uma vitória palmeirense digna das epopéias Scolaristicas, mas com padrão tático e técnico das equipes de Luxemburgo. Um show do trio Valdívia, Diego Souza e Kleber. Mas até a segunda metade do primeiro tempo, tudo levava a crer que a “asa negra” do Verdão aprontaria mais uma.
Após inicio empolgante da equipe alviverde, um gol inesperado do Braga desestabilizou a equipe, principalmente o seu maior ídolo, Marcos. O goleiro pentacampeão perdeu a cabeça após receber entrada dura do atacante do Bragantino. Falta que o juizão não assinalou a favor do Palmeiras, mas não justificou a reação de São Marcos, que ainda que não tenha acertado um chute de verdade, fez menção e foi merecidamente expulso, gerando pênalti que foi devidamente convertido no segundo gol da equipe do interior. Luxemburgo, acertadamente, sacou Alex Mineiro para dar lugar a Diego Cavalieri. A opção por deixar Kleber se justificou mais adiante, com a ótima jogada feita por ele, para conclusão perfeita de Diego Souza, golaço! O Palmeiras se inflamou e partiu pra cima do adversário. Viu César Gaúcho ser expulso por falta em Valdívia. Alguns minuto depois, em grande jogada, viu Valdívia finalizar com peculiar categoria e anotar o gol de empate do Verdão.
O segundo tempo começou como terminou o primeiro, com o Palmeiras em cima do adversário e não demorou a desempatar o placar. Kleber novamente fez grande jogada e achou Leandro livre para finalizar e marcar o terceiro.
Um pênalti marcado erradamente pelo juiz deu a Léo Lima a chance de fazer o quarto, mas ele isolou a bola, o que acabou fazendo justiça pelo pênalti mal marcado.
Mas o gol mais bonito da partida estava por vir e contou com participação decisiva de Valdívia. Diego Souza fez lançamento perfeito para o chileno, que ganhou na velocidade do zagueiro, driblou o goleiro como se fosse um cone, tamanha a facilidade e mesmo tendo o gol livre para concluir, rolou para trás e achou Denílson livre para concluir. O mesmo Denílson ainda fez o quinto gol, selando a espetacular vitória do Palmeiras. Grande jogo!
8 de mar. de 2008
Chazinho de Coca: Marcos – Para sempre palestrino!
Que “São” Marcos de Palestra Itália é um dos maiores ídolos palmeirenses de todos os tempos, isso não resta dúvida. Mas agora é oficial! Na manhã desse sábado, ele ganhou o título de sócio remido da Sociedade dos Eternos Palestrinos, grupo dos sócios vitalícios do Verdão, assim como o divino Ademir Da Guia e Oberdan Catani. Emocionado, Marcos comentou sobre a homenagem:
Quem vai? Quem já comprou? Não tenho tempo e saco pra ir até a Via Funchal comprar a maravilha. Alguém quer me vender uma entrada? Pago as cervejas no dia do show, além do dinheiro da devida, lógico! É amigo, num é bolinho não.
7 de mar. de 2008
Por essas e outras que eu prefiro o Maradona
Pelé baixou a cabeça para Ricardo Teixeira mais uma vez.
Topou ser o garoto-propaganda da Copa de 2014, aparentemente deixando de lado as divergências entre ele e o cartola máximo do futebol brasileiro. Parece que nem o fato de ter que aparecer nas ocasiões oficiais ao lado de Helio Viana, seu ex-sócio (e pelo visto ex-desafeto) o impediu de fechar o acordo.
Aí eu digo: é por essas e outras que eu prefiro o Maradona.
(Em tempo: quem ainda tiver a oportunidade, a Placar de fevereiro publicou uma entrevista sensacional com Diego. Vale a pena.)
6 de mar. de 2008
La Mano de Díos - O Imperador e o Mestre
O Imperador e o Mestre
Pois é, meus camaradinhas, ontem foi um dia de rei. Tive duas alegrias na mesma noite, em dois lugares diferentes. Como não sou clone, já adianto aqui: estava fisicamente em um lugar e em espírito em outro. E graças às benesses da modernidade pude acompanhar os dois acontecimentos de um modo bem feito. Aliás, antes que as pedras sejam atacadas, já adianto: vi o jogo do Tricolor hoje de manhã, aproveitando a folga do trabalho. E eis aqui o que tenho a dizer:
Estive no show do Mestre. Na minha opinião, o último gênio da música vivo, já que Miles Davis e Frank Zappa estão se divertindo em outro lugar há algum tempo. Mas ontem vi o Mestre Dylan, na altura de seus 70 anos, dar canseira em muito moleque por aí.
Dylan é o tipo de cara que tem perfeita noção do que fez e do que representa, e por isso sabe de toda a responsabilidade que tem, diferentemente de muitos "artistas" por aí e - oras, por que não? - atletas. Seus shows são um momento à parte em sua carreira, e o de ontem não foi diferente. Reinventando seus clássicos, apresentando ao vivo novas canções de seu excelente último disco, Dylan mostrou porque é um dos artistas mais influentes do século XX, apresentando um espetáculo muito mais do que meramente musical. Ouvir Dylan ao vivo é uma experiência única.
E no momento em que os primeiros versos de Leopard-Skin Pill Box Hat eram cantados com sua voz rouca, longe dali meu espírito se agitava. Entrava em campo o time do São Paulo Futebol Clube, no primeiro jogo da Libertadores no Morumbi esse ano. Como é difícil estar em um lugar formidável e lamentar não estar também em outro!
E no Morumbi a coisa foi um pouco diferente do que estava sendo no Via Funchal. O Tricolor não correspondia às expectativas. Com Richarlyson e Zé Luís improvisados e sem um meia de ofício, a ligação com o ataque era feita à base do chutão na zaga, e mais uma vez foi Jorge Wagner quem assumiu a responsabilidade. Vale dizer que Zé Luis mostrou raça e explorou pela direita aquilo que desde o começo todo mundo vêm pedindo, as jogadas de linha de fundo.
Um que está sobrando nesse time tricolor é o Fábio Santos. O careca não acerta um passe, anda perdidão ali no meio de campo e - pior de tudo! - é o grande responsável pelo desmanche da dupla de volantes de 2007. E por falar em volante, convenhamos, Richarlyson em 2008 não está rendendo nem em sua posição, quanto mais na lateral. Um time que tem pretensões de ser campeão da América não pode jogar com laterais improvisados. Abre o olho, Muricy!
Mas se no Via Funchal a noite era do mestre Dylan, no glorioso Cícero Pompeu de Toledo quem roubava a cena era o Imperador Adriano. Foram dele os dois gols, um de cabeça, à la Adriano, e uma sobra de um petardo de Hernanes. Ontem, Adriano convenceu e mostrou futebol, brigando o jogo todo, tentando de todo o jeito e no fim conquistando seus merecidos gols. Ontem ele fez valer o título que reivindica, mas falta muito para o time do Tricolor justificar a que veio.
No fim da noite, posso dizer que estava feliz. Feliz porque vi um show de Dylan - um cara que não precisa mais provar nada e mesmo assim encheu os olhos - e um espetáculo de Adriano - esse sim que ainda tem que mostrar serviço, mas pelo menos provisoriamente calou este que vos fala.
Pois é, amiguinhos, a coluna de hoje não poderia terminar sem antes dar os devidos parabéns a uma das figuras mais sensacionais do futebol: felicidades, Zico! Que seu futuro seja repleto de tantas glórias quanto é o seu passado e está sendo seu presente! É para você as duas músicas do dia: Jorge Ben - Camisa 10 da Gávea e Bob Dylan - Forever Young.
3 de mar. de 2008
La Mano de Díos - Os Intocáveis
Os Intocáveis
Rogério Ceni, Miranda, Hernanes, Jorge Wagner e (por que não?) Borges.
Esses são os intocáveis do Tricolor hoje.
Os dois primeiros que seguram a onda numa defesa que não está tão infalível esse ano. Rogério Ceni fechando o gol e salvando tudo sempre quando o time precisa (alguém lembra das duas defesas do jogo contra o Nacional na Colômbia?). Miranda que continua sendo o xerife da zaga, unânime e firme, um jogador que não se discute.
Os outros dois que dominam o meio. Hernanes - talvez a mais grata surpresa do futebol brasileiro nos últimos tempos, jogando como primeiro ou segundo volante e agora até dando umas de meia disfarçado. O símbolo máximo dos tais volantes modernos que toda a mídia comenta. Jorge Wagner - não há discussão. É dos pés dele que sai tudo que o São Paulo vem fazendo no ataque, suas bolas paradas hoje tão ou mais venenosas que as do goleirão-artilheiro.
E Borges? O cara que ninguém dava nada. Mas que fez 4 gols nas últimas 4 partidas que jogou. Que era o terceiro (talvez o quarto, depois que Eder Luiz chegou) atacante do escrete do Muricy. E que pouco a pouco vem se firmando como o primeiro.
O "Imperador" Adriano? Ainda não vi jogar. Mas falar, ah, isso ele faz demais.
Rapidinhas: Sabe quando Fabinho Capixaba faz outro gol como aquele que fez ontem pelo Mirassol? No fim da carreira.
Valdívia é o cara que todos os times queriam ter hoje. E apanha muito! Além de ser bom de bola tem culhão. Não é fácil aguentar esses beques arranca-toco que vêm marcando o cara...
Pois é, meus queridos, a de hoje foi curtinha, mas vão dizer que não concordam? Grande abraço para vocês, ao som de Bob Dylan - Subterranean Homesick Blues, porque quarta-feira tem show do cara e jogo do Tricolor! Vai ser triste não estar nos dois lugares ao mesmo tempo e difícil acompanhar as duas coisas...
Chazinho de Coca.
Lampejos, “choro”, gol e cerveja. – Um típico domingo de clássico!
Já começo a sentir falta do tempo que me sobrava. Mas o ser humano é pródigo em se adaptar aos diferentes momentos de sua vida e eu não fujo a regra.
Outro que não foge a essa regra é o meio campista, craque, agitador, já folclórico e ótima figura, o chileno do Palmeiras – Valdívia.
Ele foi o nome do clássico de ontem. Literalmente acabou com o jogo! Decidiu a partida do jeito que esperamos que os diferenciados decidam. Chamou a atenção e aresponsabilidade para si, driblou, armou, deixou companheiros na cara do gol, apareceu na área pra concluir, cabeceou, agitou e não cavou o tal pênalti que realmente ocorreu, mas que não era um BAITA lance claro pra se crucificar o juizão. Valdívia foi o nome do jogo e o nome positivo da rodada, já que o negativo ficou com o “Imperador” do Morumbi.
Luxemburgo mais uma vez insistiu em deixar Alex Mineiro isolado no ataque e pela escalação sem sentido, do bom Wendell. Mas a ótima partida do camisa 10 alviverde, supriu bem a deficiência ocasionada por essas ferocidades e teimosias Luxemburguianas”
Já Mano Menezes fez o que dava pra ser feito. Sem contar com meio time do que pode se considerar titular, ele escalou bem a equipe, que chegou em muitos momentos a dominar territorialmente o jogo, mas infelizmente para ele, a condição técnica de seu elenco não permite vislumbrar um bom aproveitamento desse “domínio” territorial.
No segundo tempo, Luxa finalmente enxergou que o jogo estava muito afunilado, abrindo mão então de seu homem de área e colocando Kleber pela direita e Denílson pela esquerda. O jogo palmeirense melhorou muito e logo se definiu o merecido resultado.
Destaque da partida: Valdívia
Menções honrosas ao ótimo goleiro Julio César e a dupla de zaga corintiana. E do lado palmeirense, o sensacional zagueiro Henrique, o sempre eficaz Pierre e Denílson que entrou e teve boa movimentação.
Já do lado de cá, agradeço aos marotos Anderson e Tiago que trouxeram a cerveja cheia de ginga para acompanharmos juntos ao clássico.
Escrevo a coluna ao embalo de: Grant Lee Buffalo – The Hook
Os dois lados da moeda: O trivunvirato e a farsa
Após marcar dois gols no primeiro jogo do São Paulo no campeonato paulista – curiosamente contra o líder Garatinguetá – Adriano, “o Imperador”, afirmou que não queria mais esse tal apelido lhe fosse atribuído. Queria ser, simplesmente, Adriano. Mas, como não se pode ser tudo o que se quer, será que o “Imperador” poderia tornar-se “plebeu”?
Adriano veio ao São Paulo para recuperar-se após péssimas temporadas na Itália. O clube alardeia seu potencial para fazê-lo, diz que sua infra-estrutura está aberta para o atleta que estiver disposto a utilizá-la. Em um segundo momento, como parte dessa recuperação, pareceu interessante que o jogador passasse seis meses atuando pelo time do Morumbi.
Dai o projeto de “recuperação” de Adriano começa a misturar-se com idéias menos “pudicas”.
O São Paulo é o time mais competente no Brasil no que se refere a marketing. Imediatamente foram tomadas as medidas para capitalizar em cima do “Imperador”, ofertando-lhe a camisa 10. Em poucos dias o produto já estava nas lojas, sucesso de vendas garantido. Fosse Adriano o plebeu, tal medida seria tomada? Obviamente não.
A mídia também quis sua fatia e, em momento algum, deixou de atribuir-lhe o codinome. Não seria possível ignorar a presença do “Imperador” entre nós, tapuias, cada vez mais acostumados a ver em nossas equipes frutos promissores ainda verdes ou heróis de outrora que há muito caíram do pé. Adriano imperou nos noticiários e, tal qual o título que lhe é atribuído impõe, um séqüito de repórteres – inclusive importados da Europa –
formou-se em torno do jogador.
E a tal “recuperação”? Parole, parole...
Não apontamos o time e a mídia para excluir a responsabilidade do próprio jogador pela situação em que se encontra. As benesses que se oferece a um Imperador são sedutoras e deve ser difícil não ouvir o cantar das sereias. Com todas as facilidades que tal condição lhe confere, que como dissemos, ao invés de contestada foram, sim, fomentadas, Adriano voltou a imperar, infelizmente não nos gramados.
Um triunvirato (clube, mídia, jogador) insano que jamais conduziria alguém do trono para as ruas – ou, no caso, para os campos. Uma metáfora para se compreender como, em nossos dias, é elevado à realeza alguém que não tem meios de sustentar tal condição.
2 de mar. de 2008
Milan com força total na terça-feira
É o que parece.
Kaká já participou normalmente dos treinamentos de domingo, juntamente com Nesta e Pirlo. Todos estiveram ausentes no último jogo contra a Lazio.
Pelo que parece, o Milan vai com toda a força na partida de terça contra o Arsenal valendo vaga na próxima fase da Champions League.
Vai ser um jogão e eu aposto no Arsenal. E vocês?