Ainda que com alguns pontos polêmicos, algumas associações descabidas(para alguns), não tenho dúvidas de que será mais um registro memorável da história do mais nobre e apaixonante dos esportes.
Refratários, rebeldes, intransigentes. É assim que Sócrates, Romário e Ronaldinho Gaúcho são classificados no livro “Portraits légendaires du football” (Retratos Lendários do Futebol), do jornalista e ensaísta francês Bernard Morlino. Ele é um dos mais respeitados cronistas do esporte francês e mantém um blog onde analisa os “homens da bola” pela importância artística e social que tem.
Ao todos, são 88 jogadores de futebol escolhidos porque representam um momento importante ou uma escola influente na história do jogo. Morlino divide por categorias como criadores, ancestrais, atiradores de elite, virtuosos, refratários, arquitetos e outras.
A foto de capa é do Rei Pelé. Ele está entre os “Virtuosos“, como Diego Maradona, Puskas, Di Stefano, Cruyff e Platini. Garrincha pertence ao grupo dos “Reis”, ao lado do francês Kopa. Ronaldo, o Fenômeno é um “Atirador de Elite”, como Just Fontaine e Van Basten.
Página com o holandês Cruyff
Outro holandês, Rudd Gullit encabeça a lista dos “Arquitetos”. O brasileiro escolhido por Morlino para compor esta categoria de jogador com visão de jogo e leitura dos esquemas táticos é o atacante Tostão. Na seção dos “Pit-bulls” estão o holandês Rijkaard e o alemão Lothar Matthaus.
Curiosamente, embora coloque jogadores franceses de menor importância mundial, mas com peso na França, Morlino deixou Zico e Falcão - companheiros de Sócrates no Mundial de 1982 - de lado.
O Doutor é descrito como “um hippie dos anos 80″, um cara com posições políticas e visão de vida que afrontou o poder vigente no futebol brasileiro. A experiência dele no movimento conhecido como Democracia Corintiana é citada como exemplo de um atleta que pensa e joga.
“Tudo isso aliado a uma habilidade extraordinária para solucionar jogadas complicadas com um simples toque de calcanhar”, escreveu o autor em uma nota postada em seu Blog em janeiro deste ano.
Morlino lembra ainda, no perfil de Sócrates, a participação do jogador no movimento pelas eleições diretas no Brasil, o apoio ao Partido dos Trabalhadores e ao presidente Luis Inácio Lula da Silva. Mas diz que a decisão do então corintiano em jogar na Fiorentina se deu por uma questão meramente financeira.
Romário é definido no livro como “o carioca que questionou a realeza de Pelé”. O autor se refere ao bate-boca que o Baixinho teve com o Rei no final dos anos 90. “Portraits légendaires du football” ganhará versão em português ainda este ano. Além das mais de 100 fotos, o livro deve despertar algumas discussões. Afinal, não é sempre que alguém coloca Zidane e Platini no mesmo plano de Diego Maradona.
Pelé na capa do livro ""Portraits légendaires du football"
Em tempo: a edição francesa tem o prefácio de Éric Cantona, que é um dos atletas “retratados” no livro. No Brasil, o apresentador Milton neves foi convidado para prefaciar o livro de Morlino.
Um comentário:
essa foto do baxinho é sensacional !!!
Saudades do mestre da pequena area !!!
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