Dor é o que sentimos ao nascer. É a primeira manifestação dada por nós em vida, é o nosso “olá mundo”.
Sentimos dor ao longo de todas as fases da vida. São dores provocadas pelas vicissitudes de nossa existência.
Dói o crescer dos primeiros dentes. Dói a perda de pessoas e de seres queridos. Dói a consciência. Dói o cotovelo. Tudo dói. E como dói!
Dói o desencanto de um amor não correspondido. Dói a perda de um amor nutrido, amadurecido, vivido e que por razões que fogem as mãos, se vê diminuído. Dói - e nesse eu não gosto nem de pensar - a perda do amor maior, do que foi a sua vida, do que fez de você vivo, aquele que ao seu lado fez surgir vida.
Dores certas, queiram ou não, lá estarão. Fazendo sempre par com o amor.
Relação que facilita a criação de rimas, mas que torna difícil a dádiva divina da vida.
Mais ainda para aqueles que escolhem sofrer de certas dores que poderiam ser evitadas. Já não bastam todas essas?
Existe uma besta quadrada chamada torcedor , que também rima com dor, mas que rima com amor. Um não vive sem o outro e todos eles juntos dão sentido há algo que ninguém explica – o amor por um clube de futebol.
Ninguém nasce torcedor, na pureza da concepção do termo. Não existe o campo “torcedor do time tal” na certidão de nascimento de ninguém. Mas não conheço um único sofredor – digo, torcedor – que em seus momentos de exaltação clubistica não afirme ter nascido torcedor do time tal.
Torcer para um clube de futebol é experimentar na pele, no coração, na alma, a avassaladora força do amor, tanto quanto a desastrosa força da dor.
O clube não pede para você amá-lo, você simplesmente o ama. Ele não te promete nada em troca, mas você empurra, você o conduz a vitórias. Em troca disso, muitas vezes, o que se tem é dor.
Dói perder para o rival. Dói perder uma final. Dói ver a sua gloriosa bandeira erguer a meio-pau, e descendo, caindo – cair – ir do céu ao inferno, da luz as trevas, do estrelato ao limbo. Ser rebaixado dói. Como dói!
Você o leva a glórias e em troca ele te conduz, muitas vezes, a escória. Mas o torcedor é bravo, ele tem um amor infinito. Ele chora o desastre, ele enrola a bandeira, mas ele não enrola ninguém quando vai de peito aberto ver seu time trilhar aquele interminável caminho de dor.
O clube está rebaixado, mas não há vergonha no mundo que faça o torcedor abaixar sua cabeça.
O torcedor mantém alta a sua crista de galo, de periquito (de porco), de mosqueteiro(s), de manéquinho, de tantos e tantos com ou sem crista. Mas com o mesmo amor, sentindo todos a mesma dor, em busca de um sorriso de esperança ao final de cada espinhosa peleja.
Amanhã, sábado, 06 de novembro de 2009. A casa do futebol, o teatro maior do esporte será palco de mais uma demonstração explícita de um amor que foi ao longo de todo o ano, alimentado por muitas e inglórias situações de dor. A recondução de um gigante ao seu posto de origem. A retomada de uma dignidade que nunca foi indigna, mas que foi conduzida por alguns petulantes indignos.
O Vasco, o Vascão, O time dos portugas, o time do Bacalhau. O time do Dinamite, o time do Animal.
Bacalhau não tem crista, mas a do vascaíno está alta, está em alta. Por que nesse 06 de novembro, nenhum amor do mundo será maior do que da torcida do Gigantesco da Colina.
Retorne Vascão da Gama - " Por que o sentimento não pode parar".
Cheers,
6 de nov. de 2009
Chazinho de Coca - O Sentimento Não Pode Parar
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Um comentário:
SIM,quem disse que nosso amado futebolistico não é AMOR *_*...hahaha
ooun ♥
me emocionei com tanto amor...
e a melhor dor da minha vida já doída é pelo futebol! cada lágrima derramada,vale a pena. oh god thanks for my holy soccer!
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