29 de jun. de 2010

Café com Leite na Copa: Japão x Paraguai

Texto: Beto Almeida
Fotos: Marca.com
 
Pois é, senhoras e senhores, eis que Japão e Paraguai fizeram o jogo mais feio das oitavas de final desta que é a maior Copa de todos os tempos, segundo João Paulo Tozo, colega feroz deste blog futebolístico, que será superada daqui a quatro anos pelo megaevento a ser realizado em nossas terras, pois está na hora desta gente bronzeada mostrar seu valor.

Já que o jogo estava ruim de se ver, nada melhor que voltar os olhos para a festa da torcida paraguaia, reunida em Assunção na comunhão das massas, mandando aquela energia positiva para sua equipe superar os nipônicos e conseguir a classificação para a próxima fase, feito inédito para a pátria dos piratas.

Meus caros leitores e, por que não?, leitoras (também as tenho), não dá pra negar que nossos vizinhos fizeram bonito. Pra começar, nada melhor que soprar a vuvuzela, que descobri ter um som harmonioso e delicado quando tocado pelos lábios certos.


O jogo começa equilibrado, com muita marcação no meio de campo, até que o time japonês acerta uma bola no travessão do goleiro paraguaio. Aquele lance de levantar da cadeira de tanta emoção! Nessas horas sempre é bom deixar o celular em um lugar seguro pra não cair no chão!


Nada como dançar uma guarânia no intervalo do jogo. Pra dar aquela relaxada.


O segundo tempo começa, o tempo corre e as duas equipes não conseguem furar as redes. O Paraguai foi mais agressivo, o Japão soube segurar o empate. Vamos para a prorrogação, claro que o placar permaneceu inalterado. O match vai ser decidido nos penâltis. Momento de tensão!


É amigo, penâlti é loteria, já dizia alguém. E aí quem se deu mal foram os nipônicos, que não abriram o olho e acertaram uma bomba na trave. Alegria do Paraguai! O coração explode, parece querer saltar para fora do peito! É muita emoção!


Sim, comprei minha passagem pra Assunção. A torcida me conquistou.

Chazinho de Coca - Ramirez foi o cara!

Texto: João Paulo Tozo
Foto: Reuters


Para a “Dona Fifa”, na partida entre Brasil X Chile o nome do jogo foi Robinho. Assim como para ela foi Cristiano Ronaldo quando o Brasil enfrentou Portugal.

Tanto um quanto o outro foram, sendo bastante razoável, participativos. De forma alguma decisivos.

Julio Cesar, Lúcio, Juan e Maicon podem ser apontados como destaques nas duas partidas, como em toda a Copa. Mas ontem, o nome do jogo foi Ramirez.

Ramirez é reserva de um jogador que só é intocável para um técnico como Dunga, que valoriza a força ao bom jogo. Ao Dunga e aos seus fiéis escudeiros que se espalham pelo Brasil e dizem amém para qualquer coisa que o técnico faça.

Tá certo que o Chile é um dos maiores fregueses do Brasil, mas cada jogo tem a sua história.

Na de ontem, com Ramirez sendo protagonista, o selecionado brazuca ganhou a qualidade na saída de jogo contra um adversário que só ataca.

Poderia ter funcionado com Felipe Melo? Poderia ter funcionado até com o Tonhão ali. Mas certamente a passagem entre defesa e ataque não teria sido feita com tamanha tranqüilidade e qualidade.

Daniel Alves, que também ganhou nova chance na vaga de Elano, voltou a dar novo gás pela direita. Não é de hoje que esse dueto com Maicon é cantado por quem gosta de futebol ofensivo como uma arma de eficácia, sem que seja necessário abrir mão do jogo bem jogado.

O Brasil passeou contra o Chile, outra vez. E para o brasileiro acostumado a um futebol solto de sua seleção, a impossibilidade de se usar Ramirez contra a Holanda é temerária, já que possivelmente quem volta é ele – Felipe Melo. Contra Sneijder e Robben, que estão voando.

Que não voem pelos céus após botinadas do botinudo volante dunguista.

E que Dunga mantenha Daniel Alves para que o lado direito mais forte da Copa possa ser preservado.

Vale lembrar também que Robben deita e rola em seu lado direito. Mesmo voltando de contusão o figura foi letal na vitoria de sua Holanda contra a Eslováquia. Pelo lado esquerdo brasileiro nós temos Michel Bastos, que ainda não é o lateral esquerdo ideal para a seleção e que costuma deixar uma Avenida Paulista a suas costas.

Na final da Champions League, quando o Bayern de Robben enfrentou a Inter de Lúcio, o holandês deitava e rolava em sua faixa direita, até que Mourinho inverteu a posição de Lúcio e o brasileiro praticamente neutralizou a maior arma do time alemão.

Dunga pode pensar em fazer isso?

Espero que já tenha pensado!

Cheers,

28 de jun. de 2010

Chulipa na Copa - Erros e história!


O ano é 1966, final da Copa do Mundo da Inglaterra, o jogo estava 2 a 2 contra os Alemães , 8 minutos do primeiro tempo da prorrogação, então uma bola chutada por Geoff Hurst toca o travessão e bate na linha, o juiz então valida o gol que abriria caminho para a vitória e titulo Inglês, alem do hat-trick do mesmo Hurst!



Voltamos agora para 2010, Africa do Sul!

Final do primeiro tempo, a Inglaterra sucumbia frente aos mesmos alemães de 66 por 2 a 1 , quando Frank Lampard acerta uma bola na linha da grande área que bate no travessão e entra pelo menos uns 40 cm e fica nas mãos do bom goleiro Neuer, num lance que até o saudoso personagem Mr Magoo teria validado o gol, já não teria o mesmo destino sob o apito do juiz uruguaio Jorge Larrionda.

Que a Alemanha era mais time, mais organizado, e com mais gás, não a menor dúvida, tanto é que sem se esforçar muito, havia aberto 2 a 0 contra os ingleses! Mas num esporte como o futebol, em que a abertura para surpresas é um dos elementos que fazem desse esporte o mais amado no planeta, lances como esse, o de 66, mais os diversos lances que ja aconteceram nessa copa, tiram um tanto do brilho desse esporte!

Em 66 depois do gol, a Inglaterra cresceu, e ainda chegou a um quarto gol! No domingo, não muito diferente, com a vantagem no placar mantida a Alemanha se organizou, se fechou e a com a nessecidade de sair do time ingles, emplacou mais dois em contra ataques, destaques para os ótimos volantes Bastian Schweinsteiger e Sami Kedhira e os meias Thomas Muller e Mesut Özil.

A Inglaterra cabe agora juntar os cacos, reconhecer que foi sim inferior ao jovem e forte time alemão, apesar dos pesares...

Ao time Alemão, merecem os parabéns sim, não devemos analisar por apenas um lance, o time é um ótimo time, e é sim cotado ao titulo, porém antes disso, terá um outro duelo de gigantes frente a Argentina!

Se fosse oferecer uma música para esse momento, teria que ser It´s a mistake do grupo Man at Work! Então!

25 de jun. de 2010

Café com Leite na Copa: Chile e Espanha

Chile e Espanha fizeram um dos melhores jogos dessa primeira fase, bonito de ver, as duas seleções jogando pra frente, exato oposto do jogo entre Suíça e Honduras, que ficaram no zero a zero.
            E pra sorte do bom futebol a Suíça não se classificou, alguém precisa falar pros caras que o objetivo do jogo é marcar gols, coisa que fazem por acidente. Sei não, mas acho que jogador que faz gol naquele time pede desculpas pros companheiros, em francês, italiano e alemão.
            Mas tô aqui pra comentar o jogo dos figuras que falam castellano, duelo de metrópole e colônia, eu torcendo pro Chile, vizinhos e companheiros dessa desdita da História, mas a Espanha me conquistou durante o jogo, tavam batendo uma bola tão bonita quanto sua camisa azul, de triste memória para franceses e italianos, que fizeram feio na África do Sul.
            E ia ser uma injustiça os espanhóis ficarem fora da Copa, o time só tem craque de bola, a melhor seleção que o país da península produziu em muito tempo. Vai lá, comemorei os dois primeiros gols da Fúria, que mandou muito bem no primeiro tempo, botando os chilenos na roda, que perdidos em campo, só davam botinada pra lá e pra cá, tendo um jogador expulso. O sangue ferveu pros sul-americanos.
            O segundo tempo foi melhor pros chilenos, que não são nada covardes. Mesmo com um a menos o time não abdicou do ataque, o técnico argentino Bielsa é louco mesmo, nada de colocar volante pra perder de pouco, é isso aí, a tática deu certo e eles conseguiram fazer um gol e igualar as ações. Viu, Dunga?
            E era isso, oportunidades perdidas de ambos os lados, um jogo aberto que deu gosto de ver, nem parecia Copa do Mundo. O resultado de 2 x 1 garantia os dois times na próxima fase, e assim foi. Que posso dizer? Chupa, Suíça!
            Agora a Espanha pega Portugal, clássico ibérico. E o Chile enfrenta o Brasil, primeiro adversário de verdade da seleção canarinho. Vai por mim, não vai ser um jogo fácil, o time do Valdívia vai dar trabalho pra gente, anota aí.

Chazinho de Coca - Futebol de volantes.

Texto João Paulo Tozo
Foto: Reuters


Ao lado de Espanha X Chile, Brasil X Portugal era o outro dos jogos que eu tanto aguardava nessa 1ª fase da Copa.

Espero que espanhóis e chilenos me brindem com um futebol de verdade. Por que portugueses e, sobretudo brasileiros, mostraram um joguinho muito do sem vergonha.

Vamos aos fatos?

Ficou evidente mais do que nunca de que a seleção do Dunga compadece de uma tremenda falta de talento.

Safra ruim do país? Que nada.

Não jogaram Kaká e Robinho e em seus lugares entraram Daniel Alves, um lateral direito, além de JÚLIO BAPTISTA. Julio Baptista pode ser um jogador voluntarioso, que se entrega, as vezes mete seus golzinhos. Mas não pode ser jogador da seleção brasileira. Pode menos ainda ser o substituto imediato do único craque do time. Mais ainda quando podiamos ter Ronaldinho Gaucho e Ganso.

É chover no molhado falar de quem não foi quando já estamos nas 8ª´s de final. Deixa pra lá.
Mas podemos falar de Michel Bastos, péssimo. Felipe Melo, desengonçado e muitas vezes maldoso.

A lateral direita, uma ilha de talento nessa seleção, foi o setor que mais funcionou, ainda assim só na 1ª etapa. Com Daniel Alves dando cobertura, Maicon ganhou ainda mais liberdade para apoiar. Só que isso também prejudicou o lateral do Barcelona, que na partida de hoje entrou para ajudar na armação do meio campo. Resultado? A responsabilidade pela armação da seleção brasileira ficou a encargo de Julio Baptista.

Por aí já dá pra sacar porque o jogo foi tão morno e fraco tecnicamente.

Portugal jogou como joga a seleção brasileira quando está inteira, com inteligência, bem armadinha esperando um ataque do adversário e um descuido na retaguarda. Atacava só na boa. Mas com Cristiano Ronaldo e Tiago apagados, a seleção portuguesa também deixou a desejar.

Os destaques foram Julio Cesar e o gigante Lúcio, pelo Brasil. Além de Coentrão pelo lado português.

Não tinha mesmo como dar jogo.

Dunga pode da próxima vez que seus únicos talentos não estiverem, escalar Lúcio no meio campo. Ou Lúcio no ataque.

O que não dá é ver a seleção brasileira ter um meio campo formado por volantes. Pior ainda. Olhar para o banco de reservas e também só encontrar volantes.

É como diz meu amigo e sócio Rene Crema – “Prefiro ter 10 Lúcios no time”.

Cheers,

24 de jun. de 2010

Folha seca: A força do futebol sul-americano.






Texto: Gregório Possa
Foto1: Globoesporte.com
Foto2: Terra



Paraguai e Nova Zelândia entraram em campo de olho em uma vaga nas oitavas de final, mas só os sul-americanos obteram êxito e mantiveram a invencibilidade do continente na Copa e de lambuja ainda ficaram com o primeiro lugar no grupo, que teve a atual tetra-campeã mundial eliminada. A Nova Zelândia volta para casa mais cedo, porém de forma honrosa, por terminar na frente da Azurra.

Em um dos piores confrontos da Copa, o Paraguai dominou a maior parte do jogo e apesar das raras chances de gol, fez o suficiente para garantir a classificação. Os neozelandeses não tinham forças para buscar o gol paraguaio, já que a falta de qualidade técnica de seus jogadores, limitava suas ações ofensivas. A melhor chance do jogo ocorreu no segundo tempo, aos 16 minutos, Riveros recebeu bom cruzamento e tocou de cabeça, obrigando o goleiro da Nova Zelândia, executar uma bela defesa. A equipe da Oceania se lançou ao ataque de forma desesperada, já que necessitava de um gol apenas para alcançar a classificação. Os paraguaios apenas se defenderam até o final da partida e contaram com a falta de técnica e objetividade do adversário para conquistar a vaga na próxima fase.

Com a classificação do Paraguai, o continente sul-americano mostra sua força e de forma invicta coloca mais um representante na fase de mata-mata da Copa do Mundo. A equipe agora tenta fazer história, já que nunca passou das oitavas de final. A Nova Zelândia apesar da eliminação, comemorou a honrosa participação e voltou para ''terra das ovelhas'' (animal muito comum no país) de forma invicta.

A nota triste da partida ficou por conta de alguns torcedores neozelandeses que entraram em confronto com a polícia, o motivo ainda é desconhecido, mas os ânimos foram contidos rapidamente pelos policiais sul-africanos que faziam a segurança nas arquibancadas.



PARAGUAI 0 X 0 NOVA ZELÂNDIA
Villar, Caniza, Julio Cesar Caceres, Da Silva e Morel Rodriguez; Victor Cáceres, Riveros e Vera; Roque Santa Cruz, Valdez (Benitez) e Cardozo (Lucas Barrios)Paston, Reid, Nelsen e Smith; Elliott, Vicelich, Bertos e Lochhead; Killen (Brockie), Smith e Fallon (Wood)
Técnico: Gerardo MartinoTécnico: Ricki Herbert
Cartões amarelos: Victor Caceres, Roque Santa Cruz (PAR) Nelsen (NZL)
Estádio: Peter Mokaba, em Polokwane (FS). Data: 24/06/2010. Horário: 11h (de Brasília). Árbitro: Yuichi Nishimura (JAP). Auxiliares: Toru Sagara (JAP) Jeong Hae Song (COR)

Chazinho de Coca - Eu gosto da Itália.


Texto: João Paulo Tozo
Imagem: Getty Images


Eu gosto da Itália.

Do país eu gosto, admiro, quero conhecê-lo bem. Só que não só ele, mas outros também.
Da Itália, mais do que de outros países, eu gosto mesmo é do time, é da seleção.

Mas que cazzo é esse, se eu pego tanto no pé do Dunga por armar uma seleção brasileira tão preocupada com o resultado e despreocupada em dar espetáculo?

Eu gosto do Brasil.

Nossa, como gosto. Mais ainda do país. Mas da seleção eu gosto demais.
Por isso sou chato com quem a comanda. Se não faz com ela o que dela se espera, caiu matando mesmo.

Do Brasil eu quero arte, quero espetáculo. Orgulho-me de ter Pelé. Orgulho-me de ser penta. Orgulho-me de ser do “País do futebol”.

Da Itália eu não espero nada além de suor, de fibra, de raça. Alucino com jogos que de perdidos tornam-se ganhos nos minutos finais. Que passam do drama para o êxtase. Que arrancam da cadeira até o mais sóbrio torcedor. Gosto de ver times tecnicamente sofríveis como esse atual, quase vencer na base das 5 toneladas de camisa.

Amo a essência dessas duas escolas. Tão antagônicas. Tão capazes de gerar fanatismo. Tão únicas. As maiores. Tão capazes de gerar um embrião que acaba por uni-las. Berços do elo que me une a elas.

Eu gosto do Palmeiras. Amo. É um capítulo a parte em minha vida. Sou mais palmeirense do que brasileiro quando o assunto é futebol - leia bem e sem pré-conceitos – quando o assunto é futebol .

Talvez a síntese desse carinho que tenho pela Azzurra seja essa. A ligação de coração e de alma que tenho com o Palmeiras. Um mix de Brasil e Itália. O símbolo maior da aliança histórica entre essas culturas, entre esses povos. Itália de origem. Brasil por opção, por gratidão. É Itália no Brasil.

Veja que não digo que é essa a razão. Mas não encontro outra para contrapor.

Como não ser o Palmeiras a razão? Como não ser o clube de futebol que é apelidado de “Academia de Futebol” pelos esquadrões de técnica refinada nos anos 60/70/90? Mas é o mesmo clube que passou a ser o clube do coração, quando mais do que técnica, usou de suor e sangue para vencer os prélios?

Nada pode ser mais Brasil e Itália no que tange o futebol.

Divida o Palmeiras em escolas e você terá a brasileira e a italiana. Ambas muito vivas, muito presentes.

A semente italiana está em mim, muito mais do que pela já longínqua ligação familiar, mas pela essência da bola, do jogo, do esporte. Do meu clube de coração.

Creio ter achado a razão. A mesma que me fez quase chutar tudo para o alto no anulado gol de empate da Itália. A mesma que me faz entristecido agora.

Terei de esperar mais 4 anos para sentir essa ebulição sanguínea. Mas somente 1 dia para efervescer de orgulho da amarelinha. Espero!

Cheers,

23 de jun. de 2010

Chazinho de Coca - Por um apito.

Texto: João Paulo Tozo
Foto: globo.com



Longe de empolgar, mas apresentando uma sensível melhora em seu jogo e taticamente melhor armada, a Inglaterra assegurou sua vaga nas 8ª´s de final da Copa ao bater a Eslovênia por 1X0.

Capello deixou de ser turrão e enfim sacou o inoperante Heskey do time titular e mandou Defoe ao jogo. Milner assumiu o posto de Lennon.

Lampard e Gerrard não tropeçaram mais um no outro e, sobretudo o meia do Liverpool, teve atuação relevante. Com isso Rooney foi melhor alimentado e enfim mostrou serviço.
O time imprimiu seu jogo. Em pouco mais de 30 minutos foram 8 lances criados.

O gol saiu exatamente em jogada entre os dois promovidos do time. Milner cruzou na medida e Defoe completou para as redes.

A Eslovênia que também muito prometia na Copa, mais uma vez voltou a ser feroz pacas e retrancou-se. Tudo bem que devido ao empate entre Argélia e EUA os eslovenos ainda estavam classificados. Mas estavam por apenas um gol estadunidense. Um só. Ahhhh, se eles soubessem o final da história.

O jogo era todo inglês, ainda que o pé de Capello e de seus comandados já pisasse no freio ao final da 1ª etapa.

No 2º tempo os mallanders da Rainha quase fecham a conta aos 30 segundos. Depois de escanteio de Lampard e rebote do goleirão, os ingleses mandaram de volta para área, onde acharam o autor do 1º gol livre. Mas ele mandou a criança para fora.

Na sequencia o herói do jogo marcou, mas o impedimento foi corretamente anotado.

Ainda houve cabeçada de Terry, mas o goleirão salvou. Depois a trave foi a salvadora da pátria Eslovena, em pancada de Rooney. O atacante do United sofreu da mesma síndrome de Messi. Fez jogadas certeiras, mas a bola não entrou por caprichos.

Confiando mais no taco do sistema defensivo Argelino, no outro jogo, do que em seu jogo ofensivo, a Eslovênia mantinha-se de fato viva graças aos erros da arbitragem contra os EUA, na outra partida. Era pouco, muito pouco. Para não dizer que sua classificação seria injusta, caso viesse.

Nos minutos finais foi a Inglaterra quem resolveu segurar o jogo. Joe Cole entrou no lugar de Rooney – que saiu aplaudido – mas entrou apenas para segurar a bola no ataque. A Eslovênia tentou ir pra cima, mas nada criou.

A expectativa pela classificação de ambos estava pelo apito do árbitro. Ele veio, mas trouxe junto o gol dos EUA no outro jogo. Um apito de alívio para os ingleses, que ainda podem jogar mais e caminhar bem nessa “que já é a maior Copa de todos os tempos, amigo”. Mas um apito de desilusão para os eslovenos, eliminados nos minutos finais de uma partida na qual não participaram.

A verdade é que a classificação da Eslovênia seria um brinde a covardia. Viva o futebol.

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Despeço-me do feroz que nos acompanha com um petardo do Blur, em minha opinião, o maior dos figuras – There´s No Other Way:




Cheers,

21 de jun. de 2010

Café com Leite na Copa: Chile e Suiça

Texto: Beto Almeida
Fotos: UOL


            O Chile conseguiu uma vitória sobre a Suíça, coisa difícil de ver em Copa do Mundo, a defesa dos queijeiros é praticamente uma muralha intransponível, baita ferrolho que faz a alegria de quem acha que futebol é, antes de tudo, não tomar gol.
            Vai lá que não penso assim, eita jogo ruim de se ver. O Chile, que me agradou tanto na primeira rodada, me decepcionou hoje. E é o seguinte: eu gosto de futebol bonito, foda-se a vitória, não espero quatro anos pra ficar vendo timeco que só pensa em se segurar na defesa, ali estão os melhores do mundo, caceta, é como escalar o Al Pacino e Marlon Brando pra atuar numa novela do Manoel Carlos, fica aqui meu protesto.
            Continuando, o Chile comandado pelo Loco Bielsa não conseguia furar a defesa do time suíço, que só fazia esperar encaixar um contra-ataque pra matar o jogo, como com a Espanha. E dá-lhe que o primeiro tempo termina num 0 x 0 maçante, mesmo com os suíços jogando com um jogador a menos, expulso aos 30 minutos.
            Mas água mole em pedra dura tanto bate até que fura, já diz o ditado e tal, e lá vai o Chile no segundo tempo partindo pro ataque e perdendo inúmeras chances de gol até aos 28 minutos, quando abre o marcador com Gonzáles. O bom futebol agradece, eu também, e os sul-americanos continuam detonando nessa Copa.
            Só fiquei triste porque os chilenos perderam muitos gols, era importante fazer saldo de gols nessa partida, uma vez que eles vão enfrentar a Espanha na próxima rodada. Esse é o grupo mais parelho, capaz de ter três seleções empatadas com seis pontos na rodada final.
Vai ser interessante, principalmente porque o segundo colocado nessa chave irá enfrentar o Brasil nas oitavas de final.    

Café com Leite na Copa: Portugal x Coréia do Norte

Texto: Beto Almeida
Fotos: UOL


Muito bem, Portugal dançou o vira pra cima dos norte-coreanos, e dançou bonito, aplicando uma goleada de sete gols nos asiáticos, um passeio no Algarve e tal.

            Com o resultado elástico a “Pátria de Bigodes” praticamente garante a classificação para as oitavas de final, os portugas tão rindo à toa e não são eles o motivo da piada. Coisa linda, puta homenagem à Saramago, grande mestre que se foi recentemente, deixando saudades e uma obra de eterna sabedoria e beleza.
            Foi a maior goleada da Copa até o momento e duvido que outra seleção fará igual. Os norte-coreanos adotaram uma postura diferente daquela utilizada na primeira partida contra o Brasil, precisavam da vitória e jogaram muito menos fechados, possibilitando aos portugueses trabalhar a bola e chegar ao ataque com facilidade.
            E a goleada já se desenhava na primeira metade da partida, sob chuva, com os portugas dominando as ações dentro de campo, metendo bola na trave e indo pro vestiário com um gol de vantagem.
            Daí que os times voltam e a chuva vai embora, levando a zica dos bigodes junto com ela, pelos bueiros desta sorte aziaga que chamamos destino. Até o Cristiano Ronaldo fez gol, vejam só, meus amigos.
            Sim, foram mais seis gols que não comento por falta de espaço. Cabe só minha impressão do que foi a peleja, ou seja, a Coréia do Norte sabe tanto de bola quanto eu do que acontece lá naquele país, sob o jugo de uma ditadura hereditária. Muito pouco.
            Se é assim, porque o Brasil só ganhou deles com a diferença de um gol?, me pergunta o leitor. Respondo: aquele foi o jogo de estréia, e estréia não conta. Fica todo mundo nervoso, os placares são mínimos, assim como o futebol apresentado pelas equipes. Agora é aguardar a definição do primeiro lugar da chave, nossos patrícios não vão dar mole, que seja um jogo tão bonito quanto o fado e o samba.



Chazinho de Coca - Com a cara de seu treinador, Brasil vence e convence. Além disso...

Texto: João Paulo Tozo
Foto: Lancenet


...quero fazer um mea-culpa.

É mais do que óbvio que essa seleção brasileira não é a que eu gostaria que estivesse lá defendendo o histórico da amarelinha. Mas também não posso fechar os olhos para o bom jogo, dentro dos padrões Dunga de Qualidade – também na comparação com baixíssimo nível técnico da Copa até aqui - que a seleção praticou ontem.

Muito motivado por todas as discordâncias que tenho com o técnico Dunga, mantive-me cego diante do desenvolto jogo dos brasileiros. Depois assistindo ao VT, notei os exageros em minhas análises feitas na hora do cotejo.

Aos que comigo assistiram a peleja e torceram a favor enquanto eu buscava os vacilos brasileiros para diminuir seus triunfos, minhas sinceras desculpas.

Não, não estou pedindo perdão pelas críticas que faço há tempos, muito menos revendo meus conceitos futebolísticos. É apenas uma reavaliação da partida de ontem. Afinal, erra mais quem insiste no seu erro. Eu os assumo, quando os enxergo.

Vou também continuar cornetando todas as infelicidades ditas pelo nosso treinador, suas atitudes descabidas e sua intensa busca pelos inimigos da pátria. Como também vou elogiar seu time quando assim for merecido.

Dito isso, vamos ao jogo.

Foi uma vitória baseada na força defensiva e no brilho individual dos poucos que podem produzi-lo. Eis a minha definição da bela vitória da seleção brasileira contra a violenta Costa do Marfim.

Não acho que Kaká tenha mostrado estar recuperado. Acho que ele foi sim, pouca coisa melhor do que contra a Coréia do Norte. O time todo foi. Até Felipe Melo.

Mais do que uma suposta recuperação, Kaká mostrou despreparo psicológico ao cair na provocação marfinense. Tá certo que ninguém tem sangue de barata, mas o futebol é também feito de malandragem. Fosse minimamente malandro e quem teria sido punido seria o jogador africano, não o meia brasileiro, que se não deixou o cotovelo com a violência interpretada pelo marfinense, manteve sim uma postura no mínimo agressiva, quando o jogador chegou fungando em seu cangote. A expulsão, entretanto, foi exagerada.

Kaká foi o jogador que mais errou no time. Segundo números de Mauro Cezar Pereira da ESPN, o meia perdeu 12 bolas ao longo do jogo.

Mas ele deu passe preciso para o gol de Elano. Em uma análise fria, sua atuação foi de razoável para boa.

Boa foi a atuação de Luis Fabiano. Boa e malandra.

Boa quando ele quase fura a rede com o petardo que abriu o placar. Malandra quando ele transforma um gol completamente irregular em uma obra-prima.

Completamente irregular, sim. Dois toques com a mão na mesma jogada. Foi o upgrade do “La Mano de Díos” ou então a “Lá Mano Del Diablo”, como definiu o jornal Hermano “Olé”, em sua manchete na capa de hoje.

Está errado o centroavante? Claro que não. Errou e feio o juizão, que viu sim os toques de LF, tanto que depois as imagens o mostram apontando as infrações para o camisa 9. Afinal é o Brasil, o queridinho.

Mas se até hoje criticamos o verdadeiro “La Mano de Díos” de Maradona e a recente classificação da França para a Copa com a ajeitada de mão de Henry, temos de ser coerentes ao assumir o irregular golaço de Luis Fabiano.

Dois pesos e duas medidas? Comigo não, neném.

Aliás, a arbitragem que foi o ponto negativo do jogo. Errando em lances capitais como na expulsão de Kaká, no gol irregular de Luis Fabiano e permitindo que ao final do jogo a partida virasse carnificina, sobretudo por parte dos marfinenses. Elano quase teve a perna arrancada e é dúvida para a próxima partida.

No frigir dos ovos o Brasil venceu e bem.

Ate porque o feio arrumadinho fica bonitinho.


Cheers,

19 de jun. de 2010

Chazinho de Coca - O oriental versus o horizontal.



O oriental e o horizontal

Holanda e Japão jogaram pela liderança do grupo. O 1º vinha de vitória sobre a Dinamarca e o 2º sobre Camarões.

Os japoneses que hoje não são mais apenas a seleção da correria, mostra hoje uma aplicação tática de fazer inveja. Embora contra a poderosa Holanda os japoneses entraram com a clara proposta de arrancar o empate. O futebol oriental dos japoneses por pouco não obtem o seu êxito.

A poderosa Holanda, credenciada como uma das favoritas ao título e também uma das esperanças de se ver um bom futebol pelos campos sul-africanos, decepcionou. Venceu é bem verdade. Mas foi muito pouco pelo tanto que se espera de Sneijder e Cia. Que ainda não puderam contar com Robben.

O 1º tempo foi mais cruel com os olhos de quem não gosta de jogos a la "suiça" do que a partida de ontem da Inglaterra.

Foram mais de 70% de uma inútil posse de bola holandesa. O futebol mais horizontal da Copa até aqui. Falta de criatividade de quem a tem. Passes para o lado a exaustão. Recuos descabidos para a intermediária. Uma incrícvel incapacidade de assustar a meta japonesa. Sneijder muito isolado.

Resultado? Nenhuma chance de gol criada. Pior. Nenhum futebol apresentado.

Na 2ª etapa a Holanda verticalizou minimamante o seu jogo e rapidamente obteve exito. Foram 10 ou 12 minutos onde o time produziu mais do que em todo o restante do jogo. E assim Sneijder abriu o placar, com um belo petardo, mas que contou com a ajuda do goleirão Kawashima. Mais uma "jabulanada" da Copa.

Então o Japão resolveu sair de seu casulo tático e até criou algumas chances, mas nada de muito agudo.

Satisfeita com a segura vitória, a Holanda só mexeu o caldo e cozinhou o jogo até o final.

Affelay, que entrou no 2º tempo, teve ainda duas chances para transformar um jogo sem graça em goleada, mas parou nas boas saídas de Kawashima.

Um jogo que como diz Mauro Beting, foi um 0X0 com gol.

Melhor para a Holanda, que segue tranquila e pode terminar o dia como classificada, dependendo do que acontecer na partida entre Dinamarca X Camarões.

Em termos de resultado foi muito bom. Até por que Robben ganha mais tempo para se recuperar e só entrar em campo quando estiver mesmo 100%. Ruim para o futebol, que viu mais um joguinho mequetrefe na Copa.

Cheers,

18 de jun. de 2010

Sampa-Noise Alemanha x Sérvia



Goleiro Stojkovic realiza a defesa no penalti batido por Podolski (Foto: Reuters, Lancenet).

Muitos esperavam um jogo calmo e tranquilo para a Alemanha, ainda mais depois de ter goleado em sua estréia. Todos esperávamos no mínimo outra goleada em cima da fraca seleção da Sérvia.

É, mas não foi o que aconteceu. A Sérvia apesar de ter um jogador a mais, depois da expulsão de Klose aos 37 minutos do primeiro tempo, não teve um grande domínio da partida, mas venceu a forte seleção da Alemanha por 1 a 0 graças também ao goleiro Stojkovic que pegou um Pênalti batido por Podolski aos 24 minutos do segundo tempo.

Arbitragem rigorosa. O cartão amarelo foi mostrado 9 vezes na partida, 3 a mais que no jogo entre França x México.

Desde o início a Alemanha sentiu que a partida seria mais difícil do que a de estreia contra a Austrália, em que marcou 4 gols.

O gol da seleção da Sérvia aconteceu 1 minuto depois da expulsão de Klose. O gol foi marcado por Jovanovic.

Em vantagem no marcador e no número de jogadores, a Sérvia apostou em jogar nos contra-ataques. Vidic quase pôs tudo a perder quando colocou a mão na bola dentro da área, mas o goleiro Stojkovic salvou a pele de seu companheiro defendendo o pênalti.

Um jogo sem muita violência, marcado pela arbitragem rigorosa e por uma vitória sofrida e aguerrida da seleção Sérvia.

Esse jogo abriu a 2º rodada do grupo D que ainda tem Gana e Austrália.

Classificação do Grupo D:

Gana tem a chance de abrir uma boa vantagem sobre seus adversários. E a Alemanha infelizmente perdeu a chance de abrir uma vantagem que a colocaria nas oitavas de final.

Agora tudo será decidido na última rodada, da fase de classificação.

Será que a Alemanha conseguirá ganhar de Gana e se classificar?

A dica musical de hoje vem de um produtor alemão: Lenzman Feat Riya - Open Page.





17 de jun. de 2010

Chazinho de Coca - A Argentina jogou, venceu e convenceu.


Texto: João Paulo Tozo
Foto: Reuters


Contra a outra das Coréias da Copa - a boa (na bola) Coréia – os hermanos partiram logo para o abafa. Com 20 minutos já venciam por 1X0 e criavam chances em sequencia. Os sul-coreanos perdidos, ante a volúpia ofensiva do time de Maradona, não conseguiam organizar-se em campo.

Aos 33 Higuain marcou o seu 1º, em desvio de cabeça de Burdisso, que encontrou o inspirado atacante livre.

Com dois na lomba, os coreanos acordaram, mas só chegaram ao gol em uma falha bisonha do zagueiro Demichellis – zaga, aliás, que é o único ponto de interrogação dessa Argentina até o momento.

No 2º tempo o jogo deu uma esfriada e a Coréia chegou a ameaçar. Até que Yeum Ki-Hum perdeu um gol na cara de Romero. Acabou ali o ímpeto coreano.

Messi ligou a tomada novamente e em grande jogada chutou na trave, no rebote Higuaín recebeu livre - e em impedimento – e guardou o seu 2º tento.

Fatura liquidada, volúpia não saciada.

Os hermanos mantiveram-se no ataque e em mais um grande lance de Messi, o craque deu um passe por cima da zaga e encontrou Aguero, que por sua vez deixou para Higuaín marcar o seu 3º gol, o quarto da Argentina.

Gol que o deixa na artilharia da Copa. Que deixa a classificação argentina muito bem encaminhada. Que deixa o mundo de olho na seleção dos caras.

O próximo jogo é contra a fraca Grécia. Curiosamente a seleção que levou o último gol do gênio Maradona em uma Copa do mundo, em 1994. Um golaço, diga-se de passagem e para variar. Reveja:



A impressão deixada nesse jogo é que a Argentina deixou de ser um selecionado de ótimos jogadores e passou a ser uma equipe forte e formada por esses excelentes jogadores.

De repente Maradona tornou-se, enfim, um técnico de futebol. Será canonizado vivo se for campeão também como técnico.

Falando nos hermanitos e em seu belo jogo, deu vontade de escutar um clássico dos nossos vizinhos. Fiquem com Carlos Gardel – Por Una Cabeza:


Cheers,

16 de jun. de 2010

Folha seca: ''AFRICANAZO''
















Texto: Gregório Possa
Foto: Terra (AFP)

A terceira partida do Grupo A pode ter acabado com o sonho de uma alegre e contagiante nação, que era ver a seleção anfitriã na segunda fase da Copa do Mundo. Os ''Bafana Bafana'' foram duramente derrotados pelos tradicionais uruguaios por 3x0 e ficaram longe da vaga nas oitavas de final.

Jogando tudo que não havia jogado em sua estréia contra a França, a seleção uruguaia pressionou os sul-africanos desde os primeiros minutos, sem um meia criativo, o técnico Oscar Tabárez improvisou Fórlan na posição, o experiente atacante, deu mostras de seu talento e foi o nome do jogo, abrindo o placar depois de belo chute de longa distância, que ainda contou com desvio do defensor africano e não deu chances ao goleiro. Com a vantagem os uruguaios administraram a partida até o fim da primeira etapa e se aproveitaram do desespero da seleção de Parreira, que não ameaçava o gol de Muslera e ainda apresentava deficiências em sua defesa.

No segundo tempo, o Uruguai continuou melhor e ampliou o marcador, aos 30 minutos, Suárez foi derrubado pelo goleiro Khune - que foi expulso no lance - e o juiz marcou a penalidade. Forlán bateu com precisão no alto e sacramentou a vitória celeste. As vuvuzelas foram silenciando aos poucos, e muitos sul-africanos foram deixando o estádio em Pretória, os abalados torcedores que permaneceram, ainda viram sua seleção levar o 3° gol, assinalado por Álvaro Pereira. A vitória encerrou um longo jejum de 20 anos sem vitórias em Copa e mostrou ao mundo outra vez, a força e tradição do futebol bi campeão mundial e bi campeão olímpico da celeste.

Os uruguaios protagonizaram mais um triste episódio na história das Copas (triste para os adversários), menos intenso que em 1950 quando a sua seleção derrotou o Brasil calando um Maracanã lotado, mas talvez tão doloroso quanto. Em pleno dia 16/06 - dia da juventude - que marca um sangrento massacre em Soweto, ocasionando a morte de muitos jovens e enfatizando a luta contra o Apartheid, o Uruguai silencia o barulhento, porém cultural som das vuvuzelas. Os sul-africanos agora, estão à espera de um milagre.




ÁFRICA DO SUL 0 x 3 URUGUAI
Khune; Gaxa, Mokoena, Khumalo e Masilela; Dikgacoi, Letsholonyane (Moriri), Tshabalala e Modise; Pienaar (Josephs) e Mphela. Muslera; Victorino, Lugano e Fucile (A. Fernandez); Maxi Pereira, Diego Pérez (Gargano), Arévalo e Álvaro Pereira; Luis Suarez, Cavani (S. Fernandez) e Diego Forlán.
Técnico: Carlos Alberto Parreira Técnico: Oscar Tabárez
Gols: Forlán, aos 24 do primeiro tempo e aos 35 do segundo; Pereira, aos 50 do segundo.
Cartões amarelos: Pienaar, aos 6; Dikgacoi, aos 42 do primeiro tempo. Cartão vermelho: Khune, aos 31 do segundo tempo.
Estádio: Loftus Versfeld (em Pretória). Data: 16/06/2010. Árbitro: Massimo Busacca (Suíça). Assistentes: Matthias Arnet (Suíça) e Francesco Buragina (Suíça).

Café com Leite na Copa: Chile x Honduras e Espanha x Suiça

Texto: Beto Almeida
Fotos: UOL
Chile x Honduras

            O primeiro jogo do dia teve uma bela atuação do time chileno, que mostrou ser capaz de obter a classificação para a próxima fase. Apesar do adversário fraco (Honduras deverá ser o saco de pancadas do grupo), os chilenos mostraram muita movimentação em campo, sempre procurando o gol e desperdiçando muitas chances.
            Valdívia jogou muito bem, é o cérebro do time. Organiza as ações do ataque, municiando com passes precisos os atacantes Beausejour e Alexis Sanches, que são muito rápidos. Os chilenos começaram o jogo com muita vontade, partindo pra cima e criando boas chances. Os hondurenhos se seguravam como podiam, mas o gol do Chile era questão de tempo.
            E, aos 34 minutos, Isla foi acionado por Matías Fernandes, partindo em velocidade e cruzando na área para Beausejour, que de carrinho dividiu a bola com o zagueiro Mendoza, num bate-rebate que acabou em gol.
            O primeiro tempo acabou assim, 1 a 0 pro Chile, e olha lá que podia ser mais.
            No segundo tempo a pressão chilena continou, mas não conseguiu transformar esse domínio em mais gols. O goleiro hondurenho Valladares fez bela defesa em cabeçada de Ponce, numa defesa de puro reflexo que fez a alegria dos fotógrafos da partida.
            E o jogo terminou assim, com a vitória simples do Chile, que mostrou um belo futebol.



Espanha x Suíça

            E tai a primeira zebra da Copa. A Suíça ganhou da badalada Espanha por 1 a 0, gol de Gelson Fernandes no começo do segundo tempo.
            O time espanhol é aquilo, ninguém sabe o que acontece com a Fúria, atual campeã européia, que sempre amarela numa Copa do Mundo. Mas calma aí, não vamos dar os espanhóis como carta fora do baralho, foi a primeira partida e a Suíça, se não tem jogadores brilhantes, conta com uma organização defensiva surpreendente. Um verdadeiro ferrolho, tão eficiente quanto seus relógios.
            A verdade é que a Espanha jogou melhor o tempo todo, mas não conseguiu furar a defesa dos quejeiros. Não é tarefa fácil, mas senti que os espanhóis não tiveram criatividade suficiente para fazer o gol, falta um craque ao estilo de Messi no time espanhol, que abusou dos cruzamentos na área.
            Também pecaram na finalização, era cada chutão pra galera... Mas a Fúria impressionou pelo toque de bola, eles dificilmente erram um passe, mantendo uma posse de bola impressionante. Os suíços ficaram na deles, só na defesa e esperando encaixar um contra-ataque. E, numa das poucas oportunidades que tiveram, marcaram o gol.
            Agora resta a Espanha vencer seus próximos jogos para se classificar. Boto fé nos caras, o futebol só tem a ganhar com a Fúria no campeonato.

Chazinho de Coca - E o Brasil sil sil sil estreou com vitória.

Texto: João Paulo Tozo
Foto: Lancenet!


A vitória da seleção brasileira em sua estréia na Copa foi um excelente resultado. Tendo em vista o empate sem gols entre Portugal e Costa do Marfim então, o resultado frente a “poderosa” Coréia do Norte deixa os comandados do professor Dunga em ótima situação no grupo.

Brasil – 3 pontos
Costa do Marfim – 1 ponto
Portugal – 1 ponto
Coréia do Norte – 0 pontos


Esse cenário somado a alguns detalhes da partida brasileira, nos apresenta alguns pontos a se analisar. Alguns bons, outros nem tanto.

Os bons:

O Brasil deve melhorar muito nas próximas partidas. Até por que jogar pior do que ontem é impossível. Sobretudo nos 45 primeiros minutos e mais a metade do 2º, onde a seleção brasileira mostrou um futebol pífio.

O retrospecto do time do Dunga mostra que contra adversários frágeis o time parece absorver a ruindade alheia. O contrário ocorre quando o rival tem qualidade.

Com a vitória de ontem somado o empate do outro jogo do grupo, basta ao time de Dunga vencer a Costa do Marfim e estará classificado.

Maicon e Juan do time titular, mais Nilmar, Ramirez e Daniel Alves que entraram ao longo da partida, deram demonstrações de que chegam bem a Copa. Robinho teve alguns highlights também.

Outros nem tanto:

Costa do Marfim e Portugal certamente farão placares mais elásticos contra a pior seleção do mundial.

Caso o Brasil empate os dois próximos jogos, no que eu não acredito, mas que não é nada absurdo de acontecer, a classificação para as 8ª´s de final pode ir para a vala. O critério de desempate será o saldo de gols.

Já é mais do que sabido que o time de Dunga é dependente do futebol de Kaká. Ontem vimos que o meia não tem condições físicas de jogar. Sabemos também que Dunga é teimoso, e tirar o meia do time seria dar o braço a torcer para os críticos. A tendência é que se tiver de morrer abraçado ao seu erro, ele assim o fará.

Felipe Melo foi o Felipe Melo de sempre, então não conta. Michel Bastos assustado e Luis Fabiano que esteve inexistente foram, além de Kaká, as grandes decepções da estréia.

O que o Dunga pode fazer para melhorar esse joguinho da seleção?

Pode entrar com o time que terminou o jogo. Sem Kaká e com Nilmar no ataque na posição original de Robinho. Robinho fica mais recuado fazendo a função que Kaká deveria ter feito e não fez. Mais do que tudo isso, Dunga pode entrar com Ramirez no lugar de Felipe Melo, ganhando assim qualidade na saída de jogo, sobretudo para alimentar os contra-ataques que deverão acontecer contra seleções que atacam, como Costa do Marfim e Portugal.

Dunga pode ter um pouco mais de paciência com Elano, afinal esse é um dos seus fiéis escudeiros. Mas eu já entraria com Daniel Alves no lugar do camisa 7. Aliás, Dunga já preparava essa alteração quando Elano marcou o seu gol.

No frigir dos ovos a seleção brasileira estreou com vitória e já assumiu a liderança do grupo. Há quem se contente com isso. Só com isso.

Cheers,

14 de jun. de 2010

Chazinho de Coca - Itália empata com o Paraguai na estréia.


O que Itália e Brasil possuem de semelhante, além de serem os maiores campeões das Copas?
Se você respondeu “falta de qualidade para mudar o jogo”, acertou? Mas se respondeu “dois técnicos meia boca”, acertou também.

Por sorte de Lippi e Dunga, suas seleções jogam com camisas que pesam 5 toneladas cada. Por azar das seleções os técnicos são eles dois.

Se Dunga deixou R. Gaucho e Ganso em casa comendo pipoca e tomando guaraná. Lippi deixou Totti e Cassano comendo uma pizza e tomando um vinho. Cazzo!

Contra o Paraguai eu já esperava um jogo duro para os lados italianos. O Paraguai vem bem. Classificou-se com tranqüilidade nas eliminatórias daqui. Enquanto a Itália vinha se arrastando nos amistosos. Não a toa eu acertei o resultado no bolão.

Mas a postura italiana surpreendeu de saída. Ofensiva, teve mais de 60 % da posse de bola no 1º tempo. Mas levou gol justamente em bola aérea, ponto forte do selecionado azul. O grande Canavaro falhou ao não subir com o zagueiro Alcaraz. A Itália perdeu-se no jogo e deu margem para o bom Paraguai quase ampliar. A ânsia ofensiva esbarrava na limitação técnica de seus avantes, sobretudo de Gilardino. Ainda que De Rossi tenha estado bem ligado no jogo.

No 2º tempo a Azzurra voltou sem Buffon, machucado.

A Itália voltou abusando dos cruzamentos na área. Mas cadê o Cassano? A sim, ficou na Itália.
Então nada acontecia com os insistentes cruzamentos. Mas aí a estrela italiana brilhou e ofuscou a estrela do goleirão Vilar, do Paraguai. Tanto que em um dos 3.117 cruzamentos, Vilar caçou uma bonita borboleta que sobrevoava no local. Enquanto isso De Rossi emendou para empatar.

Animada a Itália voltou a ter domínio completo do jogo. Até por que o técnico paraguaio entrou com Santa Cruz no lugar de Valdez, em uma alteração que não funcionou. Depois mandou Cardozo no lugar de Barrios, até então o mais lúcido dos sulamericanos. O Paraguai ficou entregue as 5 toneladas históricas da Itália. Mais ainda depois da entrada de Di Natale, que só para o Lippi é reserva do Gilardino. A Azzurra alugou meio campo e de tanto insistir no gol da virada, mostrou mais uma vez ao mundo o tamanho da falta que Totti e Cassano fazem para o time.

Parabéns, Lippi.

Cheers,

Café com Leite na Copa: Japão e Camarões

Texto: Beto Almeida
Foto: UOL

            Já falei que não curto Copa do Mundo, cada jogo meia boca que temos de agüentar, um pior que o outro, é fogo. Ainda mais nessa primeira fase, todo mundo ansioso, ninguém quer perder, dá-lhe um time todo se segurando na defesa pra não tomar gol e garantir pelo menos um empate.
            Antigamente dava até graça assistir as seleções africanas jogando, os caras corriam pacas atrás da bola, driblavam e faziam gols. Hoje, tudo mudou: onze brucutus, uns negões fortes pra caramba, mais preocupados em dar porrada e travar o jogo do que qualquer coisa, é o tal “estilo europeu”, continente donde a maioria das seleções africanas importa seus técnicos, indo na contramão da História, um novo jeito de colonização.
            Com Camarões não foi diferente, essa seleção já encantou o mundo com sua alegria e futebol moleque, passaram os anos e o moleque cresceu, virou gente grande, jogando um futebol burocrático. E medonho.
            Já o Japão, continua a mesma coisa, bom pra fazer animes e produtos eletrônicos, porque tratando-se de futebol, nem o Zico conseguiu desentortar o pé dos nipônicos. Tai uma tecnologia que eles não conseguiram inovar, ainda. Mas eles tem fôlego, os baixinhos.
            Era o duelo do grande contra o pequeno, se é que me entendem. Ou não.
            Camarões e Japão foi um jogo sonolento, chato pra caramba. O time do Japão conseguiu ter mais posse de bola no ataque no primeiro tempo, até conseguiu fazer um gol numa bola levantada na área, como a provar que tamanho não é documento. Dois armários de Camarões subiram pra cabecear a bola, que nada, ela passou direto e caiu nos pés de Honda, que chutou pra dentro das redes.
            O segundo tempo foi mais do mesmo, Camarões não acertava passes e o Japão tinha um time mais coeso em campo, não deixando espaços. M’bia, de Camarões, até acertou um belo chute aos 41 minutos, que bateu na trave. E foi só, o jogo acabou. Mas minha paciência com o futebol apresentado já tinha terminado faz tempo.

Café com Leite na Copa: Dinamarca e Holanda

Texto: Beto Almeida
Foto: UOL

            - E aí, corinthiano... Vai tomar café mais cedo hoje?
            - Pois é, passei a noite sem dormir, não teve jeito, agora é tomar um cafezinho pra ficar acordado e aproveitar o dia.
            - Tá saindo, bem quente, que tá muito frio.
            - Opa, brigado. Tá frio demais. Eu gosto do calor.
            - Eu também, por isso que saí de Portugal e vim pra cá.
            - Olha só, vai começar o jogo da Holanda e Dinamarca.
            - Vai ser um jogaço, a Holanda ganhou tudo nas eliminatórias européias e a Dinamarca tem um time forte também. O problema da Holanda é que o Robben não vai jogar, tá machucado.
            - É, mas eles tem um monte de craques no elenco. Vão passar por cima desses dinamarqueses, cê vai ver. Tô torcendo pra eles, tenho afinidade com o país.
            - Eu também, eles são gente boa, todo mundo de laranja, é a camisa mais bonita, depois de Portugal.
            - Ih, rapaz... Esse jogo tá muito amarrado no meio de campo, a Holanda não tá bem não...
            - Verdade, a Dinamarca até tá encaixando uns contra-ataques nos caras.
            - Acabou o primeiro tempo... Vamos ver se o técnico holandês muda o time no intervalo.
            - A Dinamarca tem uns caras grandões, é difícil fazer gols nos caras.
            - Ah, lá... Vai começar o segundo tempo, droga, vou ter de ir no banheiro...
            - Vai lá, toma a chave.
            ...
            - E aí, que aconteceu?
            - Saiu o gol da Holanda, o Van Persie chegou na linha de fundo e cruzou na área, o zagueirão dinamarquês foi tirar de cabeça e fez contra.
            - Caraca! Eu tava secando os laranjas...
            - É, mas agora só dá Holanda, pressão total em cima deles.
            - Pois é, tá demorando pra sair o segundo.
            - O técnico holandês vai mudar... Tirou o Van der Vaart e colocou o Elia. O comentarista não gostou da mudança, não.
            - Relaxa, esses caras só falam besteira. Aposto que ele vai arrebentar.
            - É mesmo, o moleque é ligeiro, dribla todo mundo.
            - Pô, essas vuvuzelas enchem o saco.
            - É mesmo, não sei como eles agüentam esse barulho.
            - Olha só o lançamento do Sneidjer pro Elia, ele vai fazer... Tocou na saída do goleiro, bateu na trave! O Kuit pegou o rebote, é GOOOOL!
            - Agora já era, tá no final da partida.
            - Pô, foi um jogaço, bem movimentado. A Holanda mandou muito bem, passou pelo adversário mais difícil.
            - Eu acho que eles vão pegar o Brasil mais pra frente...
            - Clássico das Copas. Eles são fregueses da gente.
            - Eu torço pra Portugal.
            - Ah, é.