20 de jan. de 2009

Chazinho de Coca - Wagner Ribeiro – De afirmação furada a previsões coerentes.

Wagner Ribeiro – De afirmação furada a previsões coerentes.

Escutando ontem de noite a rádio Bandeirantes AM (840) , o empresário e fanfarrão Wagner Ribeiro era o entrevistado de Alexandre Pretzel e Claudio Zaidan. Ribeiro falou, dentre outras coisas, sobre o imbróglio envolvendo Milan, Kaká e Manchester City.

Como já se sabe, Wagner Ribeiro foi empresário de Kaká e disse manter ótimo relacionamento com o jogador e sua família. Quando perguntado pelos apresentadores sobre o destino de Kaká, ele foi enfático “Kaká será do Manchester City!”. E ainda concluiu dizendo que Berlusconi estava louco para vendê-lo, pois a grana oferecida pelo jogador jamais seria oferecida para ele ou para qualquer outro jogador novamente.

Arsene Wenger, técnico do Arsenal, disse dias desses que o dinheiro do City é de origem estranha as 3 fontes dos clubes – patrocínio, televisão e venda de ingressos. Que por isso não havia como comparar essa transação com qualquer outra já feita.

Na entrevista, Wagner Ribeiro disse que mantém ótima relação com Kia, ex homem forte da “MSI”, de tristes recordações para o torcedor corintiano. Kia é o condutor da transação de Kaká, para se ter uma idéia do nível da coisa. Kia confidenciou a Wagner que Kaká era certo no City e baseado nisso, ele cravou a afirmação citada logo acima.

Na mesmíssima hora, navegando pela internet, acho que no globo.com, vi lá a manchete “Berlusconi anuncia que Kaká fica no Milan”. Não me contive e escrevi para a rádio, para que eles avisassem Ribeiro e que ele não continuasse pagando aquele mico. Depois fui jantar e não sei se leram no ar. Eles costumam ler.

Dentre as tantas coisas ditas pelo empresário, algumas merecem ser levadas a sério.

Com a crise mundial, os clubes estão ainda mais com o pires na mão e não apenas os brasileiros. Segundo Ribeiro, os clubes italianos estão falidos e até por isso a proposta por Kaká era a salvação da lavoura do Milan. Não rolou e a tendência é de que agora os padrões financeiros do futebol caiam aos patamares de anos atrás. Tanto na compra, quanto nos vencimentos dos jogadores, que hoje estão na estratosfera e quebram qualquer clube.

Em mais uma declaração de Ribeiro, um grande clube italiano tentou a contratação de Miranda no final do ano. O São Paulo pediu algo em torno de 15 milhões de euros, valor condizente com o futebol e principalmente, com a perspectiva criada em torno do jogador. O clube simplesmente não tinha o dinheiro para investir e Miranda continuou no São Paulo.

Sobre os clubes brasileiros, o empresário disse que hoje temos pouquíssimos jogadores com condição de serem vendidos para os grandes da Europa e por altos valores – o já citado Miranda e Hernanes do São Paulo, Alex do Internacional, Ramires do Cruzeiro e Keirrison que acaba de chegar ao Palmeiras.
Eu costumo ser otimista e enxergo nessa crise uma chance real de o futebol brasileiro repatriar boa parte de suas estrelas. O futebol europeu está repensando suas estratégias e investimentos, isso deverá culminar em redução nas propostas e nos salários oferecidos.

Sendo assim, que se use o exemplo do Corinthians na contratação de Ronaldo, acho que partindo de parcerias e estratégias de marketing, usando a força da imagem do próprio jogador, podemos vislumbrar o retorno de alguns deles. Claro que estamos falando do futebol brasileiro e de seus dirigentes, mas o exemplo do Corinthians é espetacular e em tempos de crise, se dá melhor que enxerga nela oportunidades e não o fim da linha.

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A “grande” parceira do Santos.

O Santos firmou parceria com o grupo Sondas, nos moldes da parceria Palmeiras/ Traffic. O Santos precisa de caixa e enxergava em Kleber ótima oportunidade para fazer dinheiro. Até por isso entrou em negociação para repatriar o lateral esquerdo Léo, para não deixar a posição carente.

Léo é muito bom jogador, mas Kleber é melhor, na minha humilde opinião.

O Sondas – o tal parceiro – comprou os direitos de Kleber e o repassou ao Internacional. E eu pergunto: Que raios de parceria é essa?”

Comprou Kleber, o dinheiro entrou para o Santos, mas pêra lá. Imagino eu que uma parceria tenha o objetivo de montar elencos fortes e não apenas atuar como caixa-forte.

Kleber não tem mais idade para ser negociado com algum clube grande da Europa. No máximo com o leste europeu. Ele deverá continuar sendo chamado para a seleção, pois sua condição técnica é muito boa, ainda que 2008 não tenha sido seu melhor ano.

O Sondas tirou do Santos um grande jogador e o repassou para outro clube do país.

“Grande parceiro” arrumou o Santos.

5 comentários:

Fábio B. A. disse...

Você acredita mesmo que essas parcerias têm o objetivo de formar elencos fortes nos times e não de ganhar dinheiro da melhor forma possível, usando os clubes parceiros como vitrines?

Acho que é muita ingenuidade sua...

João Paulo Tozo disse...

E eu acho que é muita arrogancia sua(com todo respeito) achar isso.

Independente da intenção da empresa, se é meramente ganhar dinheiro ou não. Lesar o patrimonio do clube já passa a ser outros 500.

Além do que, passa ser burrada, investir em algo fraco. O jogador só vai ser bem visto, se jogar em um bom time. Vender por vender é tiro no próprio pé.

Não fosse parcerias, Marquinhos e Keirrison teriam ido direto pra Europa.

Fábio B. A. disse...

E o que muda o cara ficar seis meses a mais no Brasil, ir embora e o time não ver um tostão do negócio?

Você vê, essas parcerias são tão boas que o seu time, por exemplo, na virada do ano teve 9 jogadores descartados do elenco e tem que começar o ano montando um time do zero.

No fim das contas, essa é uma discussão infinita. Você gosta de ver o time cheio de nomes promissores, mas sem unidade. Eu acho que pra se montar um time leva tempo, coisa que esses investidores não dão o luxo de disponibilzar aos times "parceiros".

João Paulo Tozo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Paulo Tozo disse...

denilson, alex mineiro, leandro, elder granja, leo lima - nenhum desses foram trazidos pela traffic. a dispensa partiu do aspecto técnico e do entendimento do luxa.

gladstone, maicossuel e preá foram apostas que não vingaram e foram embora.

estou até agora esperando alguém me mostrar onde que o palmeiras foi lesado na dispensa desses jogadores. a imprensa diz algo e todo mundo fala amém, esse é o problema.

o contrato do keirrison é de 4 anos e do marquinhos de 5. ainda que fiquem 6 meses, eles estão no palmeiras e não em outro clube. eu gosto de ver os bons jogadores no futebol brasileiro, não sei vc.

com essa crise citada na minha coluna e tbm na sua, é certo que os clubes da europa não farão mais investimentos gigantescos, o que aumentará as chancs de nossos bons nomes permanecerem mais tempo conosco.

é como eu disse...quem enxerga oportunidade na crise, tem mais chance de se dar bem do que quem acha que é o fim da linha. é a ação versus o conformismo.