7 de jul. de 2010

Chazinho de Coca - Nunca será a toa um time como a Espanha estar na final da Copa.

Texto: João Paulo Tozo
Foto: EFE


Nunca foram a toa as minhas apostas na Espanha. E não é o fato de acertar que me deixa com essa felicidade tremenda, mas sim o fato de que minhas apostas foram todas direcionadas ao time que mais me apresentava possibilidades de assistir a um futebol de técnica, de ofensividade, sem que isso impedisse a competitividade de seu jogo.


Entre jogar feio e ganhar ou jogar bonito e perder, eu sou muito mais jogar bonito e ganhar, como a Espanha.


Jamais é a toa a conquista de uma Eurocopa. Nunca é a toa ter 100% de aproveitamento nas eliminatórias da Copa. Nunca, jamais será a toa a minha torcida por um time que busca o gol a todo instante.


Do goleiro ao centroavante, não tem pernas de pau no time de Vicente Del Bosque. E nem mesmo a derrota na estréia da Copa, em um jogo onde o derrotado obteve 70% da posse de bola e massacrou o vencedor em seu campo de defesa, poderia ser objeto de questionamentos sobre o potencial da equipe.


Se na derrota foi absoluta, nas vitórias foi inquestionável. O time que lidera quase todas as estatísticas atropelou na semifinal da Copa a gigantesca Alemanha, sensação da competição até então.


Enquanto algumas seleções optaram por lesar seu histórico ofensivo recheando o meio campo com volantes e alguns pseudos craques, a Espanha de Del Bosque usa somente um volante de ofício, ainda assim, um Senhor volante – Busquets. Iniesta, Xavi e Xabi Alonso ficam mais soltos para trabalhar o jogo e obter sempre a enormidade numérica na posse de bola.


Em 3 toques a bola sai de Sérgio Ramos e já está com Capdevila do outro lado do campo. Na frente o artilheiro da Copa, Davi Villa, movimenta-se por toda parte, deixando Fernando Torres mais centralizado.


E tem mais essa. Torres não vive grande momento, já que vem de contusão. Imagina então sem “El Niño” estivesse na ponta dos cascos?


Hoje jogou Pedro em seu lugar, e apesar do gol absurdo perdido quando o placar já estava 1X0, a jovem revelação do Barcelona deu conta do recado.


Aliás, a diferença entre Alemanha e Espanha em suas campanhas até aqui era exatamente o centroavante. Ambas as seleções de ótimo toque, de manutenção da posse de bola, a Alemanha vinha tendo mais destaque exatamente por Klose estar concluindo as jogadas que do outro lado Torres não vinha conseguindo.


Então Del Bosque hoje veio com Pedro no lugar do camisa 9, tirou seus dois avantes de dentro da área e colocou uma correria incrível em cima de Lahm, Mertesacker, Friedrich e Boateng.


Joachim Low, ainda que sem Muller, errou ao recuar tanto o jogo de seu time desde o princípio. O meio campo alemão virou um playground onde os espanhóis fizeram o que bem entenderam. Com o meio campo a quilômetros de distância do ataque, a Alemanha só não foi presa fácil porque a Espanha respeitou demais os tricampeões do mundo.


Os espanhóis estão pela 1ª vez em sua história na final da Copa. Cheios de merecimentos, cheios de incontestáveis elogios e aplausos. Cheios de grandes jogadores, de um grande sistema de jogo. E cheios de apostas de gente apaixonada pelo futebol do ataque, como eu. Que há meses aposto na Espanha como a futura campeã do Mundo.


Nada é a toa. Como não é a toa a Espanha estar na final da Copa.


Cheers,

2 comentários:

Rene Crema disse...

Incrivel como fez falta o Muller no jogo, mas um time campeao nao pode depender so de um jogador, a Espanha vai favoritissima pra final!

Mas do outro lado tem uma Holanda SINISTRISSIMA !!!


Que final no minimo "diferente"! rs


Ps. Eu quero consultar o Paul antes de dar uma opinião, hahahah

Fellipe disse...

Mas essa Espanha não chega perto da Espanha que vimos nas eliminatorias, de goleadas e tudo mais, acredito que seja pelo peso de nunca ter chego a uma final e assim ser campeã mundial.