2 de jul. de 2010

Chazinho de Coca - Foi uma tragédia anunciada, não foi?

Dunga esteve ao longo de quatro anos a frente da seleção brasileira. Mas eu critico a sua seleção a somente dois desses quatro anos, tendo em vista que o Ferozes FC existe tem pouco mais de dois anos.

Nesse tempo não houve uma única vez que eu dediquei um texto meu para elogiá-lo. Algumas passagens sim, lógico. Ninguém consegue errar sempre. E veja, esse “errar” é baseado no meu conceito de erro no que se aplica a seleção brasileira. Até ontem Dunga tinha quase 70% de aprovação popular. Não sou a voz da verdade e nunca quis ser.

Não torci contra o Brasil. Não consigo, não posso, não faz parte do meu perfil. Mas sempre estive na contramão do técnico da nossa seleção.

Por isso, meus amigos, eu abro hoje o meu Word e me sinto tranqüilo para escrever sobre a derrota brasileira. Aliviado jamais. Mas convicto de que assisti hoje a uma tragédia anunciada.

Crucificar o coitado do Felipe Mello é justo?

Poderia fazê-lo. Mas acho muito mais cabível criticar Kaká e Luis Fabiano, que era onde morava a minha esperança de jogo, mas nunca, jamais o pobre Felipe Mello. Nunca olhei com bons olhos o Robinho, mas do trio ofensivo foi o que desempenhou melhor papel.

Antes de criticar o bipolar volante, acho mais correto criticar quem o colocou onde jamais deveria estar. O dono da seleção. O senhor todo poderoso do discurso perfeito, da coerência plena. O salvador da lavoura da moralidade no futebol. E de todo e qualquer “bla, bla, bla” que você quiser rememorar que o nosso ex-técnico proferiu nesses 4 anos.

Ninguém é genial um dia e uma anta no outro. Ninguém é grande jogador no 1º tempo e no 2º torna-se cabeça de bagre.

Mas com Felipe Mello isso aconteceu.Tanto nas transmissões da TV, nos tweets da vida, nos comentários alheios de quem estava ao meu lado.

Caramba, ele foi o Felipe Mello de sempre. O mesmo que vem de temporada pífia na Juventus da Itália. Não houve surpresas com ele. Houve confirmação. Somente.

Surpreendente foi a falha de Julio Cesar. Monstro Julio Cesar, goleiraço. Mas que humanamente falhou.

Surpreendente foi a ausência de Luis Fabiano em campo. Foi o apagadissimo Kaká, esse ao longo de toda a Copa, justo ele que era a grande esperança de bom jogo desse time.

“Ahhh, mas ele veio machucado”.

Certo, então ninguém pode cornetar o Rooney e o Torres por seus rendimentos na Copa. A situação é a mesma. Fora que isso flagra mais um erro dentro do tal “planejamento” do Dunga. Não ter substituto a altura pro cara é um erro fatal. Como acabou sendo.

Não é justo, nem mesmo com o Dunga, que os que até o meio-dia elogiavam o trabalho do treinador agora passem a crucificá-lo. A seleção brasileira perdeu onde todo mundo sabia que podia perder.

No “pacote Dunga” já vinha o destempero de Felipe Mello, a falta de opções de banco para mudar o jogo e mesmo a incapacidade de leitura da partida do cara.

Talvez não viesse o time medroso do 2º tempo. A apatia do 2º tempo.

O jogo teve dois tempos bem distintos.

O 1º tempo do Brasil. A Holanda partiu pra cima, mas ficou com a sua retaguarda exposta para os contra-ataques brazucas. Zagueiros e laterais anos luz de distância um do outro. O Brasil poderia ter definido o jogo ali, naqueles 45 minutos, mas não o fez.

O 2º tempo foi todo da Holanda. Ajudada muito pela apática atuação dos comandados de Dunga, ainda que vencendo por 1X0. A Holanda se ajustou na retaguarda, os laterais encostaram em Van Bommel e Sneijder, a zaga deixou de ficar exposta e o Brasil parou de jogar na medida em que Robben e Sneijder – nome do jogo – ganhavam o campo.

Diferentemente do Brasil, que poderia ter fechado a conta no 1º tempo e não o fez, a Holanda poderia ter feito 3 ou 4 gols, fez 2, a medida certa para conquistar a sua justa classificação.

Aos que preferem culpar o pobre coitado do juiz, ou o mais coitado ainda do Felipe Mello, alegrem-se. Mick Jagger esteve lá. Seu pé frio também pode ser usado como desculpa para essa tragédia anunciada.


Cheers,

Um comentário:

Fellipe disse...

Eu estava convicto no primeiro tempo que já estariamos na final, depois passando fácil em cima ou de gana ou do agora MEU Uruguai, mas como você disse o segundo tempo não foi nada inesperado, vimos um time apatico, desesperado, Felipe Mello, nome no qual quando vi que estava escalado tinha me dado um frio na espinha. O mais engraçado foi ver o figura dizendo em uma entrevista que a temporada da juve foi ruim, diferente da dele que achou muito boaa.