17 de jan. de 2011

CHAZINHO DE COCA - O INIMIGO VESTE VERDE


O ano de 2011 começou para o Palmeiras como terminou 2010. Mesmo time, mesma tensão, mesmos resultados em campo, mesma perspectiva.

Não vou falar aqui sobre as “contratações” feitas até aqui e nem nas peças especuladas para chegar.

Tão óbvio como entender as razões dos fracassos do ano que terminou, é entender que se nada mudar, tudo fica como está. Redundância mais do que cabível quando se fala nesse Palmeiras.

Esse Palmeiras de eleições marcadas para a próxima quarta-feira, logo no início da temporada. Comandantes de uma nova era que já teve início sob as ações dos que lá podem sequer permanecer.

Mas se a eleição marcada para uma temporada que já deveria ter suas diretrizes bem delineadas é algo estapafúrdio em um mundo que prega o planejamento, ainda mais absurdo é entender um pleito que pode dar ao seu presidente um vice de outra chapa.

Sim meus caríssimos. Há uma eleição dentro da própria eleição. Além de votar no presidente do clube nos próximos dois anos, excelentíssimos dirigentes terão também de escolher o vice e que não necessariamente deve ser da mesma chapa do presidente escolhido. É a mesma coisa que a Dilma ser presidenta com o Índio da Costa, vice de José Serra, nas eleições de outubro passado.

Mas partindo do pressuposto de que lá estão pessoas que só prezam o bem do clube, imagina-se que qualquer que seja formação da nova diretoria, uma única coisa estará em jogo – o bem da Sociedade Esportiva Palmeiras- pelo menos é assim que deveria ser.

O Inimigo veste verde.

2010 marcou o retorno de três ídolos ao clube de Palestra Italia – Felipão, Kleber e Valdívia.

Se mesmo contando com os três os resultados ficaram longe do esperado, ao menos restou a esperança de que 2011 pode ser diferente já partindo pela presença desses desde o início do ano.

E então surgiram os “Pescarmonas” da vida, que ao invés de usar a imagem desses três para promover um novo momento no clube, estimulando outros bons nomes a vir jogar ao lado desses, preferem açoitá-los publicamente, tornando insustentável uma situação que já não se sustenta há tempos. E ainda falaram de Ronaldinho Gaúcho (se bem que esse não escolheu um caminho tão diferente assim), agora falam de Alex. Logo pinta o nome de Messi, Cristiano Ronaldo. Tudo isso para desviar o foco. Para dar ao torcedor algo para se distrair, que não seja a lixeira política em que se transformou o clube.

Agora surge outro nome nessa novela sem graça – Osório Furlan – guardem esse nome.

Quando o Palmeiras repatriou o chileno Valdívia em 2010, Furlan bancou uma parte do valor, o que o tornou dono de 36% do passe do jogador. Furlan é minoritário, sendo que o Palmeiras é o dono dos outros 54%. Ou seja, em vias de fato, quem manda nessa relação é o Palmeiras.

Em vias de fato, um Conselheiro de clube deve zelar pelo bem desse clube. Osório Furlan é Conselheiro do Palmeiras. E a não ser que ele ache Valdívia um perna de pau, o que ele vem tentando fazer e lesar quem deveria zelar. Furlan é candidato a vice-presidente na chapa Furlan é candidato a vice-presidente na chapa de Salvador Hugo Palaia.





Furlan disse recentemente que Muricy Ramalho pediu a contratação de Valdívia para a disputa da Libertadores. E ontem, em entrevista a Rádio Globo de São Paulo, criou até um factóide para justificar esse pedido do técnico do tricolor carioca, onde segundo fontes de dentro das Laranjeiras, Deco não deverá permanecer no clube e Valdívia seria seu substituto.

Digo factóide, pois a mesma Rádio Globo, só que do RJ, disse a pouco que não há nenhum tipo de informação a esse respeito por lá. Nem sobre a saída de Deco e nem sobre um possível interesse de Muricy em Valdívia.

Na mesma entrevista em que conta essa história, Furlan usou de sua posição política e também de seu status de empresário no caso Valdívia, para ameaçar os conselheiros que irão votar na próxima quarta-feira. Segundo ele, a situação do chileno no clube pode ser uma, caso ele seja eleito vice-presidente, mas pode ser outra, caso ele saia derrotado do pleito. Uma ameaça pública, em rede nacional, sem medo de ser feliz.

É com esse tipo de gente que o Palmeiras vive o seu dia-a-dia. É com pseudo-palmeirense como esse Osório Furlan no topo da direção do clube que o Palmeiras precisa sair desse buraco sem fim que continua sendo cavado por mãos inescrupulosas. É nas tramas de tipinhos como esse que os rivais sustentam suas teses de apequenamento do alviverde imponente.

E é, infelizmente, na continuidade dessa política tacanha, desprovida de planejamento estruturado, que escolhe seus líderes enquanto os rivais escolhem seus soldados, que o Palmeiras continuará dando murro em ponta de faca pelos próximos tempos. Até que caia uma bomba atômica lá dentro e as eleições diretas sejam adotadas. Acabando de vez com esse ciclo vicioso de velhos de velhas idéias que forjam uma palestrinidade pintada em preto, vermelho, azul, grená, qualquer cor, menos a verde.

Um comentário:

Beto Kitagawa disse...

Resumindo, tem que jogar com o que tem e rezar rs...

Abraco!

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