22 de nov. de 2010

CHAZINHO DE COCA - FESTIVAL PLANETA TERRA E SEUS PARALELOS NO BRASILEIRÃO 2010.

Sábado 20 de novembro de 2010: No "parquinho" mais clássico do Brasil, indies, rockers, patricinhas, gaiatos e entusiastas de todos os tipos puderam nas mais de 10 horas de folia e entre um "mergulinho" e outro no "fanfarronico" e "pneumônico" Splash, curtir o melhor festival musical do país.

O Festival Planeta Terra é sucesso há 4 edições. Apostando sempre na mescla de bandas que são sucesso hoje e nas que foram sucesso ontem, hoje e serão pelo resto dos tempos em que ouvidos vitaminados possuírem corpos humanos que os carreguem.

Não sei por ser minha 1ª vez no festival, mas fiquei estupefato diante da organização jamais notada por mim em outros eventos do tipo. Talvez mais pontos de venda de fichinhas sejam necessários, mas diante de todo o aparato notado isso se tornou irrisório.

Por volta das 16:30 eu lá estava bebericando cervejas geladas com os amigos presentes. Minhas expectativas giravam em torno do Phoenix e das clássicas Pavement e Smashing Pumpkins. Mas fui surpreendido já pelo ótimo show do Of Montreal. Aliás, não por acaso, todas bandas que já foram trilha sonora nos programas do Ferozes Futebol Clube.

O show dos franceses do Phoenix foi o tipo de coisa que você assiste incrédulo e termina extasiado. A sensação final é a de "Porra, valeu o ingresso!".

Teve até mergulho e "nado" épico do carismático Thomas Mars no público. Nas mãos da galera, o bichão foi até o meio onde subiu em uma escada que dava numa cadeirinha com a melhor visão do evento. De lá ele foi ovacionado e eleito o "craque" do festival.





Não sei definir o som do Phoenix. O amigo sabe?

Eles vivem em uma linha tênue entre o alternativo e o eletrônico. Embora os próprios dizem fazer parte da mesma cena de Air e Daft Punk. Enfim, pensar em um rótulo é o que menos interessa. O som é uma maravilha.

Por falar em Daft Punk, diziam milhares de bocas pequenas que o mitológico duo eletrônico faria uma ponta no show dos caras. Criou-se uma expectativa descabida e que foi facilmente esquecida diante do mais do que auto-suficiente show do Phoenix.

A imprensa musical está parecendo a esportiva e a especulação rola solta. Como bem definiu o camarada Jurandir Joy.

A outra história que rolava solta era a de que os líderes de Pavement e Smashing Pumpkins sairiam na porrada no backstage. Não notei nenhum olho roxo em ambos.

Fato é que o show do Phoenix trouxe uma responsabilidade ainda maior para os clássicos Pavement e Smashing Pumpkins, que vinham na sequencia.

O Pavement eu acabei acompanhando mais a distância. Suficiente para notar que 50% do pessoalzinho saiu do Main Stage assim que o show começou. Ato falho de uma geração que se mostra cada vez menos tolerante aos alicerces dos bons sons. O imediatismo dessa galera assusta. O bom de hoje não significa nada amanhã. O de "ontem" então sequer existe em seus repertórios. Ruim para eles.

Perderam um show competente de Stephen Malkmus e cia.

Com o fim do bom show do Pavement, abriu-se então espaço para o show mais aguardado da noite para a maioria do público. A galerinha voltou ao Main Stage.

O careca Billy Corgan estava lá e trazia com ele a responsabilidade de ter criado uma dezena de clássicos noventistas que dataram uma geração inteira.

Billy estava lá, o Smashing Pumpkins estava presente, mas não em essência. O show foi morno. Billy Corgan parecia tocar para si e o setlist não ajudou a ganhar plenamente o público. Os clássicos “Bullet with butterfly wings”, “Today”, “Tonight, tonight” e “Ava adore” foram tocadas de forma desleixada e as faixas mais recentes, destacadas pela banda ao longo da apresentação, não eram exatamente o que os ávidos fãs queriam escutar. Ou não apenas elas.

O atual Smashing Pumpkins é na verdade uma banda de apoio a Billy Corgan. O pessoal é bom, mas não recebem nenhum tipo de destaque. O foco é só o mito Billy Corgan. E olha que a baixista Ginger Reyes merecia um pouco mais de holofotes.


Domingo, 21 de novembro de 2010: Corinthians, Fluminense e Cruzeiro disputam o título do Campeonato Brasileiro, há 3 rodadas do término da competição.

As expectativas giram todas em torno de um careca que fez muito sucesso nos anos 90 e início dessa década. Seu time é bom, aparece como franco favorito a conquistar o título desse ano.

O Fluminense precisa fazer a sua parte para mostrar que pode ainda terminar o BR10 como protagonista. Conta com um carismático e bom de bola argentino em seu meio-campo. Favorito a ser eleito o craque do campeonato.

O Cruzeiro corre por fora, tentando fazer com que o seu estilo mais clássico, mais bem jogado, possa ainda fazer o sucesso de outrora. Tem na figura do já rodado meia Roger a esperança de levar seu bom jogo ao topo.

Ao final da rodada notou-se que o Corinthians, time do careca Ronaldo, perdeu fôlego e com isso deixou de ser a estrela do evento. O Fluminense surpreendeu e venceu seu difícil compromisso por 4X1, com destaque para o carismático Conca e tornou-se sucesso de público. E o Cruzeiro segurou bem a sua escola de futebol mais clássico e mesmo que hoje não seja a estrela de outras temporadas, tem ainda gás para tornar-se protagonista.

Não é a toa que o Ferozes FC banca esses paralelos entre música e futebol. Eles são tão óbvios.

Como óbvio é também que show do Phoenix foi meu predileto, o que não quer necessariamente dizer que o seu paralelo na rodada de ontem do BR10 já tenha atingido o sucesso definitivo da temporada. Mas está próximo.

Deixo os amigos na cia do Phoenix, com vídeo tirado do show de sábado no Planeta Terra. Os caras começaram “só” com Lizstomania. Sente o clima:






CONVITE: Acesse a rádio web da Universidade Cidade de São Paulo e ouça o podcast do Programa Ferozes Futebol Clube. A 27ª edição já está disponível. Eu e meus comparsas comentamos as rodadas do futebol na cia das boas sonoridades. Lembrando que o Programa vai ao ar toda segunda-feira, às 20:00, AO VIVO. Acompanhe pelo link:
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Cheers

4 comentários:

aline disse...

que texto incrível! adorei

Anônimo disse...

Bacanáço de fato vosso textículo JP. Pena que não pude presenciar ao vivo, mas a transmissão em Hiiiiiiigh Definition for legale também. Forte abraço!

aline disse...

Smashin Pumpkins chegou no fim do campeonato e entregou ;( que tristeza!

João Paulo Tozo disse...

hahahahaha. o pessoal entendeu muito bem os paralelos traçados. maravilha :)